World Green Building inicia movimento para zerar emissões de gás carbono em edificações até 2050

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No Brasil, a certificação GBC Zero Energy foi criada e implementada para equilibrar o consumo e geração de energia renovável em edificações verdes, durante a fase de operação. Até o momento, o país possui 18 projetos registrados nesta categoria. Destes, três já foram certificados.

O World Green Building lançou em 13 de setembro, na Califórnia (EUA), declaração assinada por seus 38 signatários, entre empresas, estados e cidades de várias partes do mundo, que simboliza o início de um grande movimento para as construções sustentáveis. No documento, os participantes comprometeram-se a elaborar políticas de planejamento e execução, que exigirão dos novos empreendimentos construídos a operar com emissão zero de gás carbono (Co2) até 2030. Em um segundo momento, todas as construções, sejam elas novas ou em uso, a operarem sem emissões de Co2 até 2050.

O documento assinado ontem prevê que, neste período, sejam eliminados cerca de 209 milhões de toneladas de emissões de CO2e, o equivalente a 45 milhões veículos fora de circulação. O objetivo é estimular a indústria e os governos a desenvolver estratégias agressivas para iniciar as ações necessárias às mudanças e cumprirem suas obrigações dentro do compromisso. “Dar esse salto foi um esforço fenomenal dos signatários fundadores. Com isso, estimulamos outras pessoas a se juntarem a nós nesta emocionante jornada”, afirma Terri Wills, CEO do World GBC.

Em todo o processo, os signatários se comprometem a avaliar seu uso atual de energia e emissões associadas em suas ações. Outro ponto será identificar oportunidades para reduzir o desperdício de energia e melhorar a eficiência energética, bem como alimentar seus edifícios a partir de fontes de energia renováveis. Por fim, os envolvidos terão de informar em relatórios periódicos, sobre o progresso em relação aos objetivos de descarbonização.

No Brasil, para acompanhar essa evolução, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou recentemente mudanças que permitirão a pessoas físicas terem acesso a financiamentos para a instalação de sistemas de aquecimento solar e sistemas de cogeração, com placas fotovoltaicas e aerogeradores. A mudança ocorre no âmbito do programa Máquinas e Equipamentos Eficientes, do Programa Fundo Clima (instrumento da Política Nacional sobre Mudança de Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, para garantir aporte financeiro a projetos ou estudos, ou financiamento de empreendimentos que tenham o objetivo de minimizar as mudanças climáticas) e os recursos poderão ser contratados em operações indiretas apenas por meio de bancos públicos. “Trata-se de um assunto de extrema relevância. Em ano eleitoral, é fundamenta que os candidatos tenham um olhar estratégico para o segmento. Políticas públicas, incentivos, maior atuação dos bancos privados, são algumas das necessidades que o setor de construções sustentáveis tem para se tornar ainda mais forte e viável”, analisa Faria.

Certificação GBC Brasil Energy Zero

No Brasil, apesar da ausência de esforços na assinatura dos Compromissos por parte dos entes públicos, o Green Building Council Brasil destaca a liderança da iniciativa privada e profissionais do setor. Lançado em agosto de 2017, a certificação verifica as ações para maximizar a eficiência energética, a geração de energia renovável no local ou remoto (on-site ou off-site), equilibrando consumo e produção durante 12 meses de operação da edificação. Ainda, permite-se a compra de Certificados de Energia Renovável (REC), que comprovam a natureza da energia que a edificação utiliza, para até 5% deste consumo.

A Certificação Zero Energy Building é uma ferramenta que se aplica em todo o território nacional já considerando todas às variáveis regionais. Apresenta critérios específicos e definidos, garante a viabilidade técnica e financeira, além da transparência na avaliação, a partir de indicadores claros e de auditoria externa. Até o momento, o Brasil possui 18 projetos registrados nesta categoria. Destes, três já foram certificados. Confira a lista dos projetos registrados:

CICS – Centro de Inovação em Construção Sustentável – São Paulo (SP)
Sede RACE ngenharia – Curitiba (PR)
Creche Municipal Hassis – Florianópolis (SC)
Sede SINDUSCONPR – Curitiba (PR)
Casa do Futuro – Atibaia (SP)
Casa Mão Verde – Piracicaba (SP)
Centro SEBRAE de Sustentabilidade – Cuiabá (MT)
GEO Energética – Tamboará (PR)
De Paola e Penasolo Advogados – Curitiba (PR)
Montage Botafogo Empreendimentos – Campinas (SP)
Lar Verde Lar – Governador Valadares (MG)
Selenergy – São José dos Pinhais (PR)
LoftAlamedaFormosa – Santana de Parnaíba (SP)
Plasmetal – Londrina (PR)
PetinelliCWB – Curitiba (PR)
Univalli Biguaçu – Biguaçu (SC)
Coca-Cola CD – Uberlândia (MG)
Coca-Cola Prédio Social – Uberlândia (MG)

Iniciativa mundial – O Brasil é um dos primeiros países a implementar essa certificação para o setor de construção. A iniciativa é do World Green Building Council, e tem por objetivo acelerar a geração de energia por fontes renováveis, o conceito de geração distribuída e fomentar grandes avanços no que tange a eficiência energética.

O compromisso foi firmado no COP Paris, quando estudos apresentados e discutidos mostram que estas ações, atingindo a meta de garantir a autossuficiência energética das novas edificações até 2030, e em um segundo momento, todas até 2050, garantem a reduções das 84 Gigatons (GTon) de emissões, o suficiente para diminuir a temperatura global em até 1,5ºC.

Para atingir esses números, o projeto foi proposto para 10 unidades do Green Building Council no mundo. Em maio de 2017, o Canadá foi o primeiro a lançar sua certificação e agora é a vez do Brasil. Segundo Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil (GBC Brasil) e presidente do Comitê dos GBCs das Américas pelo World Green Building Council, a entidade acredita no cumprimento das metas propostas, por mais que pareçam ousadas. “Graças à maturidade e experiência das nossas empresas e profissionais, o Brasil consegue se destacar na execução de projetos dentro deste conceito, com viabilidade financeira, independente de compromissos dos entes públicos”, afirma Faria. “Os melhores do mercado já ultrapassaram a barreira da viabilidade técnica e financeira, agora nosso papel como associação é disseminar o conhecimento e pavimentar o caminho para escalonar o número de projetos”, finaliza o executivo.

Sobre o GBC Brasil

O Green Building Council é uma organização sem fins lucrativos, presente em 80 países e com certificações em 167 países, com a missão de transformar a indústria da construção civil e a cultura da sociedade em direção à sustentabilidade. O GBC Brasil atua para desenvolver a indústria da construção sustentável no país, utilizando as forças de mercado para conduzir a adoção de práticas de green building em um processo integrado de concepção, implantação, construção e operação de edificações e espaços construídos, contribuindo para garantir o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, impactos socioambientais e uso de recursos naturais, visando a melhoria da qualidade de vida e bem-estar da atual e das futuras gerações. Suas atividades são focadas em capacitação profissional, disseminação de informações, relações governamentais e promoção das certificações LEED e Referencial GBC Brasil Casa.