Afaste o overwashing: lavar rosto em excesso pode ressecar, aumentar oleosidade e causar dermatite

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Dermatologista explica os perigos do excesso: lavagem em demasia pode tornar nossa pele mais susceptível aos ataques externos

Apesar de parecer simples e estar incluído no dia a dia dos cuidados da pele, o ato de lavar o rosto, para muitas pessoas, pode gerar alguns problemas. Isso porque o famoso “overwashing” (lavagem excessiva do rosto) vem preocupando dermatologistas, já que retira o manto de proteção da pele, deixando-a mais susceptível às ameaças externas, que podem desencadear acne, aumento de oleosidade por efeito rebote (de compensação) e até dermatites.

De acordo com a dermatologista Dra Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, lavar o rosto em excesso pode ser tão problemático quanto não lavar o rosto o suficiente. “Nossa pele conta com um manto hidrolipídico, com água e óleo, que são responsáveis pela hidratação da pele e funcionam como uma primeira barreira de proteção. Além disso, temos a microbiota cutânea que controla a colonização de organismos potencialmente patogênicos, modula a resposta imune, função barreira da pele e é parte integrante da saúde da pele. Mas o overwashing com produtos abrasivos pode interferir nesse ambiente cutâneo saudável”, explica a dermatologista. “Novos estudos indicam que alterações no equilíbrio entre óleo e umidade e na microflora da pele desempenham um papel significativo em condições como dermatite atópica, psoríase e acne”, explica a médica.

Então, não importa o seu tipo de pele, você deve lavar o rosto pelo menos uma vez por dia: à noite, de preferência, para remover qualquer sujeira, maquiagem e óleo que se acumulam em sua pele ao longo do dia. Repetir ou não a limpeza pela manhã, apesar de ser um debate entre os especialistas em cuidados com a pele, pode ser feito. “No entanto, para quem tem pele seca, lavar três vezes ao dia é exagerado”, afirma a médica. Uma regra prática para saber se a limpeza matutina é realmente necessária: se a sua pele estiver seca ou escamosa pela manhã, pule a lavagem para um óleo purificador facial.

No caso da pele oleosa, embora seja tentador limpá-la o tempo todo, especialmente no verão – por conta do estímulo natural do calor, que aumenta a produção sebácea, o óleo natural produzido pelo nosso corpo é bom para nossa pele, já que fornece uma primeira barreira de defesa para os fatores externos do dia. “Para quem tem a pele muito oleosa, a terceira lavagem até pode ser feita, principalmente depois da academia por exemplo, e desde que o hidratante seja aplicado imediatamente após a limpeza para evitar o aumento da oleosidade por efeito rebote”, explica. “Esse hidratante deve ser específico para pele oleosa, em produto oil-free e de preferência com ação antioleosidade”. E entenda algo em definitivo: oleosidade e hidratação não são a mesma coisa. “Os níveis de óleo e umidade da pele são duas medidas diferentes, então a pele oleosa também pode não ter hidratação e estar ressecada”, diz.

Mas afinal, como você sabe que está cometendo o overwashing? “Se sua pele tem uma sensação de aperto e secura, estiver sensível ou mostrar sinais de sensibilidade com manchas avermelhadas e secas, é bem provável que você esteja lavando mais do que deveria – ou usando produtos abrasivos demais. Isso é muito comum em sabonetes para acne, por exemplo”, explica.

Verifique sempre o seu produto, afinal após lavar o rosto, a pele não pode ficar muito seca nem avermelhada ou escamosa. “Esses são sinais de que o produto de limpeza não é o ideal.”

Uma dica importante para quem é um overwasher crônico e não consegue se livrar do hábito de lavar o rosto em excesso: mudar o sabonete para um óleo de limpeza. “Desde que sua pele seja mais seca, os óleos de limpeza são boas opções, pois não atrapalham nossas barreiras naturais de óleo”, diz. E lembre-se: tonifique e hidrate sua pele. “Peles secas devem fazer uso de loções, emulsões e cremes mais densos. Já quem tem a pele oleosa ou mista deve utilizar veículos não oleosos, de toque seco e mais fluidos como sprays e séruns específicos”, finaliza.

Fonte: Dra. Valéria Marcondes – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com título de especialista e da Academia Americana de Dermatologia. Foi fundadora e é membro da Sociedade de Laser. www.valeriamarcondes.com.br