Rondônia entra na disputa por melhor cacau do Brasil

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Mais de 70 cacauicultores de quatro estados brasileiros concorrem a prêmios por qualidade

A terceira edição do Concurso Nacional de Qualidade de Cacau Especial do Brasil conta com 94 amostras de 77 diferentes produtores oriundos de distintas regiões cacaueiras do país. Até o ano passado, Bahia, Pará e Espírito Santo disputavam os prêmios, divididos nas categorias de variedade única e mistura. Este ano, o estado de Rondônia entra no páreo com 11 amostras de 11 cacauicultores. Um deles é o pequeno agricultor Mauro Celso Tauffer, que concorre com um blend de variedades da sua pequena chácara no município de Buritis.

“Minha participação no concurso pode incentivar outros pequenos produtores aqui da região. Em Buritis, temos uma fábrica de chocolate parada há quase 10 anos, que nunca funcionou. Meu sonho é unir forças com outros cacauicultores para produzirmos ao menos o liquor”, revela Mauro, referindo-se à massa de cacau, principal ingrediente do chocolate. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê um crescimento de 18,4% na produção de cacau do estado de Rondônia para este ano, passando de 5 para 6 mil toneladas.

O Centro de Inovação do Cacau (CIC), entidade organizadora do evento, vem apoiando a cacauicultura de Rondônia através de importantes alianças no estado para a promoção do cacau de qualidade. Recentemente, o CIC firmou mais uma parceria para a realização do Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Cacau de Rondônia, o Concacau. “Acreditamos muito no modelo de produção de Rondônia, na expansão da lavoura em áreas degradadas. A cacauicultura é um importante vetor de reflorestamento naquele estado”, destaca Cristiano Villela, diretor científico do CIC.

Destaque na última edição, o estado do Pará segue ampliando sua participação no concurso e chegou a registrar o maior número de produtores inscritos, com 39% do total, seguido de perto pelos 38% da Bahia. Já no número de amostras, a Bahia sai na frente com 40 lotes, contra os 31 do Pará. Espírito Santo e Rondônia inscreveram 12 e 11 amostras, respectivamente.

Prêmio

Concurso Nacional de Qualidade de Cacau Especial do Brasil, que seleciona as melhores amêndoas produzidas no país, visa a fortalecer a cacauicultura brasileira, valorizando e reconhecendo produtores que fazem um trabalho diferenciado, bem como incentivar a sustentabilidade em todo o processo produtivo. “A busca pela excelência é o fator principal para quem quer se destacar no mercado. Precisamos fazer o Brasil ser mundialmente reconhecido como produtor de cacau especial e fino”, pontua Villela.

Os vencedores serão conhecidos em cerimônia realizada no dia 22 de novembro e podem ganhar até R$ 12 mil, de um total de R$ 24 mil em prêmios, além de certificado.

Avaliação

Um comitê técnico e júri de degustadores de chocolates farão as avaliações, divididas em três etapas. A primeira fase da seleção será através de análises físico-químicas de cada lote inscrito. Os lotes aprovados para a segunda etapa passarão por uma análise sensorial do cacau processado em forma de liquor, para avaliação do comitê técnico formado por especialistas da área. Por fim, na terceira e última etapa, um júri de convidados especiais composto por profissionais de diferentes áreas de atuação, incluindo chefs, jornalistas, chocolate makers e pesquisadores irão avaliar os chocolates elaborados a partir dos liquors.

A lista de aprovados na primeira fase do concurso será divulgada no próximo dia 1° de outubro no site oficial do evento www.omelhorcacaudobrasil.com.br. As amostras selecionadas seguem na disputa e passarão pela segunda e terceira etapas. As avaliações sensoriais ocorrem às cegas e testam tanto o sabor do liquor quanto do chocolate elaborado a 70% de concentração de cacau.

A premiação é uma iniciativa conjunta da cadeia produtiva do cacau, patrocinada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Governo do Pará (Sedap), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Governo da Bahia (Seagri), pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Centro de Inovação do Cacau (CIC), Dengo Chocolates, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez – Cocoa Life, Nestlé – Cocoa Plan, Gencau e SEBRAE. A realização é do CIC em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).

crédito fotos: Ana Lee