Apesar das mãos e dos pés serem duas partes importantes do nosso corpo, muitas vezes elas ficam em segundo plano durante os cuidados diários com a pele
Assim como o rosto, a pele das mãos e dos pés também necessita de cuidados. Isso porque estas partes do corpo ficam expostas aos efeitos nocivos do frio e, em alguns casos, da radiação solar, o que causa irritações, ressecamento e espessamento, além do envelhecimento precoce. Mas, de acordo com a dermatologista Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD), os efeitos externos não são os únicos vilões nessa história. “A pele das mãos, por exemplo, não tem capacidade de regeneração celular suficiente devido a menor quantidade de folículos e, consequentemente, de glândulas sebáceas. Desse modo, essa área fica mais suscetível a agressões externas.”
Por isso, as mãos são consideradas a parte do corpo onde é mais difícil esconder os sinais do envelhecimento, principalmente devido à falta de cuidados preventivos. Então, para prevenir o aparecimento de sinais como flacidez, rugas, ressecamento e manchas nas mãos, a dica da especialista é manter os cuidados com a pele em dia. “Cultivar o simples hábito de hidratar as mãos diariamente já previne o aparecimento desses sinais causados pelo tempo e pelo ambiente, pois reforça a barreira de proteção da pele e evita a perda d’agua transepidermal”, recomenda a dermatologista. “A fotoproteção da região, com filtro solar FPS 30 de amplo espectro de proteção e à prova d’agua, também é essencial para prevenir o fotoenvelhecimento e o surgimento de manchas nas mãos. Além disso, é importante utilizar luvas durante o uso de produtos agressivos, como detergentes, pois estes também podem ressecar e danificar a pele das mãos a longo prazo.”
Segundo a especialista, estes cuidados já são suficientes, mas, para suavizar os efeitos do envelhecimento, a medicina estética dispõe de peelings suaves à base de ácido mandélico ou retinóico que promovem a renovação celular das mãos. “Em casos mais graves de ressecamento das mãos, o dermatologista conta com o recurso de hidratação injetável, que consiste em aplicações mensais de ácido hialurônico de baixo peso com o intuito de hidratar as camadas mais profundas da pele, devolvendo viço, maciez e jovialidade às mãos. O tratamento dura de 3 a 4 sessões que podem ser repetidas a cada seis meses, se necessário”, destaca.
Já os pés, apesar de terem a pele mais espessa e resistente em relação a outras áreas do corpo, também precisam de cuidados diários, pois o uso constante de sapatos, botas, saltos e sandálias facilita o aparecimento de calos nos calcanhares e na sola dos pés, além do ressecamento e do espessamento da pele da região. “A pele da planta dos pés fica mais áspera, espessa e mais esbranquiçada por causa do acúmulo de queratina. Como a queratina é uma proteína morta, quando a pele está seca sem a boa e adequada formação de água e lipídios, ela pode ser tornar esbranquiçada, em um sinal de perda de integridade da barreira cutânea”, explica a médica.
Assim como as mãos, para prevenir o ressecamento dos pés, a hidratação é fundamental. Para isso, o ideal é apostar em produtos que proporcionam hidratação, relaxamento, proteção contra fissuras, descamações e contaminações por fungos e bactérias. Além disso, caso você decida usar chinelos ou sapatos abertos, é importante também aplicar filtro solar nos pés, pois a região fotoexposta tem a pele fina, sendo assim mais suscetível aos efeitos da radiação UV. “Já para prevenir o espessamento da pele e o surgimento de calos o recomendado é evitar sapatos muito apertados, que causem atrito ou feridas em determinada área dos pés, e utilizar calçados mais confortáveis com meias de algodão, que facilitam a respiração da pele. O uso de palmilhas e protetores também é interessante para reduzir as chances de os problemas surgirem”, completa a dermatologista.
Mas, se você já sofre com calos e espessamento, evite o uso de lixas e pedras, pois estas ferramentas podem causar um efeito rebote na pele, causando um espessamento ainda maior nos pés. “Além disso, num primeiro momento, nós podemos perder a capacidade natural de autoproteção e o estrato córneo que protege os pés, o que abre uma porta de entrada para fungos e bactérias e aumenta a sensibilidade da área, facilitando assim o desenvolvimento de uma dermatite irritativa ou de contato”, alerta a especialista.
Segundo a Dra. Valéria, a esfoliação natural é a melhor forma para resolver o problema com a pele dos pés mais grossa. “Antes de esfoliar, os pés devem ser umedecidos, pois assim a retirada das células mortas é mais fácil. Em seguida, deve-se fazer a esfoliação com movimentos circulares, principalmente na região do dorso e da planta dos pés, sempre finalizando com a hidratação”, explica. “Porém, nenhum tipo de procedimento deve ser iniciado sem o auxílio de um médico. Por isso, o primeiro passo para tratar o problema é procurar um dermatologista para que ele faça um diagnóstico e indique o melhor tratamento para cada caso.”
Fonte: Dra. Valéria Marcondes – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com título de especialista e da Academia Americana de Dermatologia. Foi fundadora e é membro da Sociedade de Laser. www.valeriamarcondes.com.br