ONG brasileira recebe prêmio Responsabilidade Social do Ano pela Brazilian-American Chamber of Commerce

IPTI (Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação), liderado por Saulo Barretto, será homenageado em cerimônia que acontece em Nova York, no dia 9 de maio

No próximo dia 9 de maio acontece a cerimônia de premiação da Brazilian-American Chamber of Commerce, em Nova York. Na data, o IPTI (Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação) receberá, pelas mãos de seu cofundador Saulo Barretto, o prêmio de Responsabilidade Social do Ano.

O evento, que é realizado anualmente desde 1970, premia líderes e projetos brasileiros e americanos de destaque e que foram fundamentais para estreitar laços entre as duas nações. Neste ano, a Brazilian-American Chamber of Commerce homenageia, através do prêmio Person of the Year, a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, e a executiva Ginni Rommety, da IBM.

Fundado em 2003, em São Paulo, o IPTI (Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação) é uma instituição sem fins lucrativos de arte, ciência e tecnologia, especializada na geração de Tecnologias Sociais.

Tecnologias Sociais são soluções para problemas sociais construídas de maneira participativa com a comunidade local, associando o conhecimento científico e tecnológico e o conhecimento das pessoas que vivenciam o problema. Entre seus diferenciais, estão pontos como eficácia, escalabilidade, sustentabilidade e o pleno protagonismo das comunidades.

Em 2010, o IPTI mudou sua sede para Santa Luzia do Itanhy, um dos municípios mais pobres do Brasil, localizado no sul de Sergipe, para se dedicar à construção de um modelo de superação do problema da perpetuação da pobreza (The Human Project), baseado na geração de Tecnologias Sociais voltadas a enfrentar os principais fatores que reforçam a armadilha da pobreza, numa estratégia de atuação sistêmica e evolutiva.

Hoje o IPTI conta com a parceria de grandes empresas, como Bayer, Ambev, BTG Pactual, XP, Fundação Telefônica, Siemens, Instituto Oi Futuro, Fundação Banco do Brasil, Microsoft, entre outras. O público atendido é formado, principalmente, por crianças e adolescentes que moram em regiões remotas, muitas vezes rurais, com baixa perspectiva de desenvolvimento.

Nestes 12 anos de atuação do instituto em Santa Luzia do Itanhy, cerca de 40 mil pessoas já foram impactadas diretamente. Atualmente o IPTI tem 11 tecnologias em fase de escalabilidade, das quais 6 já em fase de sustentabilidade, com replicações em 40 municípios de 8 estados brasileiros, e 10 tecnologias em fase desenvolvimento.

Um dos projetos mais importantes é o Synapse, cujo objetivo é melhorar a qualidade da alfabetização. O Synapse foi construído por professores de escolas municipais, em parceria com especialistas em neurociências e educação, e hoje beneficia professores e alunos de 27 municípios, de 4 estados brasileiros, envolvendo mais de 1.000 professores e 20 mil alunos, e muitos destes professores se uniram em torno da Rede de Professores Synapse, uma iniciativa empreendedora por uma alfabetização de qualidade para todas as crianças do Brasil. Outro destaque é o projeto Arte Naturalista, que selecionou jovens talentos em técnicas de ilustração, que depois se tornaram professores de arte nas escolas locais, reaplicando o conhecimento para mais de 1.800 alunos, sendo que alguns deles construíram um negócio social business – Casa do Cacete, reconhecido nacionalmente por parcerias com marcas como Osklen Morena Rosa e Insecta Shoes.

“Aos poucos temos provado que as soluções para superarmos um histórico de desigualdade social no Brasil precisam ser construídas em parceria com aqueles que mais profundamente vivenciam tais dificuldades, na perspectiva de que eles gerem inovações que sejam adequadas e factíveis dentro do contexto em que vivem e que também possam atuar como multiplicadores do conhecimento. Paralelamente temos consolidado o The Human Project como um modelo surpreendente e eficaz de superação da armadilha da pobreza e atraindo o interesse do setor privado, que já percebeu precisa mudar suas estratégias de investimento social privado, para ser capaz de realmente gerar legado social onde atua”, diz Saulo Barretto.

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