Xadalu e Mburuvixá Cirilo são convidados da Fundação Iberê para live sobre cosmovisão, tempo e natureza em tempos de isolamento social

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Na próxima sexta-feira (8), a Fundação Iberê promove uma live com o cacique-geral Mburuvixá Tenondé Cirilo sobre cosmovisão, tempo e natureza, temas recorrentes em tempos de isolamento social

O bate-papo será conduzido pelo artista visual Xadalu Tupã Jekupé, a partir das 16h, pelo Instagram do centro cultural.

Em 2019, Xadalu participou da residência artística da Fundação, onde produziu três obras da série “Cosmovisão”, inspirado na mitologia em Guarani Mbya em “Yvy´i”, “Nhemongarai” e “Opy´i”. Com orientação de Eduardo Haesbaert, o trabalho é resultado de sua imersão em aldeias localizadas entre os perímetros territoriais do Brasil e da Argentina. Lá traçou diálogos com habitantes e sábios da cultura local sobre cosmologia guarani, deuses, dimensões, contos, sonhos e animais mitológicos, fazendo contraponto ao estilo de vida contemporâneo das aldeias.

Xadalu nasceu Dione Martins e ficou conhecido há 14 anos com a imagem de um indiozinho colado pelas ruas da cidade, trazendo luz ao tema da destruição da cultura indígena, abordando essa e outras causas sociais e ambientais. Hoje, o personagem está presente em mais de 60 países, nos quatro continentes, fazendo parte de um cenário mundial da arte urbana contemporânea, participando de exposições e diversos festivais de arte, com obras em acervos de museus do Rio Grande do Sul, sempre com foco na informação e conscientização dos temas abordados.

Já Mburuvixá Cirilo é protagonista de uma legítima cosmopolítica transnacional em sua busca pelo “Belo Caminho da Tradição”. O antropólogo José Otávio Catafesto de Souza, coordenador do Laboratório de Arqueologia e Etnologia – LAE/RFRGS, que desenvolve projetos de pesquisa sobre Territorialidade Mbyá-Guarani, Etnoarqueologia Ameríndia e Quilombola e Avaliação dos Impactos de Projetos de Desenvolvimento sobre coletivos rurais, descreve a trajetória do cacique:

“Mburuvixá Cirilo começou criança nos confins das florestas de Misiones (Para Miri), tornando-se jovem liderança em comunidades na Argentina junto à dor pela morte prematura de seu filho primogênito, quando foi se esconder no fundo da floresta para se concentrar ‘espiritualmente’, conversar com o Deus, ao ponto dele receber um canto mágico para lhe tranquilizar o coração e lhe tornar um Xondaru Marangatu (guardião da Tradição). Por indicação de Nhanderú, depois veio com a família na direção de Para Guaçu , litoral do Brasil e tornou-se Mburuvixá Tenondé, liderança política originária que representa o respeito ao Tekó Porã (Belo Viver), preservando a alegria e o respeito à tradição dos mais velhos, velhas e das lideranças espirituais (Karai Kuery e Kunhã-Karai Kuery), verdadeiro articulador étnico, agente intercultural e mediador capaz de ‘sensibilizar o coração dos brancos’ (mexer em nossos perceptos) e adaptar as políticas indigenistas desde “costuras” interinstitucionais que se efetivam em ações políticas concretas afinadas ao holismo do Mbyá-Rekó. E ainda mantendo a índole aguerrida dos primeiros Guarani, no sentido literal do termo, participando de processos de autodemarcação da Terra Indígena do Campo Molhado em 1994 e na recente retomada da aldeia Tekoa Ka’a Guy Porã nas matas dentro da área da extinta FEPAGRO em Maquiné/ RS”.

A Fundação Iberê tem o patrocínio de Itaú, Grupo GPS, Renner Herrmann S/A e Lojas Renner, OleoPlan, Banco Safra, e apoio de Ventos do Sul, BTG Pactual, Grendene, Unifertil, Nardoni Nasi, DLL Group, Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Tecnopuc e Plaza São Rafael, com realização e financiamento da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania / Governo Federal. O Programa Educativo/ Iberê nas Escolas tem o patrocínio de CMPC – Celulose Riograndense e Dufrio, com realização e financiamento da Secretaria Estadual de Cultura/ Pró-Cultura RS, Secretaria da Educação – Prefeitura de Porto Alegre, Secretaria de Educação – Prefeitura de Guaíba e Viação Ouro e Prata.

crédito foto: Xadalu