Yearbook Casa Vogue 2023 traz referências que perduram

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Publicação apresenta 31 projetos, distribuídos em cinco capítulos, além de entrevistas com ícones do design, da arte e da arquitetura

Maior e mais tradicional edição de Casa Vogue, o Yearbook 2023 chega às bancas de todo o país com uma seleção de projetos dos mais renomados escritórios de arquitetura, entre eles Sig Bergamin e Murilo Lomas, João Armentano, Bernardes Arquitetura, Carlos Rossi, Fábio Morozini, entre outros. Em sua 32ª edição, a publicação – antes chamada de Especial Arquitetos, Decoradores e Paisagistas – terá 228 páginas, capa dura e papel premium. A intenção foi transformá-la num livro, como um “item de colecionador” para ser deixado à mostra na sala ou no escritório.

Outra relevante mudança no Yearbook foi a inclusão de um capítulo dedicado aos Empreendimentos Imobiliários. As outras quatro modalidades em que os projetos estão divididos são: ApartamentosMoradas UrbanasRefúgiosProjetos Comerciais. Além da alteração no material, o anuário de 2023 também conta com matérias atemporais aprofundadas e entrevistas com ícones do universo do morar, com grau de perenidade maior do que o da revista publicada mensalmente.

E como não poderia deixar de ser, a capa que ilustra a edição – produzida pela equipe de estilo de Casa Vogue – pode ser conferida em detalhes no Decor Stories. No conceito, misturas nada óbvias de estampas foram espalhadas por tapetes, tecidos e papéis de parede.

Já a seção Casa Vogue Ama, intitulada Pacto Artesanal, traz um contraponto entre peças colecionáveis, produzidas manualmente a partir de técnicas e materiais distintos. Entre os quais, madeira, renda, tapeçaria e crochê.

Em seguida, o primeiro terço do volume reúne cinco reportagens com personagens de posição elevada no design, na arte e na arquitetura. São profissionais, obras e legados a quem sempre se retorna em busca de inspiração e conhecimento. Um deles é Geraldo de Barros (1923-1998), cujo centenário é comemorado este ano. Considerado um artista multimeios, experimentador e inquieto, mergulhou em cada manifestação artística de seu tempo com afinco e dedicação, mantendo olhos sempre abertos para as agruras sociais dos brasileiros. Suas obras disponíveis ainda hoje – desenhos, pinturas, telas de laminado, fotografias, gravuras – estão sob a tutela da galerista Luciana Brito, numa relação que ultrapassa 20 anos.

Na sequência, uma entrevista com a holandesa Li Edelkoort, feita por Lili Tedde, que cuida do estúdio da artista na América do Sul. Dona de uma das sensibilidades mais aguçadas do planeta para prever tendências, a trend forecaster afirma que o caminho para o futuro passa pela valorização de tudo o que é orgânico, pela exaltação da beleza como instrumento de cura e pelo olhar para nossas próprias origens. Segundo ela, “chegou a hora de o Sul dar as cartas no tabuleiro da criatividade global”. Ativista, educadora e curadora, radicada na França, Li é conhecida por trabalhar com imagens impactantes e por se expressar de forma simples e forte, incapaz de deixar dúvidas sobre suas ideias e ideologias.

Outra entrevista de peso é com o arquiteto português Álvaro Siza. Perto de completar 90 anos, ele se mantém como referência suprema. Em trechos inéditos da entrevista que deu origem ao documentário Paisagem Concreta, com roteiro e direção de Laura Artigas, o arquiteto fala sobre sua trajetória, a relação com o Brasil e o belo como elemento substancial na arquitetura. Ótimo contador de histórias, Siza fala com o tom de voz seguro de uma vida vivida intensamente. Nas entrelinhas, às vezes, há ironia fina e sagaz.

Intitulado de Caminhos Possíveis, o bate-papo com o diplomata André Corrêa do Lago revela sua ampla experiência como negociador na área ambiental – conhecimento especialmente valioso hoje – e a trajetória paralela como curador e crítico de arquitetura. Primeiro brasileiro a integrar o júri do Prêmio Pritzker, ele está no centro das discussões sobre como tornar as construções e as cidades mais sustentáveis. Instalado na Índia como embaixador desde 2019, André conversou com a Casa Vogue na expectativa de assumir o cargo de secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty. Isso significa retornar ao Brasil depois de anos no exterior.

A última entrevista da seção é com Alberto Renault, escritor, roteirista, cenógrafo, diretor de teatro e TV brasileiro. Ele fala sobre as particularidades do morar retratadas em seu livro Fotos Caseiras. A obra reúne imagens de construções, a maioria residências filmadas pelo diretor para programas que criou e dirigiu, como “Casa Brasileira”, “Morar”, “Morar Mundo”, “Lar, Vida Interior” e “Arte Brasileira”, entre outros, todos para o canal GNT.

Em Destino, Casa Vogue traz uma matéria especial sobre a Ilha do Ferro, um povoado com 500 habitantes, localizado em Alagoas, que nos últimos anos consolidou-se como um dos grandes polos de artesanato e arte popular do país. Motivo pelo qual tem atraído visitantes interessados em conhecer os ateliês da região, além de vivenciar a autenticidade local e a hospitalidade de seus moradores.

Fechando a edição em grande estilo, Last Look traz a instalação AoRedor de uma Árvore, do arquiteto e artista paranaense Gustavo Utrabo, inaugurada em fevereiro no jardim do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. A obra, um pequeno “pavilhão-escadaria” metálico e aberto, foi erguida literalmente em torno de uma árvore.

Yearbook 2023 de Casa Vogue ficará disponível nas bancas por três meses.

 

crédito foto: Rogério Cavalcanti