Procedimentos estéticos na era dos filtros: saiba como evitar cair em ciladas e prejudicar sua aparência

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Responsáveis por impulsionar busca por tratamentos para melhorar a aparência, filtros criam imagens irreais que podem gerar frustação em quem deseja realizar procedimentos estéticos

Os filtros nas redes sociais vieram para ficar! Hoje, é praticamente impossível encontrar uma foto nas mídias digitais que não tenham passado por uma pequena edição, seja para esconder uma pequena imperfeição ou então modificar completamente a estética e a harmonia facial, criando uma aparência perfeita irreal. O problema é que, muitas vezes, essa febre dos filtros ultrapassa as barreiras do mundo virtual, com consequências drásticas na realidade. “É comum buscarmos melhorias na aparência para alcançar alguma semelhança com o que consideramos belo. E não há problema nenhum nisso. Essa busca por melhorias na aparência, quando realizada de forma adequada e com profissionais capacitados, pode melhorar inclusive a saúde, pois, como costumo dizer, não há beleza sem saúde”, diz a dermatologista Dra. Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “O problema é que, às vezes, essa busca não é realizada de forma correta, sendo impulsionadas por imagens irreais e inverdades que levam muitas pessoas a realizarem procedimentos em excesso, sem comprovação científica ou com profissionais não habilitados”, alerta a dermatologista.

Então, é importante ter cautela ao rolar pelas redes sociais, principalmente quando acompanhamos desconhecidos que podem utilizar de filtros e edições para fazer publicidade enganosa de procedimentos e profissionais. “Não é incomum que pessoas cheguem ao consultório querendo alcançar uma imagem que não era real, pois, por baixo da perfeição criada pelos filtros, pode existir uma pele com manchas, cicatrizes e acne. Esse desejo é ainda maior quando se tratar de uma celebridade, por exemplo. Logo esse paciente começa a pesquisar sobre a rotina skincare dessa pessoa e os procedimentos que ela realiza, fazendo uma série de sacrifícios para replicá-los sem ter a certeza se aquela imagem ou o que foi pesquisado é real”, diz a médica.

Além desse cuidado com relação ao que é ou não realidade, na hora de realizar os procedimentos estéticos, é importante ainda procurar por profissionais éticos e qualificados, pois algumas pessoas podem tentar se aproveitar dessa busca por procedimentos estéticos impulsionada pelos filtros. “Caso esse desejo por uma imagem irreal leve ao encontro de um profissional não qualificado, essa pessoa pode ter, no mínimo, uma grande decepção. Cabe ao profissional alertar ao paciente que a pele perfeita vista na rede social nem sempre é verdadeira, podendo ser fruto de maquiagens e filtros”, afirma a especialista. Sem esse alerta antes da decisão por um certo procedimento, o paciente pode acabar frustrado. “Por exemplo, muitas vezes, as manchas de pele não desaparecem totalmente com os tratamentos, mas se tornam mais claras.”

Uma dica importante é procurar por profissionais que tenham conhecimento de anatomia. A Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS, explica que, ao realizar qualquer procedimento facial, uma de suas principais ferramentas é o estudo da cefalometria do paciente. “A cefalometria é uma ciência, inclusive muito utilizada por pintores, que estuda as dimensões de toda estrutura do crânio e da face de uma pessoa. A harmonização facial, inclusive, parte desse estudo cefalométrico”, explica a médica. “No entanto, muitos profissionais realizam harmonizações faciais sem esse conhecimento prévio, com múltiplas injeções indiscriminadas, levando então aos resultados exagerados”, explica a médica Dra. Cláudia Merlo.

Esse profissional também deve respeitar os traços característicos do paciente que busca, por exemplo, o aumento dos lábios para chegar a uma imagem similar àquela encontrada nas redes sociais. “As mudanças geradas por filtros não podem ser comparadas às mudanças que um profissional consegue alcançar, independentemente de sua competência, pois existem limites anatômicos e fisiológicos que devem ser respeitados”, diz a dermatologista Dra. Mônica. Na verdade, quanto mais capacitado é o médico, mais ele tende a respeitar a naturalidade ao realizar procedimentos estéticos. “Por exemplo, pessoas com lábios mais finos podem realizar um aumento do volume labial, mas é importante evitar exageros, que, além de prejudicarem a aparência, podem gerar um comprometimento vascular e da função dos lábios para mastigação e fala”, diz a Dra. Mônica.

A Dra. Mônica Aribi ainda ressalta que outro problema comum é a massificação da aparência das pessoas. “Isso porque os filtros tendem a deixar todos nós muito parecidos”, alerta. Então, para manter a individualidade e evitar cair em ciladas na era dos filtros, é importante entender, antes de buscar por procedimentos estéticos, que a pele não é uma tela de computador e as mudanças conquistadas pelos filtros não podem ser comparadas àquelas conquistadas na vida real. “Podemos buscar melhorias na aparência, mas sempre respeitando seus traços, seu fototipo de pele e suas necessidades e características individuais. Tudo o que for tentado em direção contrária não será bem-sucedido”, diz a dermatologista. “Hoje, os pacientes que buscam tratamentos médicos de beleza priorizam majoritariamente um resultado clean, suave, para melhorar a qualidade da pele, com tratamentos de sustentação e prevenção, mas nada de intervenções exageradas, principalmente com preenchimentos que mudem a anatomia. Eles querem elegância e sofisticação também no rosto”, destaca a Dra. Cláudia Merlo. “Dessa forma, entregamos tratamentos em que a pele do paciente responde de maneira fisiológica ao estímulo de colágeno”, diz a Dra. Cláudia, que indica dois clássicos para estruturação facial: os bioestimuladores injetáveis e tecnológicos.

A dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, lembra que, além do colágeno, outros componentes importantes da pele também sofrem alteração com o processo de envelhecimento, como a elastina, responsável pela elasticidade do tecido cutâneo, e o ácido hialurônico, que contribui com a sustentação e hidratação da pele. “A elastina e o ácido hialurônico também têm sua produção afetada com o passar dos anos. Mas é possível estimular a síntese dessas substâncias pelo organismo com aplicações do biorremodelador facial. Trata-se de um ácido hialurônico de alto e baixo peso molecular que não confere preenchimento, mas, sim, espalha-se pelas camadas da pele para estimular as células a atuarem de maneira mais eficaz na produção de ácido hialurônico, colágeno e elastina. Assim, promove melhora significativa da qualidade da pele, que adquire um aspecto mais hidratado, firme, elástico e com menos sinais do envelhecimento como rugas”, destaca a Dra. Ana. “Então, para garantir resultados naturais e realmente satisfatórios, o mais importante é passar por uma avaliação com um médico e ouvir atentamente suas recomendações”, finaliza a Dra. Ana Maria Pellegrini.

FONTE:

*DRA. ANA MARIA PELLEGRINI: Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com especialização também em Medicina Estética e Medicina do Trabalho. Membro da SBD e de diversas outras sociedades médicas nacionais e internacionais, foi presidente da distrital norte-fluminense da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Formada pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ), a Dra. Ana Maria Pellegrini é responsável técnica da clínica PELLE e comanda o podcast Questão de Pelle. Embaixadora da Galderma Aesthetics, a médica foi pioneira em procedimentos injetáveis no Brasil. Ex-coordenadora das campanhas de câncer de pele na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), hoje faz MBA em Marketing, Empreendedorismo e Gestão, além de ser participação constante em congressos nacionais e internacionais. CRM 5253066-0/RQE 18927 | Instagram: @dra.anapellegrini.dermato

*DRA. CLÁUDIA MERLO: Médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo

*DRA. MÔNICA ARIBI: Dermatologista, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e International Fellow da Academia Americana de Dermatologia. A médica é Mestra em Ciências da Saúde pelo IAMSPE e Membro Internacional da European Academy of Dermatology and Venerology. Precursora em Tecnologias Dermatológicas, também é palestrante nacional e internacional em vários congressos da área de Dermatologia e especialidades afins. CRM: 53.387 | RQE: 35.101. Instagram: @clinicamonicaaribi