Além de piorar a infecção, automedicação pode gerar risco de desenvolver glaucoma, arritmias cardíacas, hipertensão, catarata e hiperglicemia
No outono, é normal que a temperatura vá diminuindo. Em paralelo, há uma tendência de queda da umidade do ar e maior concentração de pessoas em ambientes fechados. Estes fenômenos, juntos, contribuem para a propagação de diversas doenças oculares, entre elas a conjuntivite – inflamação da conjuntiva, membrana que reveste a parte externa do globo ocular.
De acordo com a Dra. Mayra Leite, oftalmologista do H.Olhos – Hospital de Olhos, em caso de suspeita da doença é fundamental procurar um oftalmologista, que fará o diagnóstico correto e indicará o procedimento apropriado. A falta de tratamento ou o uso inadequado de medicamentos pode ter consequências sérias.
“Na conjuntivite, é muito comum os casos de automedicação com colírios, o que é muito arriscado, já que alguns podem retardar o tratamento e até causar consequências maléficas à saúde ocular”, adverte a médica. “A utilização incorreta pode prolongar o processo infeccioso e ainda resultar em glaucoma, dilatação pupilar, vermelhidão dos olhos, arritmias cardíacas, hipertensão, catarata e hiperglicemia.”
Somente nos três primeiros meses de 2018, a patologia registrou mais de 17 mil casos atendidos pelo H.Olhos. Segundo a especialista, há dois tipos mais frequentes da doença. Uma delas é a conjuntivite alérgica, causada por alérgenos (substâncias que provocam alergias), como poeira, poluição, pelos de animais, entre outros. Ao entrarem em contato com os olhos desencadeiam uma cascata de reações imunológicas que levam aos sintomas inflamatórios.
Já as virais vêm do contato com objetos pessoais contaminados, como maquiagens, toalhas, fronhas e lenços, e superfícies infectadas de uso comum, como maçanetas e corrimãos.
Colírios também são remédios
A orientação médica para o uso de remédios é essencial, e com os colírios não é diferente.
A Dra. Mayra Leite explica que os colírios frequentemente utilizados na conjuntivite viral são as lágrimas artificiais, de preferência sem conservantes, de quatro a oito vezes ao dia. Em caso de coceira intensa, também podem ser administrados anti-histamínicos. É esperado que os sintomas desapareçam entre sete e dez dias.
Em algumas pessoas podem surgir complicações, como as pseudomembranas, que devem ser removidas, e os infiltrados epiteliais. Para ambos, é indicado o uso de corticoides tópicos de duas a quatro vezes ao dia.
“No geral, o tratamento é realizado com colírios para alívio dos sintomas, apenas para tirar o desconforto dos pacientes. Mas em casos mais sérios outros medicamentos devem ser utilizados, por isso o diagnóstico profissional é imprescindível”, esclarece.
Para as conjuntivites alérgicas, é necessário evitar contato com o alérgeno (poeira, pólen, pelos de animais, fumaça, poluição etc.) e usar medicamento específico prescrito por um especialista, que vai depender de cada caso.
Para todas as situações, são recomendadas medidas para o alívio dos sintomas, como compressas frias e colírios lubrificantes. O uso de lentes de contato deve ser suspenso.
Prevenção, sempre!
Geralmente, o melhor remédio é a prevenção. No caso da conjuntivite, há algumas dicas para se proteger.
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;
- Evitar contato com os olhos sem higienizar as mãos;
- Evitar uso de maquiagem de outras pessoas nos olhos;
- Nunca usar lentes de contato de outras pessoas;
- Nunca usar colírios utilizados anteriormente por pessoa com conjuntivite;
- Não levar crianças com conjuntivite para o berçário ou à escola até que o quadro tenha se resolvido;
- Utilizar apenas produtos descartáveis para limpeza dos olhos acometidos pela doença;
- Lavar regularmente lençóis, fronhas e toalhas.
Para mais informações acesse http://www.hospitalholhos.com.br/