Orgânico? Biodinâmico? Natural? Vegano? Entenda as diferenças e particularidades de cada tipo de vinho

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O sommelier Eduardo Araújo, sócio da importadora Cellar Vinhos, esclarece conceitos que ganham força no universo dos vinhos

O dinâmico universo dos vinhos está em constante evolução e novas tendências surgem a todo momento, ganhando força não só no mercado internacional, mas também no Brasil. Em meio a tantos novos conceitos, pode ser difícil acompanhar e entender as particularidades e diferenças de cada estilo de produção dos vinhos. O sommelier Eduardo Araújo, sócio da importadora Cellar Vinhos, explica as vantagens e propriedades de cada categoria.

“Esse é um assunto que causa muita confusão, até por existirem poucas regras e legislações, que ainda mudam em cada país”, comentou o sommelier. Mas ele ressalta que é importante ter em mente que o vinho é um fermentado de uva e ponto final. Porém, em produções convencionais, as vinícolas podem utilizar cerca de 300 compostos e insumos enológicos, além de pesticidas, fungicidas, herbicidas e, inclusive, compostos sintéticos (como fertilizantes) em seus vinhedos.

Na metade do século XX, movimentos surgiram propondo um plantio mais sustentável, que trouxesse menor impacto à natureza, além de resultar em vinhos mais puros, mais reais e que refletem totalmente seu terroir. “Esse movimento ganhou força principalmente na França, com produtores expoentes como Jean-Baptiste Souillard, que tem rótulos comercializados no Brasil com exclusividade pela Cellar Vinhos”, contou Eduardo. Assim ganhou força a tendência de vinhos orgânicos, produzidos a partir de vinhedos que não fazem uso de agrotóxicos ou fertilizantes.

Muitos confundem os vinhos orgânicos com biodinâmicos, mas embora tenham similaridades, os dois estilos de produção se diferenciam em alguns pontos. Os vinhos biodinâmicos seguem os preceitos de Rudolf Steiner, filósofo austríaco que, na década de 1920, defendeu a ideia de uma unidade viva, onde tudo deve ser respeitado, enxergando uma conexão entre o solo, a flora, a fauna e até mesmo os astros. “O que ele fez foi nada mais do que olhar para os nossos antepassados, que se guiavam pela lua para definir o melhor momento de colheita, de poda e etc, e a partir disso começou a criar ciclos naturais, com base em conhecimentos empíricos”, explicou o sommelier. De forma simples, os vinhos biodinâmicos se diferenciam dos orgânicos, já que além de não utilizarem compostos químicos em sua produção, também levam em conta fatores como o calendário lunar e a astronomia.

E os vinhos naturais? “Produtores que se auto-intitulam naturais basicamente não adicionam e nem retiram nada de seus vinhos. Esse conceito de vinho natural é um tema um tanto polêmico e complexo, que está começando a ser regulamentado na França agora, o que gera protestos de alguns produtores, que querem se livrar de regras e ter mais criatividade na produção, deixando a natureza falar por si só”, contou Eduardo. Os vinhos naturais utilizam de técnicas artesanais centenárias, sem recursos tecnológicos, mas essa é uma tendência que ganhou força nas últimas décadas. Esses pequenos produtores não utilizam qualquer intervenção em seu processo, desde o cultivo do vinhedo até a conservação do produto, ou seja, são totalmente orgânicos e ainda não apresentam quaisquer insumos vitícolas ou compostos adicionais.

Por fim, Eduardo ressalta mais uma tendência recente no universo dos vinhos, que é a busca por rótulos veganos. “Um fato curioso é que na produção de um vinho, comercial ou não, podem ser utilizados diversos elementos de origem animal. Alguns são muito comuns e usados há séculos no processo de clarificação, como a clara do ovo, e outros mais atuais como o Isinglass, similar ao colágeno, retirado da bexiga natatória seca dos peixes, além da caseína e gelatinas”, explica. “Apesar disso, não é incomum um vinho ser vegano, já que muitos produtores são menos intervencionistas e utilizam processos naturais de clarificação ou elementos de outras procedências, como carvão ativado e até mesmo algas marinhas”, complementou o sommelier. Sendo assim, é comum encontrar no contrarrótulo de alguns vinhos a informação “não filtrado / não clarificado” ou até mesmo a certificação de produto vegano.

Para aqueles que se interessam ou se preocupam com o processo de produção por trás dos vinhos que consomem, a Cellar é o destino certo. A importadora busca trabalhar com pequenos produtores que respeitam ao máximo a matéria-prima e o terroir, consequentemente boa parte do portfólio é de vinhos naturais, biodinâmicos ou orgânicos.

Sobre a Cellar Vinhos

A Cellar foi fundada em 1995 e é reconhecida hoje por ter um dos melhores portfólios de vinho do Brasil. Em 2019, a Cellar foi adquirida por um novo time de sócios, que vêm aumentando o portfólio e modernizando a empresa. Assim como nossos produtores, somos movidos à paixão absoluta pelo vinho e nossa missão é transformar o mercado levando conhecimento, paixão e emoção para a vida das pessoas. Nosso grupo de especialistas realiza uma curadoria criteriosa de produtores de vários países para trazer os melhores vinhos ao Brasil. Sempre de forma exclusiva, sem intermediários e com todo o cuidado que este produto mágico merece. Mais informações em site.