3 desafios estéticos que alguns cosméticos prometem resolver, mas não são todos que conseguem

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Quando pensamos em oleosidade facial, poros abertos e melhorar a suavidade e maciez da pele, alguns cosméticos até tentam oferecer esses benefícios, mas os resultados ficam longe do esperado. Saiba como escolher seu produto de maneira inteligente para evitar gastar dinheiro à toa

Somos um país de pele predominantemente mista e oleosa. Isso significa que problemas como acne, excesso de brilho e de oleosidade, poros abertos e textura irregular fazem parte do cotidiano de muitos brasileiros. Existem inúmeros dermocosméticos voltados a tratar essas alterações, que são consideradas verdadeiros desafios. E você já deve ter percebido que nem todos funcionaram tão bem. Existe uma causa para isso. Convidamos a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professora-fundadora do Dermacademy MB, para entender o que um cosmético precisa ter para ajudar a melhorar a maciez da pele e tratar excesso de oleosidade e poros abertos:

Quais produtos são recomendados para diminuir os poros?

Tentar diminuir o tamanho aparente dos poros é um desafio, principalmente porque esse tamanho é determinado geneticamente. Ele está relacionado ao tamanho da glândula sebácea subjacente, com glândulas maiores produzindo poros maiores. A maneira mais rápida de reduzir a aparência de poros grandes é aplicar uma base facial com partículas que refletem a luz, como mica ou escama de peixe. As minúsculas partículas refletivas da luz criam uma ilusão de ótica hospedando-se nos poros e diminuindo a sombra dos poros. O efeito é temporário até que o filme de maquiagem seja destruído ou removido. “No entanto, o poro pode ser expandido por sebo retido e restos de pele. Esses materiais podem ser removidos para minimizar a aparência dos poros com o uso de dispositivos de limpeza facial mais recentes e um esfoliante”, diz a médica. Os melhores dispositivos para limpeza de poros usam cabeças de silicone em vez das cabeças de escova mais tradicionais. “O material dentro do poro pode ser afrouxado para melhor remoção com a limpeza usando tônicos com ácido salicílico, ureia e ácido glicólico. O ácido salicílico solta os detritos dos poros que são solúveis em óleo, enquanto a ureia e o ácido glicólico soltam os detritos solúveis em água. Esse uso em conjunto pode remover qualquer material que expanda os poros, mas o uso contínuo é necessário para manter o efeito temporário”, diz a médica. Além disso, existem produtos formulados com Miniporyl, um extrato de trevo vermelho. “O maior componente ativo dessa planta é a Biochanina A, um flavonoide potente antioxidante e inibidor da 5α-redutase, enzima responsável pelo aumento da oleosidade da pele”, afirma a Dra. Claudia. Com isso, o ativo reduz o tamanho dos poros e a oleosidade, além de deixar a pele luminosa. Miniporyl pode inclusive estar presente em hidratantes para peles oleosas. “Mas esses ativos trabalham mais a nível superficial. Para nível mais produto, indicamos o colágeo peptídeo via oral, que vai fazer uma superestimulação em relação à matriz extracelular, melhorando a produção de colágeno, principalmente tipo I e III. Isso faz com que as fibras do colágeno se posicionem de uma maneira mais organizada, remodelando toda a parte dérmica”, explica a médica. “A partir do momento que ocorre essa sobreposição de fibras e uma matriz extracelular muito mais povoada com essas proteínas essenciais, esses canais da glândula sebácea até a superfície epidermal ficam muito mais contraídos e apertados. Isso faz com que ele não consiga ter uma deformidade de dilatação desde a sua área de emergência até a saída”, diz a dermatologista.

Dá para deixar a pele mais suave e macia?

A abordagem tradicional para obter uma pele mais macia e suave é recomendar o uso de hidratantes que criam a ilusão tátil e visual de uma pele mais macia e suave. “Isto é conseguido usando polímeros cruzados de dimeticona formadores de película que preenchem as depressões da pele para criar uma superfície lisa temporária. Emolientes, como dimeticona e ciclometicona, reduzem o atrito da superfície criando temporariamente suavidade da pele, suavizando a descamação da escala da pele”, afirma a dermatologista. Este efeito temporário pode ser melhorado adicionando à rotina de cuidados um esfoliante que contenha materiais particulados para remover os restos de células mortas. “Para uma limpeza diária mais suave, pode-se usar grânulos finos do arroz (Rice Exfoliator). Finalmente, para pacientes com pele sensível, é adequado também o uso combinado de ingredientes calmantes, como a aveia coloidal”, afirma.

O que fazer quando a pele é muito oleosa?

Lidar com a pele oleosa pode ser um desafio para o dermatologista e para o paciente. “Quando o sebo sai das glândulas sebáceas e se espalha para cobrir a superfície da pele, ele cria um filme uniforme que permite uma reflexão aprimorada da luz da pele para criar a aparência de pele oleosa. Uma das maneiras mais fáceis de minimizar a aparência da pele oleosa é interromper o filme de sebo. Isso geralmente é realizado removendo o filme com água e sabão, mas a limpeza facial nem sempre é possível e quando isso é feito em excesso há uma produção rebote de mais oleosidade”, afirma a dermatologista. Outra maneira de impedir a aparência da pele oleosa é usar uma loção matificante. “As loções matificantes contêm ciclopentasiloxano, um elastômero de silicone que dissolve o sebo e interrompe o filme. Ela pode ser aplicada primeiro a um rosto limpo e lavado”, afirma a médica. Nesse caso, ativos como Acneol SR, uma composição exclusiva de: ácido salicílico, zinco, silício e enxofre, podem ser usados para ação seborreguladora, além de estimular a renovação celular.

De qualquer maneira, a Dra. Claudia Marçal orienta sempre procurar um dermatologista para uma investigação adequada do problema e a prescrição correta do tratamento. “Em alguns casos, podemos indicar substâncias orais, como Vitamina C, Vitamina E, Resveratrol, Exsynutriment, FC Oral para potencializar o tratamento tópico. Além disso, existem diversas tecnologias em consultório que podem ajudar no tratamento das alterações”, finaliza.

FONTES:

*DRA. CLAUDIA MARÇAL: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Professora e fundadora do Dermacademy MB, plataforma online de ensino a dermatologistas, a médica é speaker Internacional da Lumenis, maior fabricante de equipamentos médicos a laser do mundo; e palestrante da Dermatologic Aesthetic Surgery International League (DASIL). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP.