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Trabalho online na pandemia acelera o vencimento da lente. Uso fora da validade causa 45% das complicações

Antes da pandemia 3% dos brasileiros com carteira assinada realizavam trabalho remoto. Entre abril e junho do ano passado esta parcela passou para 16%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Covid-19 (PNAD) do IBGE. Relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostra que no restante da América Latina de 20% a 30% dos assalariados passaram a trabalhar em casa. A agência assinala que a falta de controles pode levar a uma sobrecarga profissional que interfere na produtividade.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier o olho é o órgão mais afetado pelo trabalho online. Isso porque, é bombardeado por 16,7 milhões de cores geradas pelas telas. Toda esta variação de luminosidade sobrecarrega a musculatura que regula a entrada de luz até a retina, nervo óptico e cérebro onde se formam as imagens. “O olho também fica mais exposto às agressões externas. Normalmente piscamos 20 vezes/minuto. Na frente do munitor de 6 a 7 vezes”, afirma. “Por isso, quem diariamente passa muitas horas online sente dor de cabeça, olho seco e visão embaçada. Estes sintomas atingem 30% das crianças, 75% dos que têm até 40 anos e 90% dos que estão acima dessa idade”, salienta.

Lente de contato

O problema é que a estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) do que o médico faz parte, é de que no Brasil metade da população tem alguma dificuldade para enxergar que pode ser solucionada com óculos ou lente de contato.

Desses 8,4 milhões usam lente de contato para corrigir a visão e 40% deles não têm óculos um par de óculos para substituir a lente de contato em caso de acidente ou doença ocular externa.

Significa que 3,36 milhões dos brasileiros que usam lente de contato correm risco no trabalho remoto. Isso porque, o tipo de lente mais usada no país é a gelatinosa hidrofílica que apesar de bastante confortável, se hidrata da lágrima.

O médico explica que a falta de lágrima no trabalho online acelera o vencimento da lente de contato. Isso porque, insistir no uso altera a textura, coloração e transparência por causa da maior fricção na superfície da córnea, membrana transparente que recobre o olho. Os sintomas do olho seco são vermelhidão, visão borrada que melhora com o piscar, sensibilidade á luz, desconforto após ver televisão, ler ou trabalhar no computador. Ao primeiro sinal a lente de contato deve ser substituída por óculos.

Os prontuários do hospital mostram que o uso de lente vencida ou durante a noite responde por 45% das complicações. O especialista explica que para enxergarmos bem a córnea deve ser transparente. A chance de opacificação por uma úlcera é 10 vezes maior em quem usa lente danificada. Por isso, independente da validade indicada na embalagem, para preservar a integridade da visão e da lente a recomendação é interromper o uso e consultar um oftalmologista ao primeiro desconforto.

Tratamento

O tratamento do olho seco pode ser feito com colírio lubrificante, mas deve ser indicado por um oftalmologista. Isso porque, a lágrima tem três camadas e cada fórmula atua em uma delas. Em alguns casos é necessário suplementação com ômega 3. Nos mais graves, o médico diz que é feito o implante de um plugue no canal lacrimal para manter a lágrima na superfície do olho ou aplicações de luz pulsada que estimulam a produção da camada lipídica da lágrima.

Prevenção

As dicas de Queiroz Neto para evitar desconforto nos olhos durante o trabalho online são:

  • Desvie os olhos da tela a cada 10 minutos para um ponto distante
  • Pisque voluntariamente
  • Posicione a tela 20 graus abaixo da linha dos olhos
  • Reduza o brilho e aumentar o contraste
  • Mantenha a distância de 60 cm entre a tela e os olhos
  • Evite excesso de iluminação

Photo by Luke Peters on Unsplash