Profissão designer: desafio e inovação

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Muito mais do que conteúdo, profissionais procuram investir cada vez mais na formação para se destacar na carreira

O mundo está em constante transformação, e para se destacar no mercado, é importante que os profissionais de todas as áreas estejam sempre atualizados, pois aquele que não andar no mesmo passo das mudanças, ficará para trás.

Tida como uma das profissões mais promissoras do mundo, o Design é, sem sombra de dúvidas, um dos pilares da tecnologia e do consumo, pois, muitas vezes, é ele quem dá forma ao conteúdo, e um conteúdo sem forma não é atrativo, o que acaba estourando lá na ponta da cadeia de consumo: um produto sem atrativo, sem apelos, não vende, ocupa prateleira e é sinônimo de prejuízo para quem o desenvolveu e para quem não conseguiu vender. Nesses casos, por mais barato que o produto seja, não vende. Não há “empurroterapia” milagrosa.

Pensando em ir cada vez mais longe na carreira que decidiu abraçar, a designer catarinense Patricia Pereira, 36 anos, deixou a casa dos pais, em Canoinhas/SC, ainda muito nova para cursar Desenho Industrial em Curitiba/PR.

“Acredito que nasci designer, desde pequena, sempre gostei de desenhar, criar, inovar, em brinquedos, brincadeiras e maneira de vestir. Na escola, me destacava muito em disciplinas relacionadas a artes e desenvolvia maneiras criativas de resolver problemas. Conforme fui crescendo, descobri a profissão de designer e me apaixonei. Era a ‘profissão das pessoas que criam coisas’, isso me encantou muito, e desde meus 11, 12 anos já pesquisava a profissão e sabia que era isso que queria fazer para a vida toda”, conta Patricia.

“A faculdade foi o pontapé da minha jornada. Eu já sabia o que eu queria, e buscar a formação especializada era o início de um processo que me levaria mais longe”, conta a Designer que já trabalhava na área desde os primeiros anos na universidade.

Com um potencial de destaque, Patricia começou a carreira trabalhando na Kraft Foods – hoje Mondelēz, empresa alimentícia, onde vivenciou o projeto estrutural de embalagens de alimentos. Em seguida, ainda na universidade, a jovem designer foi convidada a trabalhar em uma das maiores empresas de eletrodomésticos do mundo, o braço brasileiro da Whirlpool S.A., responsável pelas marcas Brastemp, Consul e Kitchen Aid no Brasil. “A área de design de eletrodomésticos é uma das mais difíceis e concorridas para designers no Brasil”, diz. Lá, Patricia participou da elaboração de projetos gráficos como grafismos de painéis para lavadoras, micro-ondas, fogões e refrigeradores, além de atuar no desenvolvimento de interfaces de produtos e suas lógicas de uso.

“Procurei ser bastante versátil na profissão e transitar por todos os ramos do design; mais do que aprender, eu tinha que conhecer todas as formas e áreas de atuação do designer para poder ‘me encontrar’ na profissão e aplicar o meu melhor naquilo que eu escolhesse fazer dentro do design”, conta.

Indo além

No Brasil e mundo afora, todos os anos diversos novos profissionais deixam os bancos das universidades para se lançarem ao mercado de trabalho, e para isso, somente a formação acadêmica não é capaz de garantir um bom lugar ao Sol.

“Sempre digo que o futuro é agora, e ele está acontecendo enquanto estamos planejando o amanhã. Sempre investi na minha formação porque sei que o mercado de trabalho não suporta estagnação, quis estar pronta para esse futuro. Depois de concluir o curso superior, busquei especializações diversas para me tornar uma profissional completa. Hoje, trago na bagagem título de especialista em Gestão e Desenvolvimento de Produto, Eco Design e Design Emocional.”, declara Patricia.

A designer ainda teve passagem pela Sanifill, uma das mais tradicionais empresas do Brasil especialista em higiene oral, onde como Analista de Desenvolvimento de Produto Pleno, foi a responsável pela criação da área de Design e P&D (Pesquisa & Desenvolvimento de Produto) e também pela estruturação da área de design gráfico da empresa (antes da chegada dela, os projetos de produto eram desenvolvidos por uma empresa terceirizada). Além disso, Patricia teve participação fundamental no desenvolvimento de projetos de produto, como: escovas de dentes, frascos para antisséptico bucal, estojos para fio dental, o que gerou patrimônio de propriedade intelectual para a empresa com o registo do design desses produtos junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual). “Foi uma oportunidade desafiadora, que colocou à prova os meus conhecimentos, ampliou o meu universo e me fez chegar ainda mais longe”, revela.

Depois da passagem pela indústria de higiene oral, Patricia foi convidada integrar o time da Grendene, indústria de calçados, onde como designer de produto desenvolveu projetos para a marca de calçados Ipanema, uma das mais importantes marcas de chinelos do Brasil.. “Participei ativamente de pesquisas com consumidores a fim de entender as necessidades do nosso público e buscar referências, tendências e inovação em produtos, estampas e materiais, não só no Brasil. Além disso, contribui com meu conhecimento técnico (bagagem adquirida em empresas anteriores) para o crescimento da equipe de design da Ipanema e participou de workshops para a geração de novas ideias para diversos produtos do Grupo Grendene”, relembra Patricia.

Toda a dedicação e trabalho foram reconhecidos. Em 2008, a designer foi uma das vencedoras do Prêmio IDEA Brasil, uma versão brasileira da mais importante premiação americana de design. O produto “Cadê?! Jogo Pedagógico”, criação de Patricia, recebeu troféu Bronze na categoria estudantes. O IDEA/Brasil representa uma inovação: é o primeiro país a receber o prêmio fora dos Estados Unidos, após 30 anos sendo realizado no país.

Todos os premiados participaram das exposições IDEA/Brasil, realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e também Estados Unidos, em Washington DC, divulgada pela revista BusinessWeek, e em Phoenix no Arizona.

Em 2009, Patricia foi uma das premiadas na 9° Bienal do Design Gráfico, em que o tema foi Anatomia do Design. Naquela edição, 1.240 trabalhos foram inscritos e somente 283 foram premiados, expostos e publicados em catálogo, posteriormente transformado em livro. A exposição que revelou os vencedores ocupou 800m² no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista.

Dica de profissional

Para se destacar no mercado e obter experiência, Patricia dá a dica:

– Multidisciplinariedade

“O designer precisa ter uma visão multidisciplinar e conseguir visualizar soluções para os mais diversos tipos de situações, sair da caixa, procurar não ser mais do mesmo”.

– Criatividade

“Acredito que a criatividade é a principal característica de um designer. O profissional tem que enxergar solução onde todo mundo só vê problemas. Seja curioso”.

– A queda do óbvio

“Se é óbvio, se já existe, e se funciona bem, tudo bem, mas para ser um bom designer, você tem que buscar aquilo que nunca ninguém buscou e encontrar formas diferentes, novas soluções para situações que já existem, ou seja, reinventar o novo”.

– Investimento

“Invista em você, na sua profissão, na área em que deseja atuar. Conheça, vá atrás, busque referências. Elas podem estar em livros, revistas, filmes e até mesmo em novelas. Converse com outros profissionais, viaje, observe, repare, desenvolva. Se você viu algo e acredita que pode fazer melhor, vá em frente, mas não desista diante do primeiro obstáculo”.

– Não pare

“Não pare até conseguir. Sei que ainda falta muito para chegar onde eu quero, mas sei que quando chegar, vou querer ainda mais, por isso eu digo: não pare até conseguir! E a sua jornada pode ser o incentivo para alguém. E depois que conseguir, continue, aprecie a paisagem”.