Parto normal: Brasil poderia se espelhar no Sistema de Saúde Britânico

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Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade indica que estadia por longos períodos no hospital não é saudável para mãe e bebê

Com o questionamento da gravidez da duquesa Kate Middleton, devido à saída do hospital poucas horas após ter dado a luz ao terceiro filho, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) explica que o Sistema de Saúde Britânico poderia ser um espelho para o Brasil, um dos países campeões de cesárea.

“Trata-se de um sistema de saúde que realmente prioriza o parto vaginal e os cuidados por meio da Atenção Primária à Saúde. Hospital não é lugar de gente saudável. Se mãe e bebê estão bem após o parto, ficam mais seguros em casa do que no hospital. O modelo inglês poderia facilmente ser implantado no Brasil. Já temos, por exemplo, a recomendação de que a enfermeira da Equipe de Saúde da Família visite a puérpera no máximo uma semana após o parto e os agentes comunitários de Saúde fazem esta visita imediatamente após a chegada. Isso já é combinado durante o pré-natal”, explica Rodrigo Lima, médico de família e comunidade e diretor de comunicação da SBMFC.

Em países com sistemas de saúde bem desenvolvidos tanto o parto vaginal como a saída da maternidade no mesmo dia do parto acontecem sem controvérsia. No Brasil, a cesárea faz parte da cultura, e muitos ignoram que ela deve ser realizada não de forma agendada, mas apenas em casos específicos que mãe ou filho correm riscos. Os altos números desse procedimento no Brasil estão relacionados ao atual modelo médico-hospitalar, que remunera melhor a intervenção cesárea do que o parto vaginal. Outro ponto importante, segundo Lima, é a conhecida violência obstétrica durante os trabalhos de parto, que infelizmente faz parte da realidade brasileira, levando muitas mulheres a optar por um procedimento mais rápido e com menos dores.

Desse modo, a SBMFC entende que quaisquer estímulos ao parto normal, como as recentes medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, são bem-vindos e que todos os esforços necessários devem ser tomados para que as medidas resultem no efeito esperado.

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