Por Camillo Di Jorge, Country Manager da ESET no Brasil

De acordo com dados da Safetica 80% dos negócios passaram por incidentes de segurança no último ano, a pesquisa mostra ainda que o custo médio de um vazamento de dados fica em torno de US$ 4 milhões.

Um dos maiores desafios de segurança nas empresas é conhecer quais áreas precisam de mais ou melhor proteção: não há um manual, nem mesmo um modelo que sirva para todas. Proteger seu negócio tem relação direta com prestar atenção a possíveis de vazamento de dados e potenciais brechas para ataques.

Para identificar estes elos, é fundamental ter o auxílio de uma empresa especializada em segurança cibernética, que irá perceber quais soluções podem proteger cada empresa, de acordo com seu setor e porte. No entanto, há alguns sinais que qualquer empresa pode perceber com uma rápida análise, antes mesmo de contratar soluções cibernéticas. Assim, já estará mais protegida enquanto busca e seleciona a medida adequada de segurança para os seus negócios.

Em um ambiente corporativo, o elo mais fraco é o ser humano. Usar a sua equipe como aliado na luta contra o cibercrime pode ser vital. De acordo com a PwC, um total de 40% das empresas não treinam seus colaboradores para prevenir incidentes de segurança. Esse é um erro que não pode ser cometido. As companhias precisam se dar conta de que a educação é uma ferramenta para ensinar aos profissionais sobre as atuais ameaças e como se propagam. Isso pode fazer a diferença entre o usuário que clica em uma campanha de phishing, por exemplo, e o que não o faz.

É necessário ter em mente ainda que boa parte dos dados de uma empresa são altamente sensíveis. Por exemplo, o histórico completo de cada colaborador ou os dados de cartões de crédito de clientes, contratos de serviços, faturamento da empresa, entre outros aspectos extremamente estratégicos.

Quando ocorre um vazamento de dados, muitas vezes isso pode sim ser por um erro humano, mas em outros momentos pode ocorrer devido a colaboradores mal-intencionados. Por isso é fundamental ter soluções de segurança instaladas, que auxiliem a identificação e contenção de potenciais problemas, além do monitoramento da atividade dos colaboradores, evitando que informações estratégicas saiam da empresa desnecessariamente.

Pesquisa da Cisco mostra que 47% das pessoas compartilham informações corporativas confidenciais fora da empresa, e nesse número não estão incluídas apenas as pessoas que fazem isso com más intenções, mas também as que fazem por desconhecer os perigos. Por isso, é importante restringir o acesso a dados sensíveis a quem realmente precisa dentro de uma companhia, com logins e senhas de acesso, de forma que as informações continuem protegidas. Aqui volto a mencionar também a questão do treinamento e conscientização dos trabalhadores como aspecto crucial para manutenção da segurança.

Em caso de política BYOD ou de trabalho remoto, os dispositivos móveis devem ser um ponto de atenção, tendo políticas específicas para cuidar dos dados que são transmitidos ou armazenados neles. Um caso ficou bastante conhecido nos EUA, em que o Department of Veterans Affairs (Departamento de Veteranos do Exército Americano) foi vítima de vazamento de informações por conta de um notebook ter sido perdido por um colaborador. Nestes casos, conscientização sobre cuidados com o equipamento e uma senha forte podem salvar a reputação de sua empresa.

É fácil ler tudo isso e pensar que proteger seu negócio é complicado e caro. Em alguns casos realmente pode ser, mas um aspecto une todos esses cuidados: a conscientização do colaborador, que pode salvar o seu negócio.

Quem acredita que vai economizar dinheiro ao não investir no uso de soluções de segurança da informação e ações de conscientização dos colaboradores, pode não estar percebendo que será questão de tempo até que essa economia se torne infundada e termine custando muito mais que do que acredita ter economizado. Erros humanos, ransomware, phishing ou malwares estão por toda a parte e a conscientização disso é o primeiro passo para proteger os elos mais fracos dentro de uma empresa.

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