Após quatro anos sem se apresentar em BH, Quik Cia. de Dança volta a ocupar espaços públicos da cidade

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Espetáculo “Tecituras” fará apresentações na Praça Floriano Peixoto (18/06), Parque das Águas/Barreiro (19/06), Centro Cultural Venda Nova (25/06) e Centro Cultural Lagoa do Nado (26/06).  Na montagem, bailarinos e músicos se integram ao espaço, às sonoridades e às arquiteturas, colocando o público dentro da cena a partir de percepções, símbolos e sentidos.

A mineira Quik Cia. de Dança volta a ocupar os espaços públicos de Belo Horizonte, após quatro anos da sua última apresentação na cidade. O espetáculo escolhido é “Tecituras”, nono trabalho do grupo, que investiga a improvisação estruturada, como metodologia de criação da companhia desde 2006. Na montagem, os bailarinos e coreógrafos, Rodrigo Quik e Letícia Carneiro – fundadores da Quik -, e os músicos Rodrigo Salvador e Thiago Mioto, tecem relações permeáveis entre corpo, objeto, sonoridades e arquitetura, promovendo uma relação não hierárquica entre o público, a dança, a música e os espaços. Uma dança relacional movida por estados corporais de contemplação, delicadeza e ludicidade, guiados pela percepção do corpo em conexão com o espaço.

“Tecituras” é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, e irá circular por espaços públicos da cidade durante dois finais de semana do mês de junho. A primeira apresentação será no dia 18/06 (sábado), às 16h, na Praça Floriano Peixoto. No domingo (19/06, às 16h), o espetáculo ocupa o Parque das Águas, no Barreiro. A montagem chega também ao Centro Cultural Venda Nova no dia 25/06 (sábado, às 16h) e ao Centro Cultural Lagoa do Nado no dia 26/06 (domingo, às 15h30).

“Este projeto marca dois momentos importantes para a Quik: o retorno a Belo Horizonte, onde não nos apresentamos desde 2018, junto da reocupação dos espaços públicos da cidade, e a nossa primeira exibição presencial após dois anos de isolamento. São apresentações gratuitas, em praças e centros culturais, favorecendo à missão da companhia, que é ir ao encontro do público e levar a dança onde as pessoas estão, em tempo real”, comentam Rodrigo Quik e Letícia Carneiro, que trabalharam como bailarinos no Grupo Corpo, por onde permaneceram por 12 anos.

A metodologia de criação da Quik sempre valorizou a dança contemporânea e suas interfaces com outras linguagens artísticas. A companhia foca suas pesquisas no campo da improvisação estruturada, por meio da investigação de novos métodos de composição, com resultados inovadores e uma comunicação e interação com o público muito potente. “A Quik completou 22 anos. Desde o início, mesmo nos espetáculos para espaços cênicos tradicionais e coreografados, sempre existiu um forte diálogo entre a dança, a música, as artes plásticas e a arquitetura. Em 2006, começamos a investigar a improvisação estruturada, onde o público se vê dentro do espetáculo. Criamos roteiros prévios para os espetáculos, mas temos total abertura ao instante, à configuração do espaço. E Tecituras é toda essa entrega dos bailarinos em tempo real, em que as cenas se abrem para o instante”, explica Letícia Carneiro, também co-fundadora da Quik Cia. de Dança.

As apresentações de “Tecituras” criam para o público a possibilidade de novos olhares e interlocuções sobre as suas relações com o espaço. Leticia Carneiro completa que a ideia é contribuir para um processo de valorização das memórias e identidades, permitindo que as pessoas se relacionem com o patrimônio material, imaterial e a diversidade cultural presente nos contextos dos espaços. “Tecituras possui uma linguagem transversal e se propõe a refletir sobre o cenário vivo de cada lugar em que é apresentado. É um trabalho plástico, que possui uma forte conexão com a dança e a música na sua criação. A partir de vários exercícios de improvisação, chegamos a estruturar algumas cenas, que no momento instante se ‘reconstroem’, convidando o público a participar a partir das suas percepções, símbolos e sentidos, com o seu corpo interagindo na cena”, descreve a bailarina e coreógrafa.

A Quik trabalha com a improvisação estruturada em todo o seu processo de criação. Assim como a coreografia se integra ao momento presente, a música também é resultado da  interação dos músicos com o tempo real. Assinadas pelos músicos Rodrigo Salvador e Thiago Mioto, e tocadas ao vivo, a trilha sonora é composta dentro do conceito da improvisação estruturada. “São músicas originais e exclusivas, pré-estruturadas pelos músicos. Durante a apresentação, ocorre uma troca de estímulos entre a trilha e os bailarinos. A música dá estímulo ao bailarino, e o bailarino dá estímulo a música. E nesse diálogo, a trilha vai se reconstruindo. Em alguns momentos, até o público nos dá um estímulo para a música, que acaba sendo ‘composta’ em tempo real”, explica Rodrigo Quik, que completa: “uma característica muito forte da trilha sonora são os instrumentos orientais, que trazem uma riqueza da música universal. Mas existe uma não hierarquização entre a dança e a música. Em algumas cenas, os instrumentos se tornam um objeto relacional com o corpo. Os bailarinos também tocam e os músicos também dançam.”

O espetáculo “Tecituras” estreou em 2014, no Inhotim (Brumadinho), no projeto Inhotim em Cena, e teve como pano de fundo a obra Desert Park da artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster. Após a estreia, fez única apresentação em Belo Horizonte, no foyer do Sesc Palladium, em seguida saindo em circulação pelo estado de São Paulo com o projeto Circuito Sesc de Arte e por diversas unidades do Sesc SP na capital e interior. Em 2021, foi selecionado pelo Itaú Cultural para exibição online no projeto “Arte Como Respiro”, durante a pandemia.

Quik Cia. de Dança

A companhia foi fundada em 2000 no bairro Jardim Canadá (Nova Lima), pelos bailarinos Letícia Carneiro e Rodrigo Quik, com vasta experiência profissional em dança contemporânea no Brasil e exterior como integrantes do Grupo Corpo de 1984 a 1996. A Companhia completou 22 anos de existência em 2022 e já construiu um repertório dez espetáculos sendo eles “Rua” /2001, “Dos Tornozelos a Alma”/2004, “Formas e Linhas”/2006, “Dissoluções”/2008, “Clariceanas” /2008, “Mulher, Mulheres” /2009, “Ressonâncias” /2010, “De nós dois”/2012, “Tecituras”/2014 e “Prima-Veras” /2018.

Há 20 anos a Quik contribui para o acesso da população aos bens culturais, por meio de projetos sócio artísticos realizados junto à comunidade do Jardim Canadá em Nova Lima/MG – onde está localizado o “Quik Espaço Cultural”, sede da Cia -, e pelas ações produzidas em seu projeto de educação pela arte, o “Quik Cidadania”. “A dança contemporânea nem sempre tem uma linguagem acessível ao público, o que dificulta a fruição. A Quik sempre teve na sua trajetória o cuidado com a formação de público. É um ponto muito forte pra gente”, comenta Rodrigo Quik.

Prêmios 

  • Prêmio Festival Funarte Acessibilidança virtual – 2021
  • Prêmio Itaú Cultural – Arte como Respiro – 2020
  • Prêmio de Artes Cênicas de MG – 2015
  • Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança – 2005, 2007, 2010, 2012 e 2015
  • Prêmio 7º Salão de Arte Contemporânea de Marília – 2007 Pelo Vídeo-arte “Visitas e Memórias em um Corpo Contemporâneo”
  • Prêmio Rumos Dança – Itaú Cultural – 2004
  • 2º prêmio Usiminas-Sinparc Dança / Melhor Concepção coreográfica e Melhor Trilha sonora original – 2004, pelo espetáculo “Dos Tornozelos à Alma”
  • Prêmio Cidade de Vitória – 6º Festival Nacional de Monólogos / Melhor coreografia e Melhor espetáculo – 2003, pelo espetáculo ” De Que são feitos os braços?”
  • Prêmio Bonsucesso- Amparc Dança / Melhor Coreógrafo e Melhor Trilha Sonora -2001, pelo espetáculo “Rua”
  • Prêmio Fundacem / Melhor bailarino – 1989, pelo Espetáculo ” Missa do Orfanato”

 

Sobre o Instituto Unimed-BH

Associação sem fins lucrativos, o Instituto Unimed-BH, desde 2003, desenvolve projetos socioculturais e ambientais visando à formação da cidadania, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentar a economia criativa, valorizar os espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou cerca de R$155 milhões por meio das Leis municipal e federal de Incentivo à Cultura, fundos do Idoso e da Infância e Adolescência, com o apoio de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. No último ano, mais de 6,5 mil postos de trabalho foram gerados e 4,8 milhões de pessoas foram alcançadas por meio de projetos em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Acesse www.institutounimedbh.com.br e saiba mais.

SERVIÇO

QUIK CIA. DE DANÇA APRESENTA

“TECITURAS”

GRATUITO

DATAS/LOCAIS

Dia 18 de junho, às 16h – Praça Floriano Peixoto

Dia 19 de junho, às 16h – Parque das Águas (Barreiro)

Dia 25 de junho, às 16h – Centro Cultural Venda Nova

Dia 26 de junho, às 15h30 – Centro Cultural Lagoa do Nado

 

Classificação: livre

crédito fotos: Ilana Lansky