Novembro Azul: assintomático, câncer de próstata pode afetar fertilidade masculina

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Tanto a cirurgia para remoção da glândula quanto os tratamentos de radio e quimioterapia afetam a função de produzir compostos importantes que nutre espermatozoides. Congelamento do sêmen preserva a capacidade reprodutiva

Depois do Outubro Rosa, é hora de reforçar as medidas de prevenção voltadas para a saúde do homem no Novembro Azul, lembrando da importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata – o segundo mais comum entre os homens no Brasil. Mas o que nem todo mundo sabe é que esse tipo de câncer, que é assintomático nos casos mais leves, pode afetar também a fertilidade masculina. “Tanto o câncer quanto os possíveis tratamentos (cirurgia, radioterapia e quimioterapia) afetam a função da glândula masculina. Ela é responsável por produzir compostos importantes do líquido seminal que nutre os espermatozoides”, afirma o Dr Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. “Hoje temos meios de preservar a capacidade reprodutiva, através da retirada de sêmen para congelamento de espermatozoides antes do início do tratamento oncológico”, completa o médico.

De acordo com o especialista em reprodução humana, a preservação da possibilidade de ter filhos no homem é mais fácil do que na mulher – e não atrasa o tratamento contra o câncer. “Para a preservação do espermatozoide, é necessário apenas a masturbação (método não-invasivo), de preferência em várias amostras. Então, é feita a criopreservação (congelamento) do sêmen, antes do início do tratamento contra o câncer. Caso o homem não consiga ejacular, os espermatozoides podem também ser retirados diretamente dos testículos, com uma simples agulha ou uma pequena cirurgia”, diz o médico. Com relação às crianças que ainda não ejaculam, a única forma é o congelamento de fragmentos dos testículos.

Isso deve ser feito, porque segundo o médico, a cirurgia retira a próstata, afetando a produção do líquido seminal e deixando o homem infértil. “Já nos casos de radio e quimioterapia, o tratamento pode eliminar a produção dos espermatozoides, o que dificulta a reprodução”, explica.

Dados – Segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), a estimativa de novos casos para 2020 é de 65.840. Somente em 2018, 15.576 homens morreram com a doença. Os sintomas deste tipo de câncer costumam aparecer apenas em estágios avançados da doença. “Além do exame de toque, o exame de sague que dosa a quantidade de PSA (Antígeno Prostático Específico) é fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de próstata”, diz o médico. Entre os fatores de risco, estão: obesidade e histórico familiar. Alguns sinais de alerta incluem: dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite e sangue na urina.

FONTE: *DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa