Entenda a doença da Adriana, de O Outro Lado do Paraíso
Os próximos capítulos do folhetim das 21h, da Globo, devem tratar de um assunto pouco conhecido por algumas pessoas: o tumor renal.
Adriana, interpretada pela atriz Julia Dalavia, descobrirá um tumor maligno e será obrigada a retirar o órgão responsável por filtrar as impurezas do organismo.
Segundo dados do Ministério da Saúde, esse problema representa 3% das doenças malignas que acometem adultos em todo o mundo e por não fazer parte do grupo de tumores malignos mais recorrentes, é comum que muitas pessoas não possuam as informações acerca dos sintomas desta doença.
O médico nefrologista Dr. Marcos Vieira, da Fundação Pró-Rim – referência nacional na prevenção, no tratamento de doenças e transplantes renais – explica mais sobre a doença. Confira:
1 – O que é câncer de rim?
Os rins são os órgãos responsáveis pelo equilíbrio de água e sais do corpo, além de exercer uma função importante na eliminação de substâncias metabolizadas pelo organismo. Existem vários tipos de câncer de rim, mas o tipo mais comum do câncer nos rins é o carcinoma de células renais, que representa aproximadamente 90% dos casos que se origina nos rins. É uma consequência da transformação das células dos túbulos que formam os néfrons, que passam a se proliferarem de forma anormal e até, em alguns casos, invadir outras partes do corpo (chamado de metástase).
2 – Quais são os fatores de risco?
Pessoas com hipertensão arterial, obesas e fumantes têm maiores chances de desenvolver o câncer de rim. Algumas síndromes genéticas raras também aumentam o risco de desenvolver o problema. O uso de diuréticos, especialmente em mulheres, também é considerado um grupo de risco para tumores renais. Além disso, pacientes com insuficiência renal crônica em uso de hemodiálise estão sob um maior risco de desenvolver câncer de rim.
3 – Quais são os sinais e sintomas?
Como ele é um órgão que se localiza mais profundamente no abdômen, sintomas mais intensos e possibilidade de palpação do câncer só ocorrem quando a doença está mais avançada. Muitos casos são descobertos já com metástases. O câncer de rim pode se manter oculta durante um longo período. Somente 10% dos pacientes se apresentam com os sintomas clássicos da doença como dor no abdômen, sangue na urina, massa palpável no abdômen. Outros sinais menos específicos podem estar presentes como perda de peso, febre, cansaço, suor excessivo a noite, pressão alta.
4 – Como é o diagnóstico?
Normalmente se faz o diagnóstico por acaso quando o paciente faz um exame de imagem e acaba descobrindo um módulo no rim. O diagnóstico pode ser feito por ultrassom. Na presença de nódulo ou massa renal, é obrigatória a realização de uma tomografia computadorizada. Essa técnica é bastante confiável para sugerir se o tumor é maligno ou benigno. Além disso, pode-se fazer a ressonância magnética, que verifica as alterações vasculares e cistos renais complexos.
5 – Como é o tratamento?
O tratamento do câncer renal depende do tamanho do tumor e se há metástase ou não. Quando a doença está apenas no rim, o tratamento é feito com a cirurgia de retirada parcial ou total do rim. Entretanto, quando a doença já se apresenta com metástases, o protocolo de tratamento é mais severo. Em muitos casos o objetivo do tratamento passa a ser frear o avanço da doença. É fundamental, o tratamento conjunto com especialistas de outras áreas, como oncologista, urologista e nefrologista. Além do acompanhamento de psicólogo e nutricionista.
6 – Como prevenir este tipo de câncer?
A melhor forma de prevenir a doença é manter hábitos de vida saudável e estar atento ao próprio corpo, comunicando o seu médico as alterações no funcionamento do seu organismo. É importante ter o acompanhamento regular com o médico para um diagnóstico precoce do câncer através de exames de imagem e de urina.
Na trama, Adriana será submetida a retirada total do rim esquerdo e precisará de hemodiálise para sobreviver. Dr. Marcos explica que esse procedimento é uma forma eficaz de substituir o órgão que não esteja funcionando como no caso da personagem.
“Mesmo que a diálise não seja um tratamento que substitui como órgão original, é capaz de manter a vida de uma pessoas por muitos anos”, finaliza o médico.
A importância de um diagnóstico
Dr. Marcos reafirma a importância do diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo o paciente realizar o diagnóstico, mais chances de cura”, destaca. O diagnóstico precoce permite ao médico identificar o tumor quando ele está em seus estágios iniciais, localizado ainda dentro dos rins.
Quando o câncer está concentrado apenas em um lugar, o tratamento torna-se mais simples do que em um estágio avançado em que tenha se espalhado para outras partes do corpo.
Para finalizar, é importante lembrar-se de manter um estilo de vida equilibrado, com bons hábitos, alimentando-se adequadamente.
Sobre a Fundação Pró-Rim (www.prorim.org.br): Referência nacional no tratamento e no transplante de rins, a Fundação Pró-Rim é uma entidade filantrópica com 30 anos de atuação. Possui unidades de hemodiálise em Santa Catarina e Tocantins e atende pacientes renais crônicos de todo o Brasil. Pioneira nos transplantes renais em Santa Catarina, sua equipe está entre as que mais realizam transplante no país. Já ultrapassou a marca de 1500 transplantes renais, é a primeira instituição de nefrologia do mundo a receber a certificação internacional Qmentum e a primeira unidade de hemodiálise do Estado a receber o nível máximo de Qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ON A – Nível 3). Recebeu o Prêmio Empreendedorismo Social pela Folha de S. Paulo e foi eleita pelo nono ano consecutivo pelo Guia Você SA como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil.