Súbita segue em cartaz com o Projeto Habitat

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Companhia apresenta, de quinta a domingo, dois solos, com Pablito Kucarz e Conde Baltazar. Entrada franca

Paternidade, família e as cicatrizes são temáticas presentes nos dois solos que a Súbita Companhia de Teatro apresenta de 21 a 24 de novembro, dando continuidade à temporada gratuita dos solos do Projeto Habitat, na Alfaiataria. Em uma “Uma História Só”, Conde Baltazar investiga a paternidade, enquanto Pablito Kucarz joga suas atenções para as cicatrizes, no solo O Arquipélago.

Baltazar sobe ao palco às 20h, de quinta a sábado e às 19h no domingo. Kucarz fará apresentações às 21h, de quinta a sábado, e às 20h no domingo.

Os dois trabalhos trazem a assinatura de Maíra Lour na direção e fazem parte da produção mais recente da Súbita. Composto ao todo por seis solos, cuja dramaturgia partiu de cada ator, o Projeto Habitat já foi apresentado no Festival Internacional de Londrina (FILO) e nas cidades de Maringá e Ponta Grossa.

“Uma história só” fala sobre paternidade e conflitos de gerações ao contar sobre um filho que repete uma história do pai, que já repetira a história do avô. O filho, no entanto, explica o ator, quando se vê pai é transformado por sua filha. “E quando entra o feminino nessa história essas gerações vivem uma mudança, regida por uma outra força. Meu solo fala sobre repetição de padrões e sobre como os repetimos sem saber porque. É ficção, mas também tem um pouco de realidade”, adianta.

Ao começar o processo de O Arquipélago, Kucarz tinha alguns desejos, como o de comunicar de maneira universal. Escolheu o caminho das metáforas e nesta busca chegou nas cicatrizes. “Tenho algumas e gosto delas, pois são âncoras para lembrar de passagens importantes”, diz ele que para contar a história de suas cicatrizes brinca com a ficção. Um flerte com o realismo fantástico também ajuda a distanciar de si mesmo e deixa a imaginação mais fresca para espectador. Outro desejo de Kucarz era falar sobre a história de sua mãe, que ao acompanha-lo em uma viagem topou o desafio de uma oficina de teatro para mulheres com mais de 65 anos. “Foi um movimento muito poderoso. Achei sensacional ver aquelas mulheres contando suas histórias, ajudei minha mãe no texto dela e isso me inspirou muito”, comenta. Assim, ele chegou à metáfora da família como um arquipélago, cada um com suas histórias e de alguma forma juntos, mesmo com cisões e embates naturais.

“Vou alinhavando minhas cicatrizes com as de várias pessoas e assim homenageio minha mãe, minha família, os atores, a equipe criativa da Súbita. Vou costurando uma grande rede de marcas e memórias que merecem ser lembradas e celebradas”, conta ele, sobre o processo de criação que se transformou também em uma caminhada de cura.

A temporada com os solos do Projeto Habitat encerra as atividades de 2019, mas as comemorações de aniversário da companhia seguem até 2020, com estreia de espetáculos novo, inclusive.

O projeto tem o Incentivo do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, o Profice, da Secretaria da Comunicação Social e da Cultura, Governo do Paraná com apoio da Copel.

Em seus 12 anos, a Súbita realizou 14 espetáculos, 04 cenas curtas, 02 curta metragens, mostras, encontros de investigação artística, residências e workshops. A Súbita é: Alexandre Zampier (Conde Baltazar), Cleydson Nascimento, Helena de Jorge Portela, Janaína Matter, Maíra Lour, Michele Menezes, Pablito Kucarz e Victor Schuhli.

Serviço: Temporada de Repertório: Projeto Habitat

Local: Alfaiataria (Rua. Riachuelo, 274).

Ingressos: Gratuito

Informações:www.subitacompanhia.com.br

21 a 24/11: às 20h, de quinta a sábado e às 19h no domingo

UMA HISTÓRIA SÓ/ CONDE BALTAZAR

Meu corpo é uma casa que é vizinha da casa do meu filho. Um homem, um pai, conta através do seu corpo esburacado, sua relação com a infância, seu pai, seu avô… Um buraco que começou pequeno, uma falta quase invisível e a ausência se instalou na carne e o silêncio se tornou uma mochila para guardar as memórias dos dias. A paternidade é esse labirinto infinito.

Ficha Técnica

Direção: Maíra Lour Dramaturgia de Performance: Conde Baltazar Orientação em Dramaturgia: Camila Bauer Interlocução artística: Gladis Trdapalli Assessoria em Dramaturgia: Ligia de Souza Oliveira Treinamento de voz: Babaya Trilha Sonora/Desenho de som: Álvaro Antonio Cenário: Guenia Lemos Iluminação: Beto Bruel Figurinos: Val Salles Direção de Produção: Michele Menezes. Classificação 16 anos.

 

21 a 24/11: às 21h, de quinta a sábado e 20h no domingo

O ARQUIPÉLAGO/ PABLITO KUCARZ

O arquipélago leva à cena a história de sua mãe. Uma mulher comum, como diversas outras mães que abandonaram sua casa muito jovens para trabalhar na cidade grande. Também se permite questionar esta história quando se confronta com temas como preconceito, bullying, machismo e violência. Com tom suave, a narrativa tem ares de fábula pessoal ao lançar mão de metáforas poderosas: a família que é um arquipélago, juntos, porém separados pela água salgada; o garoto mariposa, agredido por ser diferente dos outros garotos; a pedra lançada como um projétil que ao invés de ferir prefere dançar.

Ficha Técnica

Direção: Maíra Lour. Dramaturgia de Performance: Pablito Kucarz. Orientação em Dramaturgia: Camila Bauer Interlocução artística: Lígia Souza Oliveira Colaboração movimento: Ane Adade Assessoria em Canto: Paola Pagnosi Treinamento de voz: Babaya Trilha Sonora/Desenho de som: Álvaro Antonio Cenário: Guenia Lemos Iluminação: Beto Bruel Figurinos: Val Salles Direção de Produção: Michele Menezes. Classificação 16 anos.

crédito foto: Fabio Alcover