Dia do idoso: mudança na curva demográfica do Brasil é desafio para a saúde

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Márcia Rangel, presidente da Ahopar, cita um modelo inédito de atendimento, trazido da Holanda por uma médica brasileira, como exemplo de cuidados

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, idoso é o termo utilizado para se referir às pessoas com mais de 60 anos de idade. Nesta quarta-feira (01), 28 milhões de pessoas nessa faixa etária – ou 13% da população do país – estarão comemorando o Dia do Idoso, um contingente que pede cuidados redobrados. Ainda mais quando se fala em saúde e do aumento considerável dessa população ao longo dos anos.

Projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2043 um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3%. A mesma pesquisa revela que a partir de 2047 a população deverá parar de crescer, contribuindo assim para o processo de envelhecimento populacional: quando os mais velhos ficam em uma proporção maior comparados aos grupos mais jovens,

Assim, o índice de envelhecimento – ou seja, a relação entre a porcentagem de idosos e os grupos mais jovens – deve aumentar de 43,19% (dados registrados oficialmente em 2018) para 173,47%, em 2060, segundo a projeção do IBGE. E o que o Brasil está fazendo para cuidar das pessoas mais velhas?

No Brasil, os direitos dessa parcela da população são regulamentados pela Política Nacional do Idoso e pelo Estatuto do Idoso. Os documentos servem de balizamento para políticas públicas e iniciativas que promovam melhor qualidade de vida para essa população. No entanto, algumas iniciativas privadas inspiradas em modelos internacionais também reforçam a importância dos cuidados com os idosos, principalmente na área da saúde.

Para Márcia Rangel, presidente da Associação dos Hospitais do Paraná (Ahopar), a mudança da curva demográfica brasileira impacta diretamente no aumento da incidência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), o que é intensamente estudado pela rede assistencial de saúde pública e privada. “Precisamos avançar em programas de atenção primária com centralidade no paciente, a fim de promover um manejo adequado a nível ambulatorial, com objetivo de reduzir as internações sensíveis à atenção primária”, salienta a presidente da Ahopar.

Inspiração holandesa

Ela cita um modelo de negócios que acaba de chegar ao Brasil como um exemplo para cuidar da saúde dos idosos. Trata-se do Laços Saúde, que será implantado primeiro no Rio de Janeiro para depois aportar em outras capitais e cidades do país. A médica Martha Oliveira, doutora em envelhecimento humano pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) estudou diversos modelos de cuidados com idoso antes de conhecer a Buurtzorg, organização holandesa que reúne um grupo de enfermeiras que fazem atendimento domiciliar no país.

Inspirado na organização holandesa, a Laços começa o projeto piloto em território nacional agora em outubro. O lançamento da plataforma acontece neste Dia do Idoso (01 de outubro) virtualmente. “O nosso projeto nasceu focado no cuidado ao idoso. A ideia é dar autonomia para essa pessoa e oferecer atendimento personalizado no lugar em que ela vive, conhecer profundamente o seu histórico e fazer um atendimento preventivo”, conta a médica.

Ela esteve na Holanda há três anos e estudou a fundo a Buurtzorg antes de decidir, com outros três sócios, implantar o modelo de negócio no Brasil. Uma das vantagens, segundo ela, é o atendimento em casa, de acordo com a necessidade do idoso, podendo ser uma ou mais vezes por semana. “A pandemia caudada pelo novo coronavírus levantou ainda mais a necessidade do home care”, reforça.

O atendimento por enfermeiras capacitadas, que reportam ao médico as atualizações no quadro do paciente, é capaz de reduzir casos de internamento e melhorar a qualidade de vida do idoso, que recebe a atenção necessária sem sair de casa.

Mais informações sobre o modelo de negócios podem ser obtidas no site www.lacossaude.com

crédito foto: Pixabay/divulgação