3 pontos para entender definitivamente como a dieta pode prevenir sinais do envelhecimento

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Aqui estão as principais estratégias para prevenir e tratar os processos de oxidação, inflamação e glicação, que figuram entre os principais causadores do envelhecimento precoce e são altamente influenciados pela dieta

Uma pele bonita e saudável depende de uma rotina de cuidados, o famoso skincare, porém os hábitos de vida também contam muito – e a dieta principalmente. “Uma alimentação equilibrada está entre os principais itens que ajudam a deixar a pele bonita, jovem e hidratada. São os alimentos que você consome regularmente que definem a aparência e qualidade do tecido cutâneo, não apenas em um mês, mas também em um, dois anos ou mais. A alimentação com perfil antioxidante é uma das principais formas de prevenção do envelhecimento, inclusive da pele, enquanto uma dieta rica em alimentos pró-inflamatórios pode causar diversas disfunções, desde acne ao aparecimento de rugas precoces”, afirma o médico nutrólogo Dr. Juliano Burckhardt, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da International Colleges for Advancement of Nutrology. A relação entre a alimentação e a qualidade da pele é tão importante que estudos nessa área são constantemente realizados para identificar as melhores maneiras de tratar o tecido cutâneo através da dieta. Por exemplo, um estudo publicado em março de 2020 na revista médica Skin Therapy Letter apontou as estratégias nutricionais mais recomendadas para combater os mecanismos envolvidos no envelhecimento da pele (oxidação, inflamação e glicação).

Através da revisão e comparação de outros estudos que se propuseram a identificar de que forma a alimentação impacta na saúde da pele, os pesquisadores do estudo foram capazes de criar uma espécie de guia alimentar que visa prevenir e tratar os processos de oxidação, inflamação e glicação, que figuram entre os principais causadores do envelhecimento precoce e são altamente influenciados pela dieta. Abaixo, o médico nutrólogo fala mais sobre os três principais tópicos a serem combativos por meio da alimentação:

Oxidação – “Um dos mais importantes mecanismos do processo de envelhecimento é o estresse oxidativo, que ocorre quando há uma produção exagerada de radicais livres pelo organismo que o nosso sistema antioxidante natural não é capaz de combater. Como resultado, os radicais livres promovem alterações nas funções das células, modificam o DNA celular e levam, inclusive, ao envelhecimento precoce, com aparecimento de manchas, rugas e flacidez – pela perda de função das proteínas de sustentação”, explica o Dr. Juliano. Esse processo é altamente influenciado por fatores como exposição solar desprotegida, tabagismo e poluição, mas a dieta também pode gerar radicais livres. Quer saber quais são os vilões? “Os alimentos de alto índice glicêmico, como carboidratos, farinhas e açúcares, são rapidamente digeridos pelo organismo e transformados em glicose no sangue, provocando assim um pico de glicemia. Para reequilibrar esse alto nível de glicose no sangue, o organismo aumenta a produção de moléculas que podem se transformar em radicais livres. Se o alto consumo de carboidratos é constante na alimentação, ocorre um processo denominado como estresse oxidativo, que desencadeia mais problemas, ao ativar diversas vias inflamatórias no organismo e contribuir para a inflamação crônica”, explica o médico nutrólogo.

Inflamação – Segundo o Dr. Juliano Burckhardt, a inflamação é um processo natural do organismo para se proteger. “O perfil inflamatório no organismo aumenta com uma alimentação pobre em fibras e proteínas e com alto consumo de alimentos ricos em gorduras trans, frituras de imersão, carboidratos de alto índice glicêmico. As vias inflamatórias são ativadas e podem desencadear diversos problemas de pele, desde irritação, vermelhidão até fraqueza da função de barreira, aumentando a suscetibilidade para o aparecimento de rugas. A inflamação constante por meio da dieta também está ligada a danos teciduais que estão envolvidos no surgimento de rugas, flacidez, manchas e linhas de expressão”, explica o médico nutrólogo.

Glicação – “Como se não bastasse, a hiperglicemia que favorece o estresse oxidativo também reage com as proteínas de sustentação do organismo, principalmente o colágeno, gerando o que chamamos AGE’s (produtos finais da glicação avançada) em um processo conhecido como glicação. Na glicação as moléculas de glicose se unem às proteínas de elastina e colágeno, responsáveis pela firmeza da pele. O açúcar faz com que essas proteínas se quebrem, o que aumenta o processo de envelhecimento da pele e a flacidez”, explica o Dr. Juliano. Nesse caso da glicação, é como se o açúcar endurecesse o colágeno, fazendo com que ele perca sua capacidade de sustentação e mobilidade.

De acordo com o médico nutrólogo, a melhor maneira de combatê-los é através da adoção de uma dieta balanceada com nutrientes específicos para neutralizar esses processos, o que foi definido pelo estudo. “Existem diversos alimentos que possuem capacidade antioxidante para combate do estresse oxidativo. Nutrientes como Vitamina C, Vitamina E, oligoelementos, selênio, zinco, carotenoides e polifenóis como resveratrol podem ser usados. Porém, ainda que nutrientes isolados sirvam como antioxidantes, o ideal é investir em alimentos que sejam ricos em uma grande variedade dessas substâncias. De acordo com o estudo, a categoria alimentícia que inclui temperos e ervas é a que contêm mais alimentos ricos em antioxidantes. Além disso, frutas vermelhas e vegetais de todas as cores, no geral, também figuram entre alimentos que contêm antioxidantes em quantidades médias e altas”, afirma o Dr. Juliano.

Para combater a inflamação, os pesquisadores desenvolveram um índice inflamatório alimentar que destaca os principais alimentos anti-inflamatórios. Alguns dos efeitos anti-inflamatórios mais potentes observados pelos estudiosos estavam presentes em alimentos como açafrão (cúrcuma), chá verde, chá preto, gengibre, alho e cebola. Nutrientes como fibras, magnésio, vitamina D e Ômega-3 também foram destacados pelos pesquisadores devido a seus efeitos anti-inflamatórios. “É possível acrescentar nessa lista também os alimentos e suplementos pré e probióticos, que melhoram o perfil inflamatório do organismo como um todo, por meio da manutenção da flora intestinal”, diz o médico.

Quanto aos efeitos da glicação na pele, é possível combater as diferentes fontes dos AGE’s, por meio de três diferentes focos: alimentos que não causem hiperglicemia, alimentos que limitem os processos bioquímicos da glicação e, por fim, ingestão limitada de AGE’s pré-formados. “As fibras são essenciais, além do consumo proteico adequado. Limitar os açúcares traz um efeito altamente benéfico”, diz o médico. Produtos integrais, leguminosas, frutas e verduras, fazem parte da estratégia que vai limitar a hiperglicemia. O estudo apontou também que alimentos como canela, alho, erva mate, tomate, gengibre, cominho, pimenta do reino e chá-verde possuem propriedades antiglicantes, sendo assim ideais para combater os processos bioquímicos de glicação. Além disso, é preciso evitar também alimentos ricos em gordura e proteínas, como certos tipos de carne e queijo, já que esses possuem grande quantidade de AGE’s pré-formados. “Para aqueles que desejam um envelhecimento saudável da pele e do corpo, o ideal é apostar em uma dieta que incorpore essas três estratégias, combatendo esses processos que são extremamente interligados. Porém, o acompanhamento médico é fundamental para a personalização e avaliação da necessidade, inclusive de suplementação, de cada paciente”, finaliza o Dr. Juliano.

FONTE:

*DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Nutrólogo e Cardiologista, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal, atuou e atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. O médico tem certificação Internacional pela Harvard Medical School, para tratamento da Obesidade. É diretor médico do V’naia Institute.