Biologia molecular traz segurança na análise de sangue doado

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No Hemepar, a partir do segundo semestre deste ano, a detecção da Malária no sangue doado será feita por meio do diagnóstico molecular

No Paraná, cerca de 380 mil pessoas precisam de transfusões de sangue anualmente, mas apenas 185 mil são doadoras, segundo dados da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa). O cenário do estado é o mesmo enfrentado pelo país inteiro, tendo em vista que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que um país tenha entre 3% e 5% de pessoas doadoras, comparado ao total de sua população. Mas o Brasil tem apenas 1,4%.

As épocas em que os estoques de sangue ficam mais baixos são durante os meses de inverno, nos períodos de férias escolares e feriados. Atualmente, os sangues que mais necessitam de doação nas hemorredes são o O+ e O-. Para manter os estoques estáveis, a orientação da Sesa é que cada pessoa doe sangue pelo menos duas vezes ao ano, pois uma única bolsa pode salvar a vida de até três pessoas.

Desde a doação até chegar na pessoa que irá receber a transfusão de sangue, há diversas etapas. A chefe da divisão de hemoterapia do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Renata Pavese explica os passos. “Após realizada a coleta, a bolsa de sangue segue para o setor de produção, onde será centrifugada e extraídos os seguintes hemocomponentes: concentrado de hemácias, plasma, concentrado de plaquetas e crioprecipitado. É realizada a separação dos hemocomponentes e, após o processo, o sangue fica estocado em ‘quarentena’ aguardando os resultados dos exames laboratoriais que estão sendo realizados em paralelo ao fracionamento. Após liberados os resultados dos exames e os mesmos forem negativos, as bolsas passam para o setor de distribuição e aguardam a solicitação dos hospitais para a liberação para os pacientes”.

Biologia molecular é utilizada em análise de sangue doado

Antes da coleta, o doador responde a um questionário, a fim de identificar possíveis doenças ou condições que impossibilitem a doação, como a realização de tatuagens nos 12 meses que antecedem a doação. “Não há a necessidade do doador realizar qualquer tipo de exame antes de fazer a doação. A grande importância é que esse doador seja sincero nas respostas dadas durante a Triagem Clínica. Isso é fundamental, pois, ao ser verdadeiro em suas respostas, não colocará em risco sua saúde e muito menos do receptor do sangue doado”, ressalta a chefe do setor de Hemoterapia do Hemepar.

Apesar da triagem, alguns exames, que visam à segurança e à saúde do doador e receptor, são realizados. Em todo sangue doado, o Hemepar realiza os seguintes exames: Anti-HIV I/II, Anti-HTLV I/II, Anti-HBc, Anti-HBV, Anti-HCV, Chagas, Sífilis, Tipagem ABO, Fator Rh e Hemoglobina S. Alguns exames são realizados com o uso da técnica de biologia molecular, que possui alta sensibilidade e torna possível identificar a presença de patógenos, mesmo em baixas quantidades, o que não é possível em exames tradicionais.

Os testes de NAT (Teste de Ácido Nucleico) detectam o material genético do agente causador de doença no sangue doado, e não a presença de anticorpos. São utilizados para detectar a presença do genoma viral do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), HCV (Vírus da Hepatite C) e HBV (Vírus da Hepatite B) circulante no plasma sanguíneo. Segundo Renata, a previsão até fevereiro de 2024 é a introdução do NAT para identificação de malária.

O ID8 – Inovação em Diagnóstico é um laboratório focado em análises clínicas e utiliza a mesma metodologia de alguns exames realizados pelo Hemepar. “As técnicas de biologia molecular possuem alta sensibilidade e especificidade, permitindo assim a identificação de quantidades muito baixas do alvo de interesse, gerando resultados rápidos e assertivos. Além disso, os testes moleculares contribuem substancialmente para a diminuição da janela imunológica, período em que um patógeno está presente e pode ser transmitido, porém não é detectável pelos testes laboratoriais convencionais. Dentre os exames obrigatórios que devem ser realizados na amostra do doador, encontra-se o diagnóstico da sífilis. O ID8 disponibiliza uma solução diagnóstica que é capaz de detectar, em uma única amostra, até 11 patógenos causadores de Infecções Sexualmente Transmissíveis, entre eles a bactéria causadora da sífilis. A incorporação de exames moleculares na triagem de doadores, aumenta ainda mais a segurança transfusional para doadores e receptores de sangue” destaca Patricia Domingues, doutora em biociências e biotecnologia e assessora científica do ID8 – Inovação em Diagnóstico. O laboratório traz toda a precisão, sensibilidade e especificidade do diagnóstico molecular, identificando a presença dos patógenos, até mesmo em casos assintomáticos, aliados a um prazo de resposta curto, em até 24 horas.

Nos bancos de doação de sangue, caso obtenham resultados reagentes, o sangue é imediatamente descartado e o doador convocado para realização de segunda amostra para exames confirmatórios.

Como doar?

O processo para realizar a doação é bem simples, mas alguns requisitos precisam ser preenchidos, como: ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal); pesar, no mínimo, 51 quilos e estar em boas condições de saúde. Para mulheres, o intervalo de doação é de quatro meses, e para homens é de três. No dia da doação, é recomendado estar descansado e alimentado, mas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem o horário agendado. É preciso portar documento oficial com foto.

Ainda de acordo com Renata, o processo de triagem é rápido, e logo em seguida a coleta é feita. “São coletados aproximadamente 470 ml de sangue, de acordo com o peso e altura do doador, além de quatro tubos de sangue para a realização dos exames. Após a doação é oferecido um lanche e reidratação oral”, explica a chefe do setor de Hemoterapia.

No Paraná, existem mais de 20 pontos disponíveis para a doação de sangue. Para agendamentos e mais informações, acesse https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue ou https://hemobanco.com.br/site/.

Sobre o ID8 – Inovação em Diagnóstico

Um laboratório de apoio focado no diagnóstico molecular com entrega rápida, oferecendo resultados em poucas horas após o recebimento da amostra, com um fluxo de trabalho operacional os 7 dias da semana. Os serviços vão além do diagnóstico. Metodologias simples e ágeis que reduzem consideravelmente o tempo de entrega do resultado, possibilitando ao paciente a chance de um tratamento mais assertivo e direcionado. Saiba mais em: www.id8diagnostico.com.br.

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