Casa Voktum, projeto de Barbara Nobre para a CASACOR Minas, sintetiza o conceito de casa pós-pandemia

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Projeto conta com espaços híbridos e integrados, e abusa da transparência para valorizar a natureza da área externa também no interior da construção.

A arquiteta Barbara Nobre encarou um projeto ousado para esta edição da CASACOR Minas, que marca sua segunda participação na mostra: construir uma casa inteira do zero. A ideia foi representar como a nossa conexão com a casa ficou ainda mais evidente neste cenário pós-pandemia. Para isso, Barbara investiu numa construção que pode assumir diversas configurações e tem como diferencial o contato constante com as áreas externas, privilegiando a conexão com a natureza e com o entorno de forma muito singular. Acompanhando a construção, um jardim com 380 orquídeas brancas, assinado pelo paisagista Valter Braga, faz a transição entre o interno e o deck, construído pela Madeiraria, que funciona como uma espécie de mirante, com vista para a Serra do Curral. Não é à toa que se tornou um dos espaços preferidos pelo público para um pitstop durante a visitação da mostra.

Para isso, além dos ambientes integrados, ela utiliza da transparência do vidro, tanto no teto quanto nas paredes externas. “Minha proposta é que, mesmo dentro de casa, o morador possa ver o céu e também o verde e os jardins que o circundam”, explica. A realização do projeto não seria possível, entretanto, sem o uso de pilares e vigas mais fortes. “Um bom alicerce é o que faz toda a sustentação do projeto. Por isso, na Casa Voktum eles são robustos, em contraponto com a leveza dos ambientes, que ganharam um design de interiores que também é dinâmico e sugere alterações de layout”, diz.

Logo na entrada, a mesa de jantar Pin, um ícone da Voktum, tem personalidade única e ares escultóricos. Toda em madeira, ela tem estrutura inspirada nos corredores de castelos góticos. Valorizando o trabalho de marcenaria, ela é acompanhada das cadeiras MAT, que seguem na linha do biodesign e, por isso, apresentam a madeira em formas orgânicas que remetem à natureza. O espaço também foi aproveitado como uma mini-galeria de arte, apresentando sete telas vibrantes da série Anjos, de José Roberto Aguilar, em acrílica e esmalte sobre fundo branco e dimensão quadrada de 1mx 1m, que o rodeiam. “O trabalho do José Roberto é de 2020. Logo, foi feito durante a pandemia e, apesar de abstrato, cada um foi batizado com o nome de um anjo. É quase um questionamento se os anjos realmente estiveram coma gente durante esse período, trazendo a espiritualidade que todo mundo tem buscado”, reflete Bárbara, que também utilizou no projeto obras de Marcos Coelho Benjamim e Luiz Hermano. Todas fornecidas pela Murilo Castro Galeria de Arte.

Na sequência do jantar, um living traz a elegância discreta do sofá Connect, uma das peças que mais tem chamado a atenção do público. Em módulos, o nome não poderia ser mais apropriado, já que suas partes podem ser alteradas, adequando-se a diferentes ocasiões. “Nesse período em que estivemos mais reclusos, em casa, aprendemos que o layout não precisa ser rígido. Tudo pode mudar de lugar de acordo com nosso desejo e necessidades”, comenta a arquiteta que desenhou o tapete com formas orgânicas que pode ser conferido no living. Ao fundo do espaço, Bárbara projetou uma pequena cozinha, com bancada Istambul, que reproduz a textura do cimento em leves nuances.

No quarto, seguindo a proposta da sintonia com a natureza, a cama Aiby, em madeira maciça, tem cabeceira em palhinha e pés projetados para dar a impressão de que ela está flutuando. Já no banheiro, o destaque fica por conta da cuba branca L.300, desenho de Jader Almeida para a Deca, que se destaca pelo visual leve, com laterais planas e torneira que explora o arquétipo do caminho da água até uma bica, na qual o fluxo é manipulado intuitivamente por uma alavanca. Também chama a atenção o piso Blue Moon, inspirado no quartzito brasileiro e que tem como característica tons brilhantes de azul. Um material exótico, com versões que podem ser exploradas em ambientes internos e, até mesmo, em bancadas.

Na paleta de cores, o destaque fica para a cor denominada Jardim Vertical, da Coral, apresentada tanto no acabamento liso, quanto no efeito do cimento queimado. A opção reforça ainda mais a intenção de que o interior participe da área externa, como o contrário. Para se ter um exemplo, o jardim – que foi todo assinado por Valter Braga – repleto de orquídeas brancas como protagonistas, é uma visão espetacular que pode ser admirada até mesmo da cama!

Mesmo com a sensação de que a natureza está dentro de casa, a arquiteta projetou um deck ao ar livre que materializa esse encontro. Nele, além da madeira peroba, fornecida pela Madeiraria, destacam-se os móveis para área externa, incluindo peças assinadas pelo Studio Marta Manente, além do pendente assinado pela mineira Simone Oliveira, desenvolvido exclusivamente para a Templuz, que forneceu todas as peças de iluminação. Reconhecida por suas criações cheias de personalidade, ela utiliza como matéria-prima filtros de coador de café e fibras naturais de rami aplicados em estruturas de ferro.

Detalhes que fazem toda a diferença: a rampa de entrada é da coleção Nordic, Inspirada na madeira Rovere, natural do norte da Europa. Uma de suas peculiaridades é o branqueamento da madeira feito com a utilização de ácidos que corroem sua superfície. Outro diferencial é a característica do Rigato ocasionada pelo movimento das peças, que foram cuidadosamente selecionadas para destacar suas linhas e poucos nós. Já o piso geral é da coleção Munich, que tem a característica marcante de um cimento desgastado nas bordas.

Voktum – www.voktum.com.br

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crédito fotos: Henrique Queiroga