Nova febre em cosméticos e procedimentos estéticos, peptídeos ajudam a tratar rugas e manchas

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Com atuação avançada para combater os sinais do envelhecimento, capazes até de protegerem os telômeros (considerados a chave para frear o envelhecimento) e o DNA celular, os peptídeos são as apostas das formulações e de procedimentos de ponta

Vitamina C, Ácido Hialurônico, Niacinamida, Resveratrol, enfim, esses ativos são verdadeiros clássicos e estão presentes em diversos cremes e dermocosméticos para ajudar na ação rejuvenescedora. No entanto, mais recentemente, as atenções foram voltadas aos peptídeos, uma classe de ativos cosméticos com atuação impactante no rejuvenescimento. “Peptídeos são sequências de aminoácidos que podem ser naturais ou sintéticos, e podem ser definidas também como proteínas fragmentadas. Esse é um dos ativos definidos como ‘biomiméticos’, ou seja, que imitam as estruturas naturais da pele. No segmento cosmético, são utilizados peptídeos com estruturas muito pequenas, pois o tamanho pode influenciar na penetração do ativo na pele”, explica Maria Eugênia Ayres, farmacêutica e gestora técnica da Biotec Dermocosméticos. Como os peptídeos são partículas pequenas, eles podem ser absorvidos melhor e mais rapidamente pelo nosso organismo.

Existem muitos tipos de peptídeos e eles são classificados de acordo com o número de aminoácidos presentes nas moléculas: dipeptídeo (formado por dois aminoácidos), tripeptídeo (formado por três), tetrapeptídeo (quatro), oligopeptídeo (de quatro até 50 aminoácidos) e polipeptídeo (formado por mais de 50 aminoácidos – categoria da qual fazem parte as proteínas, constituídas por um grande número de aminoácidos).

O peptídeo é uma tecnologia muito moderna que melhora o processo de reparação da pele e estimula a produção de proteínas para deixar a pele profundamente e verdadeiramente tratada. “Como os peptídeos são ativos que imitam processos naturais da pele, são indicados para inibir a degradação de colágeno, estimular a renovação celular, regular a produção de sebo, equilibrar a produção de melanina e proteger a pele de agressões externas”, conta. “Eles são uma ótima alternativa para o tratamento tópico. Eles ainda podem melhorar a hidratação cutânea e a textura da pele, diminuir a irritação e ajudar na recuperação da barreira cutânea, além da ação antienvelhecimento devido ao efeito antioxidante”, completa Maria Eugênia.

Para o skincare, é possível pensar em associações de ativos renovadores, iluminadores e despigmentantes. “Outra possível associação seria de ativos hidratantes com produtos antiaging. O ativo Beta-White, um peptídeo biomimético que atua no MITF (gene que regula a expressão de múltiplos genes de pigmentação), reduzindo a formação de manchas e permitindo um clareamento máximo com efeito de luminosidade, pode ser associado ao Hyaxel, potente agente antiaging composto por Ácido Hialurônico (AH) de baixo peso molecular vetorizado pelo Silício Orgânico (Silanol), cuja função é intensificar a renovação epidérmica (efeito retinoic-like). Para um efeito well-aging, o ativo Progeline pode ser usado; ele é um peptídeo biomimético derivado da Elafina, que inibe a progerina, uma enzima que é um biomarcador do envelhecimento. Com essa abordagem, Progeline consegue agir em diferentes causas do envelhecimento cutâneo, devolvendo a pele mais vitalidade e força, trazendo assim sua ação remodeladora facial. Ele pode ser associado ao Ascorbosilane C, uma molécula de Vitamina C vetorizada pela molécula do Silanol” explica Maria Eugênia.

O movimento pela inclusão de peptídeos em produtos de cuidado com a pele é universal. O procedimento HydraFacial, que chegou ao Brasil no ano passado, com a proposta personalizável de hidrodermoabrasão, sendo capaz de conferir a melhor pele da sua vida, usa os peptídeos em algumas etapas do tratamento. “O HydraFacial promove melhora instantânea da qualidade da pele, auxiliando na uniformização do tom e da textura e no aumento da firmeza, viço, maciez e brilho da pele graças a patenteada tecnologia Vortex-Fusion®️ presente nas ponteiras, que possui um design espiral exclusivo capaz de gerar um efeito de vórtice que, combinado a tecnologia de sucção a vácuo do equipamento, consegue expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto fornece soluções hidratantes”, explica a dermatologista Dra Mônica Aribi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. A experiência conta com a solução antioxidante Antiox+, que conta com uma mistura de multipeptídeos e antioxidantes feita para reduzir o aparecimento de linhas finas e melhorar a hidratação e a elasticidade; além disso, pode ser personalizada com o booster Dermabuilder, rico em peptídeos capazes de reduzir linhas finas e melhorar a elasticidade da pele.

No Brasil, existem tecnologias capazes até mesmo de conferir efeito protetor aos telômeros. Eles também estão presentes em suplementos orais que trazem benefícios à pele. Maria Eugênia cita o Glycoxil, peptídeo derivado da carcinina que possui ação antiglicante, impedindo que a glicação (ligação da molécula de açúcar ao colágeno com consequente endurecimento das fibras de sustentação) ocorra, desglicante (promovendo a separação da glicose das fibras de colágeno e elastina), e antioxidante, combatendo a ação dos radicais livres. “Dessa forma, este ativo atua em todas as fases da glicação, ajudando assim, na prevenção do envelhecimento precoce dos tecidos e na manutenção da saúde da pele”, diz Maria Eugênia.

Com o avanço da tecnologia, a farmacêutica conta que peptídeos nos trarão formulações com ação prolongada, melhor absorção e sensorial sofisticado. “Além disso, permitirão a entrega de ativos necessários para cada situação. Por exemplo um produto à base de peptídeos para alisar ou colorir o cabelo que fará efeito sem a necessidade de abertura de cutículas desse fio, minimizando, portanto, a perda de água e consequentes danos à estrutura da fibra capilar. Peptídeos também serão grandes aliados da Epigenética nos tratamentos ultrapersonalizados”, finaliza a farmacêutica.

FONTES:

*MARIA EUGENIA AYRES: Graduada em Farmácia Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz com Pós-Graduação em Farmacologia Clínica. Atua no Setor Magistral desde 2000 onde atualmente é Gestora Técnica da Biotec. CRF 33.424.

*DRA. MÔNICA ARIBI: Dermatologista, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e International Fellow da Academia Americana de Dermatologia. A médica é Mestra em Ciências da Saúde pelo IAMSPE, Membro Internacional da European Academy of Dermatology and Venerology e Coordenadora do Setor de Cosmiatria do Hospital Ipiranga. Precursora em Tecnologias Dermatológicas, também é palestrante nacional e internacional em vários congressos da área de Dermatologia e especialidades afins. CRM: 53.387 | RQE: 35.101. Instagram: @dramonicaaribi