Covid-19 exacerbou a epidemia de obesidade infantil

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A obesidade é um desafio de saúde pública global

As crianças correm um risco especial de ter excesso de peso, cuja prevalência aumentou dramaticamente nas últimas décadas. Além disso, crianças obesas tendem a se tornar adultos obesos. Portanto, controlar a o ganho de peso tornou-se uma prioridade para as autoridades de saúde pública.

A obesidade é uma doença heterogênea complexa baseada em três pilares principais:
1- Determinantes genéticos
2- Determinantes comportamentais
3- Determinantes ambientais
Obesidade e COVID-19 são pandemias que afetam negativamente a saúde e o bem-estar das crianças.

Segundo a nutricionista Adriana Stavro, durante os tempos de pandemia da COVID 19, os dois últimos pilares modificáveis (comportamentais e ambientais) foram potencialmente afetados. Muitos governos em todo o mundo instituíram uma série de medidas de proteção, incluindo o fechamento de escolas.
O ano escolar de 2020 foi interrompido abruptamente. O aprendizado físico em sala de aula foi cancelado, forçando as crianças a ficar em casa e mudar seu aprendizado para meios virtuais. O fechamento das escolas e as medidas de confinamento domiciliar subsequentes, afetaram negativamente a saúde física e emocional das crianças.

Crianças com obesidade enfrentam riscos biopsicossociais aumentados durante COVID-19.
O fechamento de escolas resultou na ausência de sessões organizadas de atividade física, levando a um maior período sedentário e aumento do ganho de peso entre as crianças.

A pandemia da COVID-19 interrompeu significativamente a rotina diária das crianças

A evidência é clara, a rotina de casa, escola e comunidade e suas interações, mudaram para cenários irreconhecíveis, aumentando o estresse para as crianças e as famílias. O impacto do estresse aumenta a inflamação, diminui a resposta imunológica e aumenta ingestão de alimentos densos em calorias. Tais ações aumentam a suscetibilidade ao ganho de peso, especialmente em tempos que a quantidade de atividade física diária foi reduzida devido às restrições implementadas.

O estresse exacerba a inflamação e prejudica a resposta imune em crianças obesas durante a COVID-19.

Segundo um estudo de revisão bibliográfica publicado em fevereiro de 2021, durante a era COVID-19, crianças e adolescentes aumentaram a ingestão alimentar e ganharam peso. Especificamente, 41,7% dos adolescentes na Palestina relataram ganho de peso devido ao aumento no consumo de alimentos fritos, doces, bebidas com adição de açúcar e produtos lácteos.

Na Polônia, um aumento no IMC foi associado a uma redução na ingestão de vegetais, frutas e legumes, levando ao ganho de peso de quase 30% das crianças e adolescentes.

Os resultados da Espanha foram mistos, onde mais de 50% declararam nenhuma mudança em seu peso, mas 25% afirmaram que seu peso estava elevado devido a sintomas depressivos.

No Brasil,uma Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), concluiu que a medida adotada em várias cidades do país contribuiu para o aumento dos índices da obesidade infantil. As conclusões foram publicadas em artigo na revista Jornal de Pediatria, que apontou que os aspectos desencadeados pela Covid-19, principalmente relacionados ao isolamento social, propiciaram o aumento da obesidade infantil.

A obesidade é um dos fatores que agravam a Covid-19. Para a nutricionista Adriana Stavro, por isso é particularmente importante para crianças ter uma dieta nutritiva para proteger a imunidade e garantir seu crescimento e desenvolvimento adequado.

Uma dieta que contém todos os nutrientes essenciais é importante para apoiar o crescimento, o desenvolvimento e a saúde a longo prazo das crianças.

Aqui estão algumas dicas para garantir que crianças recebam uma alimentação nutritiva.

O que devo servir?
• Ofereça no mínimo quatro grupos de alimentos por dia incluindo frutas e vegetais, grãos, leguminosas, nozes, proteínas magras, laticínios e alimentos básicos como arroz e feijão.
• grãos inteiros, como pão integral, arroz integral, quinua e macarrão de trigo integral
• alimentos ricos em proteínas, como carnes magras, feijões, ovos,leite e derivados
• Eles também precisam beber muitos líquidos, como água purificada e chás, para mantê-los hidratados.
• Realize refeições principais completas, com todos os grupos de nutrientes, carboidratos, proteínas e gorduras. A criança precisa de um prato completo.

Que tipo de comida devemos evitar?
• Batatas fritas, biscoitos e sorvete
• Bebidas açucaradas, como refrigerantes, sucos, bebidas esportivas e chás doces
• Alimentos industrializados, ricos em gordura, açúcar e calorias.

Quão ativas devem ser as crianças?
• Incentive seus filhos a pelo menos 30 minutos de exercícios físicos todos os dias. Sempre que possível, deixe-os sair e brincar. Faça uma caminhada, corra, ande de bicicleta ou pratique esportes como futebol ou basquete.

• Lembre-se de manter pelo menos 2 metros de distância de pessoas com quem você não mora quando estiver fora de casa. Crianças com mais de 2 anos e adultos devem usar máscara.

Crianças menores de 2 anos não devem usar máscara.

Quantas horas de sono as crianças precisam?
Dormir o suficiente traz muitos benefícios à saúde e ajuda a manter um peso saudável. Ajude seus filhos a dormir e acordar na mesma hora todos os dias. Desligue todas as telas pelo menos 1 hora antes de deitar.
As necessidades de sono variam:
• bebês: 11-14 horas, incluindo cochilos diurnos
• pré – escolares: 10-13 horas, incluindo cochilos
• crianças em idade escolar e pré-adolescentes: 9-12 horas por noite
• adolescentes: 8-10 horas por noite

O que mais devo saber?
A pandemia de coronavírus mudou o mundo de muitas maneiras. O enfoque em hábitos saudáveis, como comer e permanecer ativo, pode ajudar as crianças e os pais a manter o senso de controle durante um período de incerteza.

Seja um bom exemplo para seus filhos ao:
• Desfrutar de alimentos saudáveis e não coma demais
• Seja ativo todos os dias
• Limite seu próprio tempo de tela
• Encontre maneiras de gerenciar o estresse

Mais sobre Adriana Stavro:

Instagram -@adrianastavronutri
Adriana Stavro – Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo

Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein
Pós graduada em Nutrição funcional pela VP e em Fitoterapia pela Courses4U