Estudo recente mostra por que rinomodelação pode ser perigosa e causar necrose no nariz

Rolê de verão no MON: dicas para aproveitar várias atrações
24 de janeiro de 2023
Apartamento tem ambientes integrados, ganha layout contemporâneo e soluções funcionais executadas com palha natural
24 de janeiro de 2023

Área muito vascularizada, parte inferior do nariz tem suprimento abundante de sangue, como mostrou o estudo publicado na Plastic and Reconstructive Surgery, que fez dissecações convencionais em 40 cadáveres. Aplicação errada do ácido hialurônico na região pode causar necrose dos vasos

Talvez você não possa imaginar o quanto o nariz é uma região vascularizada, com abundante suprimento sanguíneo, mas foi isso que mostrou um estudo recente da Plastic and Reconstructive Surgery, que mostrou realmente a implicação disso em procedimentos estéticos não invasivos no nariz, como a rinomodelação. “As pessoas acreditam que, por ser um procedimento menos invasivo, a rinomodelação, técnica que utiliza injeções de ácido hialurônico para preencher e modelar o nariz, seja mais segura que uma cirurgia de rinoplastia. No entanto, notícias recentes de complicações e esse estudo mostram que a rinomodelação é um procedimento que pode ser mais perigoso e causar necrose no nariz”, alerta o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS). “Além disso, qualquer técnica invasiva no nariz deve ser sempre feita por profissionais médicos para evitar complicações e, se houver, para que a conduta de tratamento seja iniciada o mais rápido possível”, acrescenta o médico.

Segundo o médico, um dos maiores perigos é a necrose de pele, que acontece quando o produto (ácido hialurônico) é injetado dentro de alguns vasos sanguíneos que irrigam o nariz ou quando há uma grande injeção de produto que comprime os vasos. “Quando isso acontece, a pele e os tecidos começam a “morrer”. A região afetada fica inchada, esbranquiçada e, em alguns casos, com bolhas. A pessoa geralmente sente dor intensa no local. Se a obstrução do vaso não é tratada rápida e corretamente ela evolui para necrose da região com escurecimento e “morte” dos tecidos”, alerta o médico. “Além disso, infecção local também pode ocorrer”, acrescenta.

Para o estudo detalhado da vascularização local, os pesquisadores realizaram dissecções em 40 cadáveres. O nariz tem um suprimento sanguíneo abundante das artérias em ambos os lados da face, segundo o estudo. Sua vascularização é derivada principalmente das artérias nasal lateral, nasal dorsal e columela. “Este estudo é importante para entender a anatomia da região e prevenir complicações. Mas ainda assim é arriscado que o uso de preenchedores no nariz causem complicações, até porque a anatomia não é idêntica em todas as pessoas e existem as variações anatômicas”, diz o médico.

O estudo diz que a oclusão da artéria facial ou artéria nasal lateral durante injeções com ácido hialurônico seria o pior cenário que poderia causar extensa necrose do nariz inferior e outras áreas faciais, como bochecha e testa. “Em casos de necroses mais graves, o nariz precisa ser reconstruído com outros tecidos do rosto, acrescentando cicatrizes na face e sem um resultado estético adequado, na medida em que se torna uma cirurgia reparadora”, acrescenta o médico.

O médico também lembra que, mesmo quando o procedimento dá certo, ele não é definitivo. “O ácido hialurônico é absorvido com o tempo, o que faz perder o efeito estético. Além disso, a rinomodelação não é uma substituta da rinoplastia, já que é um procedimento mais limitado, sendo geralmente indicada para pacientes com pequenas assimetrias e imperfeições no nariz. Ela também só é indicada para narizes que precisam de aumento, na medida em que não é possível reduzir as estruturas com o produto. Outra limitação é sobre a parte funcional, que não pode ser tratada neste caso, e pode até ser piorada dependendo da quantidade de produto e local em que é aplicado”, finaliza o Dr Paolo.

FONTE: *DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico formado pela UNIFESP, é membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca dos EUA. Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico tem 8 Observerships com o Dr. Bahman Guyuron em Cirurgias Plásticas Faciais, em Cleveland – EUA. É idealizador do Migraine Surgery Academy, que ensina e estimula cirurgiões plásticos de todo mundo a realizarem as cirurgias de enxaqueca a fim de beneficiar mais pacientes com o tratamento. Instagram: @drpaolorubez

divulgação