Voltado a criar experiências urbanas, MCities amplia acessos em meio à pandemia

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Startup que mescla tecnologia, entretenimento, serviço e urbanismo facilitou a relação com a cidade a partir da própria casa dos usuários

O sistema MCities aumentou em 40% o número de acessos – considerando web, redes sociais, aplicativo e ações em espaços públicos e privados – em razão do isolamento social em 2020. A startup, focada em inovação, comunicação e inteligência urbana, nasceu para estimular que as pessoas ganhem as ruas e conheçam as suas cidades. “Essas pessoas passaram a usar o sistema como uma forma de se sentirem conectadas com a cidade, com o ambiente urbano”, afirma o CEO do MCities, Paulo Hansted (foto).

O canal Rotas, por exemplo, que foi desenvolvido para dar dicas que permitam às pessoas passearem pela cidade e suas proximidades em roteiros a pé, de carro ou de bicicleta, teve ampliação da permanência de 3 minutos para 7 minutos. “Este aumento de engajamento nos mostrou que os usuários estão tentando redescobrir a cidade pelo meio online”, explica Hansted. Os números indicam que a tecnologia se transformou em um alicerce para promover a interação humana.

Em Curitiba, onde estão algumas das iniciativas interativas, como as da Rua Itupava, Rua XV e Prudente de Morais, a plataforma seguiu ofertando a curadoria de boas experiências. “Quando acessava o MCities antes da pandemia, as pessoas queriam saber o que estava acontecendo, e o estímulo era levar as pessoas para a rua. Durante o isolamento, fizemos o inverso: trouxemos a cidade para dentro da casa”, diz.

Na indústria das smart cities, há um ramo focado nas cidades interativas. Enquanto a primeira diz respeito à tecnologia aplicada à infraestrutura (trânsito, energia, construções mais sustentáveis e segurança), a segunda foca na relação das pessoas com o espaço humano, colocando o ser humano em primeiro lugar. “A pandemia nos trouxe uma reflexão sobre os nossos valores. A incerteza e a instabilidade nos obrigaram a fazer uma revisão na relação com as pessoas ao nosso redor e com a própria cidade”, diz Hansted.

Os alicerces das cidades interativas pós-pandemia

O MCities cria experiências dentro da cidade com o objetivo de humanizar a tecnologia. O propósito é dar poder às pessoas no ambiente urbano, oferecendo alternativas para a tomada de decisões convenientes e rápidas. Depois das dificuldades vividas ao longo de 2020, o futuro das cidades interativas no pós-pandemia será baseado em seis pilares que terão o apoio da tecnologia, segundo o CEO do MCities.

1 – Tempo/Conveniência – As experiências trazidas pela pandemia mostram que as pessoas estão buscando ganhar tempo. “A conveniência vai ganhar um valor muito forte. As pessoas estarão dispostas a pagar mais por coisas que as fazem ganhar tempo para usá-lo, seja de forma mais produtiva ou no que dá mais sentido às suas vidas”, explica. Os aplicativos de delivery, por exemplo, chegaram para ficar.

2 – Raízes/Pertencimento – A pandemia mudou a relação com as nossas raízes. “A cabeça estava sempre pensando no amanhã, no que eu podia fazer mais”. Desde então, houve valorização de negócios locais, mais conexão com os vizinhos e a ampliação do sentimento de pertencimento ao bairro ou à origem.

3 – Esperança/Solidariedade – Muitas pessoas adotaram espírito solidário, tentando ajudar mais, ser mais participativo na sociedade. “Nós percebemos que nossa atitude implica em tudo aquilo que nos cerca”, afirma Hansted.

4 – Humanidade – Houve disposição para usar a tecnologia como um mecanismo para valorizar as conexões humanas, resgatando amigos/pessoas que não eram procuradas há anos, além de uma tentativa de ter mais tempos com a família ou amigos.

5 – Casa – O ambiente onde nós estamos ganhou um valor sem precedentes. “Houve uma reorganização maior da percepção da casa em função do home office, já que as pessoas estão passando mais tempo em suas casas”, diz Hansted. A percepção de valor, de segurança e de importância destes espaços se ampliou. “É meu lugar de abrigo, mas também onde trabalho”, diz.

6 – Felicidade – As pessoas passaram a buscar aquilo que faz sentido para suas próprias vidas. “Tínhamos perdido a conexão com isso. Vivíamos na inércia”, diz. Houve uma percepção de que a felicidade está em coisas pequenas ou próximas e haverá mais valorização de fatores que estavam esquecidos.