Realizado na União Soviética, em 1929, Um Homem com uma Câmera é um filme ícone do cinema documental e experimental, influenciado pelo futurismo. A sessão especial conta com música composta especialmente para o filme por Vagner Cunha. A entrada é franca

No próximo domingo, 24 de junho, às 16h, o Cine Iberê apresenta uma sessão especial de cinema mudo com música ao vivo, com o compositor e multi-instrumentista Vagner Cunha e o compositor, percussionista e cantor Ernesto Fagundes. Filme ícone do cinema documental e experimental, Um Homem com uma Câmera, do cineasta russo Dziga Vertov, dialoga com as exposições em cartaz na Fundação Iberê Camargo – Moderna Para Sempre e As Durações do Rastro – por sua influência do futurismo e do construtivismo, aproximando-se da arquitetura. A sessão única e gratuita integra o programa Silêncio em Movimento – cinema mudo com música ao vivo, e tem curadoria de Marta Biavaschi.

Um Homem com uma Câmera revela o cotidiano da vida urbana de Odessa e de outras cidades da antiga União Soviética, mostrando a indústria, o trabalho e as formas de lazer da população soviética dos anos 20. O documentário também é marcado pela experimentação cinematográfica que Diziga Vertov chamava de cine-olho, afirmando-se como um filme-tese sobre o próprio fazer cinematográfico. Foi realizado com diferentes procedimentos cinematográficos, como alteração de velocidade da câmera, stills, telas divididas, entre outros.

A trilha executada foi composta pelo maestro e multi-instrumentista Cunha especialmente para o filme. Vagner Cunha atua em diversos ambientes na cena musical contemporânea, tendo suas composições interpretadas por importantes orquestras e grupos de câmara brasileiros. Vagner também compõe trilhas musicais para dezenas de filmes e projetos audiovisuais, além de músicas orquestrais didáticas, dedicadas à formação de jovens instrumentistas. Sua obra está em discos como Mahavidyas (2008), Além (2012), Variações São Petersburgo (2016), Vagner Cunha convida Guinga (2017), Concerto para Violão de 7 cordas e orquestra com Yamandu Costa (2017), além de dois discos dedicados a poemas de Antonio Meneghetti, interpretados pela Camerata Ontoarte e Carla Maffioletti (2015 e 2017). Recebeu sete vezes o Prêmio Açorianos e, em 2011, o Prêmio FUNARTE de Composição. Atualmente é diretor musical da Camerata Ontorte Recanto Maestro – para a qual compõe regularmente em diversas formações camerísticas – e dedica-se à composição da Ópera O Quatrilho, com libreto de José Clemente Pozenato. Junto com cantor e bombo leguerista Ernesto Fagundes gravou, em 2017, o projeto Los Orientales. Em seu primeiro CD, a dupla convidou o acordeonista Luciano Maia e o violoncelista Celau Moreira para interpretarem um repertório de composições próprias que inclui milonga, valsa, chacarera e samba, entre outros ritmos que varrem de leste a oeste a geografia musical. Ernesto Fagundes é bombo leguerista, cantor e compositor. Juntamente com o pai Bagre e os irmãos Neto e Paulinho, integra o conjunto de música regional gaúcha Os Fagundes, mas sua atuação como músico é ampla e diversa, tendo trabalhado com grandes instrumentistas como Yamandu Costa. Também possui um trabalho solo e, em 2010/2011, Ernesto foi protagonista do documentário Origens, com direção de Renê Goya, sobre o Bombo Leguero.

Jose Yalenti, Evanescente, 1945, gelatina e prata [vintage], 27,5 x 39 cm.

Diziga Vertov (1896- 1954) é cineasta, documentarista e jornalista russo, considerado o realizador precursor do cinema-verdade. Sua primeira obra cinematográfica – o cinejornal Kinonedelia (1918). Contemporâneo de Eisenstein, Diziga Vertov fundou o movimento cine-olho, em 1923. A partir do olho, a realidade-sensação do mundo, sem a representação, sem a dramatizacão. Sua filmografia, entre outras obras: Kinonedelia (1918), O aniversário da Revolução (1919), A batalha de Tsaritsin (1920), Kinopravda (1922-25), A sexta parte do mundo (1926), O décimo primeiro ano (1927-28), Um homem com uma câmera (1929), Três cânticos para Lenin (1934), Canção de ninar (1937), Três heroínas (1938).

Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio de ItaúGrupo GPSIBMOleoplanAgibankBTG PactualBanrisul e apoio SLC AgrícolaSulgás e DLL Group, com realização e financiamento do Ministério da Cultura / Governo Federal. A Traduzca apoia a exposição As Durações do Rastro.

Serviço:

Cine Iberê

Domingo, 24 de junho, às 16h – Um Homem com uma Câmera, de Dziga Vertov (1h7min, 1929, URSS) – Cinema mudo com música ao vivo, composta especialmente para o filme e executada por Vagner Cunha e Ernesto Fagundes

Entrada franca por ordem de chegada  | Classificação indicativa: 12 anos

Local: Auditório BTG Pactual

Endereço: Fundação Iberê Camargo – Avenida Padre Cacique, 2000

Como chegar:

A Fundação Iberê dispõe de estacionamento pago, operado pela Safe Park.

As linhas regulares de lotação que vão até a Zona Sul de Porto Alegre param em frente ao prédio, assim como as linhas de ônibus Serraria 179 e Serraria 179.5. É possível tomá-las a partir do centro da cidade ou em frente ao shopping Praia de Belas. O retorno pode ser feito a partir do Barra Shopping Sul, por onde passam diversas linhas de ônibus com destino a outros pontos da cidade.

Pedestres e Ciclistas: existe uma passagem para que pedestres e ciclistas possam atravessar a via em segurança. A passarela é acessada pelo portão de entrada do estacionamento. A Fundação também dispõe de um bicicletário, localizado nos fundos do prédio.

Site: www.iberecamargo.org.br

Fanpage: www.facebook.com/fundacaoiberecamargo

Instagram: @ f_iberecamargo

Visita virtual Google Artes & Culture – https://goo.gl/wYr75v

Exposições em cartaz

As Durações do Rastro – A fotografia de Jordi Burch frente à arquitetura de Àlvaro Siza Vieira

Exposição de fotografias de Jordi Burch

Curadoria: Verônica Stigger

Local: 4º andar

Período de exibição: de 16 de junho a 5 de agosto de 2018

Classificação indicativa: Livre

A exposição As Durações do Rastro – A fotografia de Jordi Burch frente à arquitetura de Àlvaro Siza Vieira, do fotógrafo português Jordi Burch, traz uma série de 40 imagens que registram quatro conjuntos habitacionais da Europa projetados pelo arquiteto português Álvaro Siza – também autor do premiado projeto arquitetônico da Fundação Iberê Camargo. A mostra faz parte das comemorações dos 10 anos de construção do edifício sede da Fundação.

A série se originou de um convite que o artista recebeu para participar da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2016, no pavilhão de Portugal dedicado a Siza. A ideia era levar Burch e uma equipe de cinegrafistas para acompanhar a visita do arquiteto a conjuntos habitacionais projetados por ele, depois de muitos anos sem rever essas obras: no Bairro da Bouça (Porto/Portugal, 1973), no Campo di Marte, na Giudecca (Veneza/Itália, 1983), em Kreuzberger (edifício Bonjour Tristesse, Berlim/Alemanha, 1984), e no Schilderswijk West (Haia/Holanda, 1985). Para saber mais sobre a exposição, acesse o presskit aqui: https://goo.gl/U9in9x.

Exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural

Curadoria: Iatã Cannabrava

Local: 2º e 3º andares

Período de exibição: de 19 de maio a 15 de julho de 2018

Classificação indicativa: Livre

A exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural é composta por 144 obras, com destaque para quatro trabalhos recém-adquiridos e incorporados à mostra pela primeira vez: Florale, de Geraldo de BarrosOcaParque do Ibirapuera, de German Lorca; além de Composição e Sem Título, de Mario Fiori. Com curadoria do fotógrafo e pesquisador Iatã Cannabrava, a mostra soma trabalhos de 33 artistas renomados, com foco em suas participações no Foto Cine Clube Bandeirante, em particular, e na importância de suas obras no movimento modernista para a cultura e identidade brasileiras.

“Atentos às transformações que ocorriam no mundo, os fotógrafos modernistas brasileiros devoraram influências para criar uma nova fotografia, que teve como premissa uma leitura essencialmente criativa e de ruptura”, explica Iatã Cannabrava, curador da exposição.

De caráter itinerante e sempre com diferentes recortesModerna para Sempre começou a circular em 2010, quando foi apresentada, também em Porto Alegre, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). De lá para cá, seguiu por mais 11 cidades brasileiras – Fortaleza, Belo Horizonte, Belém, Ribeirão Preto, São Paulo, Santos, Recife, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Vitória. No exterior, a mostra esteve em Assunção, no Paraguai, Cidade do México, no México, e Lima, no Peru. A exposição que chega agora na Fundação Iberê Camargo tem cerca de 50% de obras que nunca foram expostas em Porto Alegre.

Sobre Iatã Cannabrava – Fotógrafo, editor, curador e agitador cultural, Iatã Cannabrava possui três livros publicados – Casas Paulistas (2000), Uma Outra Cidade (2009) e Pagode Russo (2014) –, fotos nas coleções MASP-Pirelli, Galeria Fotoptica, Joaquim Paiva e MAM-SP e trabalhos publicados em oito livros de autoria coletiva.

Sobre a Fundação Iberê Camargo

A Fundação Iberê Camargo é uma instituição privada sem fins lucrativos, criada em 1995, a partir de um desejo do próprio artista e sua esposa, Maria Coussirat Camargo, e com o apoio de amigos e empresários de Porto Alegre.

Há 22 anos, a Fundação desenvolve ações culturais e educativas com a missão de preservar o acervo, promover o estudo, a divulgação da obra de Iberê Camargo e estimular a interação de seu público com arte, cultura e educação, por meio de programas interdisciplinares. Seu acervo é formado por um núcleo documental, composto de documentos e imagens relacionadas à vida e à obra do artista, e um núcleo com a coleção Maria Coussirat Camargo, que inclui pinturas, gravuras, guaches, desenhos e estudos de Iberê Camargo, obras que o casal acumulou durante a vida.

A sede da instituição, inaugurada em 2008, foi projetada pelo português Álvaro Siza, um dos arquitetos contemporâneos mais importantes do mundo. O projeto recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza (2002) e é mérito especial da Trienal de Design de Milão.

Referência arquitetônica na cidade de Porto Alegre, o prédio possui salas expositivas, átrio, reserva técnica, centro de documentação e pesquisa, ateliê de gravura, ateliê do educativo, auditório, loja, cafeteria, estacionamento e parque ambiental projetado pela Fundação Gaia.

Iberê Camargo

[Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994] – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries Carretéis, Ciclistas e As idiotas, que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.

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