5 perguntas para entender de uma vez por todas a ideia do Pró-Aging, que preconiza envelhecer bem

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Rugas fazem parte do envelhecimento, mas é possível melhorar o colágeno e ter hábitos saudáveis de prevenção. Descubra como

O medo de envelhecer é válido, vivemos um ciclo – como qualquer ser vivo – que tem por consequência o envelhecimento – e mudar nossa fisionomia no espelho nos lembra disso. Mas vamos ser sinceros? Nunca pegou bem o termo antiaging. “O termo antiaging é ruim. Sempre atrapalhou. Podemos falar de antibiótico, que mata bactérias; anti-hipertensivo, que resolve a pressão alta; anticoncepcional, que impede a gravidez. Antiaging é errado, envelhecer não é doença: é fato, não há como ir contra. Temos que agir e interferir a favor do tempo, o termo deveria ser ‘pró-aging’. Rugas fazem parte do envelhecimento, mas é possível melhorar o colágeno, deixar a pele sem manchas e com melhor qualidade. Posso melhorar a flacidez com o bisturi, as rugas podem ficar mais tênues e a paciente com aspecto mais descansado e se sentindo melhor consigo mesma. Nada disso é antiaging: é pró-aging”, destaca a Dra. Beatriz Lassance, cirurgiã plástica membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Abaixo, buscamos entender mais a fundo o que é esse movimento de beleza por “envelhecer bem”:

Como está se dando esse movimento aqui no Brasil entre os especialistas?

“A busca pelo envelhecimento saudável tem sido o foco de discussões em meios médicos. Termos como antiaging ou antienvelhecimento não devem ser usados, pois não é possível (ainda) bloquear ou impedir o envelhecimento, termos como well aging ou pró-aging são mais apropriados. As técnicas de cirurgia plástica também estão mais naturais, até muito pouco tempo eram mais agressivas, com grandes trações dos tecidos numa busca de rejuvenescimento.”

Você tem notado uma diminuição na procura por processos radicais para eliminar sinais de envelhecimento por pacientes?

“Sim, os pacientes procuram o consultório com queixas como ar de cansado, triste, mas não pedem rejuvenescimento. Há uma preocupação em manter aspecto natural após o procedimento.”

Acha que essa orientação de aceitar as marcas de envelhecimento tem que partir do médico para com o paciente?

“Essa é uma questão delicada, mas a postura do médico não deve ser a de incentivar a busca pelo antienvelhecimento. O médico deve orientar o paciente no sentido de adotar um estilo de vida saudável com bons hábitos alimentares, exercícios físicos, não fumar ou consumir álcool em excesso para que haja envelhecimento saudável. Na estética, a orientação é a mesma. Há alguns anos, em um Congresso em Mônaco sobre estética e antiaging, a orientação sobre ‘rejuvenescimento’ da pele era melhorar o estilo de vida: sono de boa qualidade, controle de estresse, relações sociais saudáveis, cuidados contínuos com a pele, evitar exposição ao sol, alimentação adequada, exercícios físicos. Suplementos alimentares e medicamentos devem ser utilizados quando necessários e por tempo limitado.”

Quais os cuidados não invasivos que podemos tomar para retardar o aparecimento desses sinais?

“O estilo de vida é fundamental. Em Harvard existe uma disciplina chamada Lifestyle Medicine, que está crescendo e já se tornou matéria obrigatória na graduação de Medicina. Ela trata de mudança do estilo de vida e não apenas dieta, exercício ou medicamentos de forma isolada. Os pilares da medicina do estilo de vida são: evitar tabagismo e álcool em excesso; dieta balanceada com redução calórica, alimentos com propriedades antioxidantes, evitar açúcares e massas brancas; exercícios físicos como rotina permanente; controle de estresse com atividades prazerosas, meditação, cultivar amigos, investir em experiências; qualidade boa de sono; relacionamento social saudável. Em se tratando de tratamentos estéticos, além destas atitudes o cuidado com a pele deve ser constante com uso de filtro solar e dermocosméticos adequados a cada tipo de pele. Aparelhos de laser, toxina botulínica e preenchimentos auxiliam a manter um aspecto descansado e jovial, sempre com orientação médica”.

A partir de qual idade começar?

“Desde sempre. Hábitos saudáveis devem ser cultivados desde sempre. Pacientes que têm hábito de usar cremes e filtros solares rotineiramente, mesmo que hidratantes comuns, mas de forma contínua têm a pele boa. A proteção solar e hidratação são fundamentais para o bom funcionamento de todas as estruturas. Existem cremes que promovem hidratação profunda na pele e permitem melhor funcionamento das fibras e células. As manchas, que fazem parte do envelhecimento, são produzidas por mau funcionamento dos melanócitos, cuja função pode ser normalizada e inibida por cosméticos despigmentantes. Ácidos são capazes de retirar a camada córnea deixando a pele mais macia e melhorando a hidratação da pele. Em consultório médico, dependendo da indicação, podemos utilizar ultrassom microfocado e bioestimuladores de colágeno para melhorar as proteínas de sustentação da pele, bem como sua elasticidade. Tudo isso pode ser feito como prevenção para envelhecer bem”, finaliza a médica.

FONTE:

*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida