Amigo do peito: sono de qualidade é essencial para a saúde do coração

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O cardiologista Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono, fala sobre o impacto dos distúrbios de sono nas doenças cardiovasculares

Dormir bem é essencial para manter o coração saudável. Essa é a mais recente recomendação da American Heart Association (AHA), que incluiu o sono de qualidade aos fatores mais importantes nos cuidados com o coração e o cérebro. A AHA – uma das maiores entidades de saúde do mundo – publicou em 2022 o Life’s Essential 8 (ou “os 8 fatores essenciais da vida”, em tradução livre) na revista científica Circulation, em atualização ao Life’s Essential 7, lançado em 2010.

Agora, o sono de qualidade faz parte do checklist oficial como o 8o item essencial para a saúde do coração. O hábito de dormir bem em termos de qualidade e quantidade ganhou a mesma relevância que parar de fumar, realizar atividades físicas, ter uma alimentação saudável, controlar o peso, a pressão arterial e o colesterol e reduzir o açúcar no sangue.

7 a 9 horas diárias de sono ininterruptas para diminuir o risco de doenças cardíacas

A entidade recomenda que adultos tenham de 7 a 9 horas diárias de sono ininterruptas para diminuir o risco de doenças cardíacas, derrames e outros problemas graves de saúde. “O sono adequado promove a cicatrização e a reparação de células, tecidos e vasos sanguíneos, deixa o sistema imunológico mais forte, melhora a função cerebral, o humor e a energia, o que envolve o estado de alerta, a tomada de decisões, o foco, a memória, o raciocínio e a resolução de problemas. Reduz ainda o risco de doenças crônicas”, diz o documento.

Para o cardiologista Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono, a decisão da AHA acompanha os estudos produzidos nas três últimas décadas, reforçando que não se pode mais ignorar o sono no contexto cardiovascular. “Em linhas gerais, quem tem algum distúrbio do sono tem maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão e arritmias. Por isso, é importante tratar os problemas do sono precocemente”, afirma. “A ciência já nos mostra que pacientes com apneia do sono, por exemplo, que permaneceram sem tratamento, evoluíram ao longo dos anos com mais hipertensão arterial do que aquelas pessoas sem apneia ou que trataram a apneia”, reforça o médico.

A preocupação está atrelada a uma realidade epide-miológica sombria, já que problemas do coração e/ ou vasos sanguíneos são a principal causa de morte no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardio- logia (SBC), são mais de 1.100 mortes por dia – cerca de 46 por hora, ou uma morte a cada 90 segundos.

“Existe esse mito de que a doença cardiovascular afeta somente idosos e/ou homens. Não é verdade. São condições que atingem igualmente a mulher e que de forma alguma apenas os idosos. Para se ter uma ideia, a doença isquêmica cardíaca já é a tercei-ra principal causa de morte de brasileiros de 45 a 49 anos”, alerta o cardiologista João Fernando Monteiro Ferreira, presidente do Conselho Administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

No final de 2022, a estimativa era de que quase 400 mil brasileiros teriam morrido de doenças do coração e de circulação. A SBC adverte que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas com cuidados preventivos, dentre eles, o sono.

Sobre a Associação Brasileira do Sono

Fundada em Agosto de 1985 com o nome Sociedade Brasileira do Sono, a instituição congrega todos os profissionais brasileiros que estudam sono, incluindo desde áreas experimentais básicas, Biólogos, Técnicos de Polissonografia, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Odontologistas e Médicos. A associação é fundamentalmente desde sua origem multidisciplinar e a lista de especialistas que participam da sociedade não para de crescer.

Com o passar dos anos a sociedade se adaptou aos desafios e, desde 2005, passou a se chamar Associação Brasileira do Sono (ABS). Agrega também sob o mesmo teto e com direção compartilhada as sociedades co-irmãs: Associação Brasileira de Odontologia do Sono (ABROS) e Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), ambas criadas para atender necessidades específicas de dentistas e médicos.

A ABS é reconhecida mundialmente. A associação promove inúmeras atividades, incluindo cursos, reuniões com a sociedade civil e com os gestores de políticas públicas, além de promover diálogo constante com a sociedade sobre os mais diversos temas relacionados ao sono. A Associação Brasileira do Sono é responsável também pelo periódico cientifico Sleep Science, revista publicada em inglês com reconhecimento mundial, recebendo artigos científicos originais de todas as partes do planeta.

As regionais do sono estão presentes em 22 estados do Brasil.

foto Heri Santoso por Pixabay