Galeria Zilda Fraletti estreia na SP-Arte com um olhar para a infinitude dos meios de produção

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Dos 13 artistas do elenco que apresentam seus trabalhos no maior encontro de arte e design do país, sete são paranaenses.

Uma estreia com German Lorca, expoente da fotografia experimental e suas poesias silenciosas sobre as nuances da vida cotidiana. Além de destacar o pioneirismo do artista mundial, com obras no acervo do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), a Galeria Zilda Fraletti marca presença pela primeira vez no Pavilhão da Bienal da SP-Arte (de 06 a 10 de abril) e integra o elenco com mais de cem galerias de arte, design, editoras e instituições culturais. Para a ocasião, a experiente galerista curitibana traz um olhar para a finitude dos meios de produção sensível das imagens contemporâneas e estabelece palco para artistas paranaenses, paulistas, mineiros e baianos.

O time composto por Zilda e o sócio Carlos Cavet avulta o paranaense Rogério Ghomes, que registra seus deslocamentos por paisagens e territórios, com mensagens sobre o espiritual e o existencial por trás de cada memória. Cleverson Oliveira, por sua vez, apresenta diálogos entre o mundo físico e o virtual, materializando imagens transitórias através de um cruzamento de linguagens e tecnologias.

Jogando com Duchamp

A trajetória do artista multifacetado Alexandre Frangioni ganhou força e autonomia quando seu material trouxe o dinheiro como assunto. Nas obras da série Êxido, o artista usa o porquinho-cofrinho como símbolo para falar da movimentação dos valores, não somente monetários, mas também valores éticos, estéticos e morais. As obras de Frangioni questionam a real importância do ser humano. Os porquinhos são impressos em impressora 3D e a disposição deles simula um movimento em grupo, como nas migrações humanas.

Promissor artista curitibano da geração 2000

Em cartaz com a sua primeira individual no Museu Oscar Niemeyer (MON), o artista curitibano André Mendes também explora o palco da Galeria Zilda Fraletti na SP-Arte. Mendes usa a forma como linguagem para construir pouco a pouco uma plasticidade em constante transformação. Segundo o curador da exposição Lados Lados, Nei Vargas, a mais recente série do artista fala sobre a vida e trata de uma ancestralidade atemporal. “A última transição de Mendes foi da tinta acrílica para o óleo, que permitiu o acesso a um novo tipo de dimensionalidade”, esboça.

Pop-barroco

Segundo Solange Farkas, curadora e diretora do MAM-BA, “no rico imaginário barroco das obras de Iuri Sarmento, suas obras enaltecem técnicas de confecção de porcelanas, azulejos e bordados, alguns estampados com a imagem da azulejaria azul e branca do barroco português ou com fragmentos pictóricos de ícones da pintura universal. Suas pinturas são verdadeiras colagens e suas composições pop-barroco elogiam o excesso e a saturação.

Jardins floreados

No trabalho de Juliane Fuganti, um entrelaçamento de técnicas e observação atenta da natureza. Selvas, mundos de luz e força vital, jardins floreados com memórias afetivas escondidas sob pedras, surgem atrás das folhas das árvores que plantou. Tomar a paisagem natural como tema não resume o seu trabalho, já que esse lugar é para onde ela se transporta e nos leva para imaginar.

Fotografias com textos eloquentes

Mordido pelo caos, Marcelo Conrado busca compor a sua poética nas sinfonias das linhas. Sua obra é marcada pelo abandono do ponto de vista único. As cores vão sendo reduzidas a tons surdos, mas não são desprovidos de vibração. Conrado explora o campo da arte com a seriedade de um experiente estudioso das palavras e normas – afinal, é pesquisador e professor de Direito.

Mundo natural x realidade fantástica

A rica pintura de Lelli de Orleans e Bragança é como um infinito poema em homenagem às paisagens da floresta, que ela traduz com a paixão e experiência de quem literalmente se alfabetizou com os pincéis. Óleo e acrílica trabalham numa sintonia perfeita para enganar os olhos e nos lançar entre as folhagens e os pássaros, tornando a contemplação das telas de Lelli um exercício de calma e relaxamento.

Limites invisíveis de espaço

Espaço e cor são os grandes temas de Celso Orsini. Sua pintura ensina o porquê de prestar atenção aos pequenos detalhes: eles narram histórias que nos ensinam o sentido das coisas.

Escultura surrealista

O artista visual Eduardo Custódio apresenta um mundo sensível e particular em suas obras, alternando entre desenhos, gravuras e esculturas. Ele explora um universo contemporâneo e surrealista que dá vazão ao seu modo inusitado de ver a vida e instigar a imaginação.

Construção pictórica

Através da pesquisa em Op Art, Jean Araújo explora uma lógica que parece ser inesgotável: como provocar a percepção do expectador. Com um preciosismo matemático, o artista combina tons claros e escuros, opacos e brilhantes, formas e linhas, fazendo-as vibrar frente aos nossos olhos.

Delicado, complexo e impetuoso

No trabalho de Verônica Filipak, agulhas furam os pedaços de feltro milhares de vezes por minuto, sem fazer um ponto de costura. As fibras se desfazem do seu caminho original e se unem pela vontade e força, com a ajuda da máquina, mas com um olhar para construir o subjetivo.

Serviço:

Galeria Zilda Fraletti na SP-Arte 2022

Local: Pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera (stand G18)

Período: 06 a 10 de abril

Horários de acesso ao público: quarta-feira (06), das 11h às 20h; quinta-feira (07), das 12h às 20h; sexta-feira (08), das 12h às 20h; sábado (09), das 12h às 20h e domingo (10), das 12h às 20h;

Saiba mais sobre o elenco da Galeria Zilda Fraletti em:www.zildafraletti.com.br e siga no Instagram: @galeriazildafraletti

Legendas fotos:

German Lorca;

André Mendes;

“O endereço mais difícil é o do lugar do outro” – obra de Marcelo Conrado;

Juliane Fuganti;

“Menina com Balão” – escultura de Eduardo Custódio;

“Macuru no Rio Negro” – obra de Lelli de Orleans e Bragança;

Acrílica sobre tela ´sem título´de Iuri Sarmento;

“Flutuo, no fluxo renasço – costura sobre feltragem a seco de Verônica Filipak;

“Plaza Alemania” – obra de Rogério Ghomes;

“sem título” da série “além da Superfície – desenho sobre tela de Cleverson Oliveira;

“Jogando com Duchamp – obra de Alexandre Frangioni;

“Progressão Circular” – obra de Jean Araújo;

“sem título” – obra de Celso Orsini;