Sol é um dos principais marcadores do envelhecimento e pode causar manchas, flacidez e rugas

Os raios solares causam danos e, por consequência, envelhecimento biológico e molecular da pele. Nomeado como um dos sete marcadores do envelhecimento, o sol degrada colágeno e é um dos principais responsáveis pelo estresse oxidativo

O último congresso de Dermatologia em Barcelona enfatizou a importância dos Seven Skin Ages, sete marcadores do processo de envelhecimento biológico e molecular que levam à desnaturação celular e aceleram o envelhecimento cronológico com aparecimento de manchas, rugas e flacidez. “A exposição solar sem a questão da fotoproteção é o mais importante agressor, que leva a um dano cumulativo, inclusive com a formação de dímeros de pirimidina, com mudanças nas bases do DNA que provocam reações de mutação celular, com consequente fotoenvelhecimento precoce, inflamação e cancerização”, afirma a Dra. Claudia Marçal, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

De acordo com a médica, esse dano acontece antes mesmo da pele ficar vermelha. “Na fase pré-eritematosa, ou seja, antes da vermelhidão, nós temos danos significativos e que vão alterar de uma maneira praticamente irreversível o DNA dessas células. E esse efeito cumulativo, esse dano irreversível, vai sendo cada vez mais potencializado pelas múltiplas exposições ao sol, onde a pele não está devidamente protegida”, conta.

Além disso, a dermatologista alerta para a presença em cultura, em peles fotoenvelhecidas, das sunburn cells, células queimadas pelo sol. “Quando fazemos exames como a avaliação microscópica de imunofluorescência, é possível perceber a presença das sunburn cells, que estão presentes quando houve a quebra da barreira, ou seja, a pele não conseguiu se proteger, o filtro solar estava aquém da necessidade para aquele fototipo, ou o estímulo solar foi prolongado demais, ou não houve a reaplicação desse filtro solar. E por conta disso essa pele sofre uma série de alterações, todos decorrentes de um primeiro processo inflamatório, onde ocorre o eritema, a vasodilatação, o aumento da perfusão sanguínea, a sensação de calor local, depois o processo de ardência e, então, já começam os processos oxidativos, que é a formação dos radicais livres e superóxidos que causam um envelhecimento precoce das células, podendo, inclusive, levar à mutação celular e processo de cancerização”, argumenta.

Outro risco da exposição solar contínua é perder a defesa imunológica feita pelas células de Langerhans. “Quando isso acontece, nós aumentamos a chance de cancerização da nossa pele. Ou seja, o campo de cancerização se torna muito maior e a predisposição aumenta a cada nova exposição”, comenta.

Como garantir proteção eficiente – A exposição solar tem aqueles horários pré-estabelecidos e recomendados: até às 10horas da manhã e depois das 16horas, porque nesses períodos existe uma menor incidência da radiação ultravioleta B. “Das 10h às 16h, há a combinação da radiação ultravioleta B com a radiação ultravioleta A, de raios mais curtos e mais longos, o que acaba trazendo não só a queimadura como um risco maior do câncer”, afirma. Além desses horários, o filtro solar, explica a médica, deve ser aplicado no mínimo 30 minutos antes da exposição solar direta, além de ter FPS de no mínimo 30 e peles mais claras devem usar FPS 50. “Esse protetor solar deve combinar filtros químicos e físicos. Os filtros físicos são partículas inorgânicas que refletem ou dispersam a radiação, já os químicos são partículas orgânicas que absorvem o fóton de energia. Mas os filtros físicos bloqueadores à base de dióxido de titânio, óxido de ferro e zinco são fundamentais. Eles agem como uma parede de tijolos — onde a luz bate e volta sem absorvência. Os filtros químicos são importantes, mas altamente instáveis; então na sudorese, na água do mar, a molécula fica quimicamente instável e deixa de proteger”, conta. “O filtro deve ter proteção eficiente contra as radiações UVA e UVB, mas também deve proteger da luz visível e da Infrared — hoje é uma unanimidade mundial a necessidade do amplo espectro do filtro solar”, explica a médica. Por fim, além do uso de chapéus, bonés e roupas com FPS 50, a reaplicação do protetor a cada 2 horas ou após 20 min na água e na quantidade correta. Escolher protetores com formulação que além do FPS, tenham extratos calmantes como Edelweiss, physalis com ação antioxidante e vitaminas com ação antirradical livre e protetora dos danos causados pelo infrared, como a vitamina E, vitamina C, nicotinamida, entre outras.

Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.

Visitas em nosso Portal

contador de visitas

Somos um veiculo de comunicação. As informações aqui postadas são de responsabilidade total de quem nos enviou.