Os desafios da introdução alimentar em crianças com Síndrome de Down

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Causada pela presença de três cromossomos 21 nas células de um indivíduo, a síndrome de Down, têm 47 cromossomos em vez de 46 como a maior parte da população, o que faz com que ela possua algumas características diferentes. Estima-se que um em cada 700 nascimentos possui a trissomia do cromossomo 21 e embora possuam características físicas e intelectuais semelhantes, carregam semelhanças físicas dos seus familiares, além de adquirirem comportamentos do meio em que vivem.

Pessoas com necessidades específicas como a síndrome de Down, podem desenvolver algumas limitações por conta das condições genéticas. Crianças, por exemplo, podem apresentar hipotonia orofacial e podem ter mais dificuldade em desenvolver uma mastigação efetiva, o que faz com que se torne seletiva com os alimentos, e em casos mais graves, recusando-se a ingerir com alimentos sólidos. Por conta disso, é extremamente importante iniciar um trabalho para para adequar o sistema sensório motor oral e aceitar diversas texturas em sua boa, principalmente alimentos mais duros e sólidos.

A criança com síndrome de Down pode apresentar acometimentos motores e funcionais graves em regiões relacionadas ao processo da deglutição em decorrência das características morfológicas. Outro fator é que em muitos casos, a exposição frequente a cirurgias corretivas de defeito cardíaco congênito podem possuir complicações e necessitarem de ventilação, internação por período prolongado, uso de sonda para alimentação, entre outros. Essas tornam-se condições de risco para problemas de disfagia, podendo causar déficits nutricionais, desidratação, comprometimento sensório-motor e aspiração traqueal, a qual representa risco para o estado de saúde geral do paciente.

Embora a recusa seletividade alimentar não seja uma característica exclusiva das pessoas com Síndrome de Down, essa é uma dificuldade de muitos pais no período da introdução alimentar. De acordo com a dra. Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral, com experiência em recusa alimentar, existem vários fatores capazes de prejudicar essa fase, porém com crianças que tem a trissomia há fatores fisiológicos. “Tenho um caso prestes a receber alta de uma criança com down que se alimentava com todos os alimentos, porém em sopas e bem triturados. Cozidos e cortado em pedaços não aceitava. Com o tratamento passou a mastigar e já aceita os alimentos fibrosos e duros. Um alívio para os pais que já não encontravam soluções efetivas” – comenta.

É importante ressaltar que pessoas com 47 cromossomos fazem exatamente as mesmas coisas que as que possuem 46 cromossomos (estudam, trabalham, brincam, entre outros), elas apenas possuem características diferentes e devem ser tratadas normalmente como qualquer outro ser humano. Porém, como possuem problemas relacionados ao processo da deglutição em decorrência das características morfológicas, é muito importante que os pais iniciem o tratamento de dificuldade alimentar com a supervisão de um profissional, para que possam se desenvolver e obter a qualidade de vida que necessitam.

Para que a experiência da criança com down seja agradável a Dra. Carla criou em seu consultório um ambiente com diversos recursos que atraem a atenção e despertam a curiosidade da criança, inclusive uma cozinha dando a ela autonomia para conhecer o alimento e ressignificá-lo em sua vida de forma respeitosa e confortável, criando junto com eles receitas deliciosas como sorvetes, bolinhos entre outras delicias que garantem resultados incríveis na jornada da introdução alimentar.

Para conhecer o trabalho da Dra. Carla Deliberato (CRFa 2-13919) acesse:

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Photo by Nathan Anderson on Unsplash