5 dicas para normalizar o período menstrual desregulado pelo estresse causado na pandemia

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Tensão emocional gerada pelas incertezas com relação ao futuro e mudanças drásticas na rotina causadas pela pandemia do Covid-19 podem impactar diretamente na libido. Ginecologista dá dicas para evitar o problema

Após um ano de incertezas e apreensões, nada parece ainda muito certo quando o assunto é o fim da pandemia. Estamos sedentos pela volta ao normal, mas algumas mulheres desejam ainda mais isso, pois estão enfrentando um problema a mais: “Durante a pandemia global, o estresse, a ansiedade e as condições de isolamento estão afetando emocionalmente diversas mulheres e interrompendo seus ciclos menstruais, que estão desregulados. Isso perturba o equilíbrio hormonal normal e cria períodos atrasados, irregulares e intensos”, diz a ginecologista Dra. Eloisa Pinho, da Clínica GRU. “A menstruação é um sinal de saúde geral, o que significa que monitorar e controlar os sintomas menstruais é uma forma essencial de autocuidado”, completa a médica.

Na prática, o que acontece é o seguinte: os hormônios liberados com o estresse podem interagir com o ciclo hormonal regular da mulher e assim desorientar o organismo. “A menstruação pode ocorrer mais tarde ou até mesmo não acontecer. Isso ocorre pois, quando estamos em um estado de estresse, nosso sistema dá prioridade a nossa segurança, deixando outras funções, como a ovulação, em segundo plano. Logo, nossos níveis de estresse e atividade cerebral vão definir o melhor momento para a ovulação ocorrer”, destaca a Dra. Eloisa Pinho. Abaixo, a médica faz uma análise como tratar o problema:

Preste atenção ao seu ciclo menstrual

O ciclo menstrual é a série mensal de mudanças pelas quais o corpo feminino passa, nos ovários e no revestimento do útero (endométrio), em preparação para a possibilidade de gravidez. Quando você menstrua, seu corpo descarta o acúmulo mensal de tecido de que não precisa mais. “Os sintomas típicos do pré-período podem variar de inchaço, sensibilidade mamária, retenção de água, fadiga, diarreia e irritabilidade até sintomas de síndrome pré-menstrual (TPM) totalmente desenvolvida”, diz a médica. Os sintomas da TPM começam uma a duas semanas antes da menstruação e são muito mais perturbadores. “A maioria dos sintomas de TPM, causada por alterações hormonais cíclicas normais, incluindo inchaço, ganho de peso, cólicas menstruais, dores de cabeça, crises de choro, depressão, alterações de humor, ansiedade, irritabilidade e fadiga”, acrescenta ela.

De acordo com a Dra. Eloisa, o estresse psicológico e emocional da pandemia de Covid-19 criou um aumento na depressão, ansiedade, alterações de humor, irritabilidade e crises de choro, agravando esses sintomas sobrepostos de TPM. “Reconhecer as mudanças é o primeiro passo para lidar com os sintomas menstruais que estão causando dor e desconforto”, diz.

Monitore seu estresse e como ele está afetando seu ciclo menstrual

Entender seu nível de estresse é o primeiro passo para identificar como o estresse pode interferir em seu ciclo menstrual normal, sintomas de TPM e saúde reprodutiva geral. “Se sintomas como ansiedade, depressão ou irritabilidade continuarem após o início da menstruação, você deve consultar um especialista. Nunca tenha medo de consultar seu médico para obter suporte e opções de tratamento; especialmente durante a pandemia”, explica. Para ajudar, uma estratégia é manter um registro menstrual, rastreando coisas como dor e ânsias. “Os registros menstruais são importantes para ajudar as pacientes a rastrear as mudanças e estarem abertos para conversar com seu médico sobre as mudanças. Você pode fazer anotações manualmente com um caderno ou usar um dos muitos aplicativos de controle de período”, explica a ginecologista.

Mantenha-se hidratada e consuma mais alimentos anti-inflamatórios

Existem mudanças simples no estilo de vida que permitem que você desestesse e se torne mais saudável, mantendo sua mente, corpo e período menstrual sob controle. “Três pilares para se manter saudável sempre, mas especialmente durante um período, são: manter-se hidratado, comer com atenção e dormir o suficiente. Para tanto, beba pelo menos oito a dez copos de 350 ml, e coma alimentos à base de água (como frutas vermelhas, aipo e pepino) para ajudar a minimizar a retenção de água e o inchaço”, diz a médica.

Em termos de dieta, evite excesso de alimentos que sejam “causas clássicas de inchaço”, incluindo feijão, brócolis, repolho, couve-flor e aqueles ricos em sódio. “Em vez disso, coma frutas e vegetais frescos, proteínas magras e carboidratos complexos, como grãos inteiros e arroz integral, para evitar o inchaço. Diuréticos naturais – como aipo, pepino, melancia, tomate, aspargos, suco de limão e alho – podem ajudar a reduzir o inchaço. No mesmo espírito, evite mecanismos de enfrentamento reconfortantes e prejudiciais à saúde, como: comer em excesso, beber álcool e fumar. Esses são hábitos não saudáveis que desregulam ainda mais seu ciclo menstrual e seus hormônios”, diz a médica.

Faça compressas

Para pacientes que estão lidando com dores menstruais, a Dra. Eloisa recomenda descansar com compressas quentes, o que aumentará a circulação e aliviará a inflamação para ajudar a aliviar as cólicas menstruais. Outra ferramenta útil para a tensão muscular, dores de cabeça em particular, é o magnésio, que já foi considerado benéfico na redução dos sintomas da TPM. O uso de probióticos, geleia, maracujá e cálcio também podem ser úteis para tratar alguns dos sintomas comuns da TPM.

Fique ativo e recarregue sua mente

Para ajudar a reduzir o inchaço e a retenção de água, a médica recomenda exercícios regulares de quatro a seis vezes por semana por um período mínimo de 30 minutos – principalmente durante a quarentena, quando é mais difícil se manter ativo e o corpo em movimento. “Uma das formas mais populares de exercício para alívio do período menstrual é o ioga, já que posturas populares ajudam a aliviar as cólicas. Da meditação ao trabalho de respiração, as atividades de atenção plena podem ajudar a reduzir a dor, a fadiga e o estresse”, finaliza a médica.

FONTE: *DRA. ELOISA PINHO: Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.01