Perdas no varejo, muito além do estoque

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Anderson Ozawa* 

As transformações que o varejo vem atravessando nos últimos anos, alavancadas no período da pandemia, também afetam a prevenção de perdas. Em determinado momento, as perdas de estoque eram as únicas no foco do varejista. Não por menos, uma vez que em valores representam uma grande parte do capital investido das empresas.

Entretanto, as outras perdas que sempre afetaram o negócio dificilmente estiveram no radar da estratégia de prevenção de perdas. E isso, limitou, e muito, sua importância nas empresas. Então, em meio a um período de vendas baixas, onde cada centavo tornou-se importante, as demais perdas, financeiras, comerciais, administrativas, legais e de produtividade, saltaram nos resultados.

Cashback e negociações com fornecedores que incorrem em juros são alguns exemplos de perdas que afetam os negócios e ainda não têm atuação da prevenção de perdas. Com uma estratégia e atuação focada nelas, as empresas conseguem atuar na revisão e controle dos processos através da identificação dos pontos de risco para implementação de controles mitigatórios.

Isso significa que a prevenção de perdas passa a ser figura obrigatória em novos projetos, justamente para contribuir na otimização das perdas e, consequentemente, na maios rentabilidade dos negócios. Muitas vezes, a prevenção de perdas é chamada somente quando as perdas propriamente ditas ultrapassam os níveis de aceitação. Nesse momento, é um trabalho reativo e não preventivo, e a empresa já jogou alguns milhares de reais fora.

Por mais que o pensamento seja ágil, não se pode desistir de ter a prevenção de perdas em seu negócio. Um MVP (produto mínimo viável) que traz um prejuízo para a empresa não pode ser visto como algo aceitável. Dedicar um tempo para a análise dos pontos de risco é inevitável para prevenir, por exemplo, impactos financeiros e de imagem, entre outros.

Com o foco na atuação em diversos canais, as vendas online e as entregas tornaram-se os focos das empresas. E a contrapartida disso são as perdas financeiras, como a fraude amigável, as avarias, extravios ou consumo nas entregas. A prevenção de perdas atua, então, como área que vai modelar esses cenários e recomendar os ajustes nos processos e os controles necessários.

A utilização de soluções tecnológicas no processo de compra online, como as de análises de score, sites seguros, validação de vendas, por exemplo, deve sim estar cada vez mais presente. Da mesma forma, é imprescindível ter o controle das entregas por geolocalização, roteiro definido, análise de tempos de entrega padrão x tempo de entrega real, e outros mais. Cada detalhe na operação é fundamental.

Assim, constatamos que a abrangência da atuação da prevenção de perdas contempla seis tipos diferentes de perdas – estoque, financeiras, administrativas, legais, comerciais e de produtividade -, que quando somadas podem afetar a lucratividade das empresas de forma significativa, além dos impactos indiretos e intangíveis, como imagem, recompra ou fidelidade, fluxo de caixa e outros.

Entender melhor o conceito de governança operacional e adotar no planejamento estratégico do negócio, significa uma ação madura para garantir a sustentabilidade, eficiência e perenidade da empresa.

É hora de colocar as mãos na massa e bons negócios!

*É diretor da AOzawa Consultoria, especialista em governança Operacional e Corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”

SOBRE A AOZAWA CONSULTORIA (www.aozawaconsultoria.com.br)

Fundada em 2013 pelo professor Anderson Ozawa, a Aozawa Consultoria atua com o objetivo de auxiliar na proteção e aumento dos lucros nas empresas. Ela oferece consultoria, assessoria e serviços para gestão de prevenção de perdas, eficiência operacional, tecnologia, inovação e desenvolvimento humano, com foco de atuação no varejo, em todos os seus segmentos.

Foto de Blake Wisz na Unsplash