Osteoporose em homens: um silêncio fatal

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Novembro Azul – Condição subdiagnosticada pode apresentar consequências gravíssimas, como as fraturas de quadril por fragilidade óssea, que atingem 24,2 mil da população masculina por ano no Brasil

Novembro Azul é o mês para falar sobre a conscientização a respeito de doenças masculinas, muitas vezes negligenciadas por eles mesmos. Este é o caso da osteoporose, que por ser prevalente em mulheres se torna subdiagnosticada em homens.

Caracterizada como uma doença silenciosa, a osteoporose pode apresentar sintomas apenas após a ocorrência de fratura nos ossos, resultado de leves batidas e quedas. As fraturas de quadril por fragilidade óssea atingem 24,2 mil homens por ano no Brasil, e são consideradas o pior desfecho da enfermidade, podendo acontecer em qualquer região do corpo, especialmente, na coluna, quadril e punhos.

Segundo a reumatologista doutora Mariana Ortega Perez, da Imuno Brasil, as fraturas podem causar internações, intervenções cirúrgicas, maior risco de tromboembolismo, agudização de comorbidades, assim como o aumento da mortalidade. Para esclarecer dúvidas e conscientizar o público sobre o tema, a médica traz informações importantes:

Estudos mostram que 20% das pessoas com fratura no quadril vão a óbito, sendo que os homens representam um terço das vítimas no mundo. Ainda, a taxa de mortalidade entre eles também é maior do que a das mulheres, chegando a 37% no primeiro ano após a fratura.

Entre as causas mais comuns que acarretam osteoporose em homens estão o consumo excessivo do álcool, o tabagismo e o hipogonadismo. Também é necessária atenção a outros fatores como a baixa ingestão de cálcio e vitamina D, e o sedentarismo. Além dessas causas, é preciso destacar que o nosso banco de ossos, chamado de pico de massa óssea, é genético. Portanto, é preciso estar atento se há casos da doença ou de fraturas por fragilidade na família.

Segundo a doutora Mariana Ortega, o diagnóstico de osteoporose, seja em mulheres ou homens, ocorre de duas formas: pela presença de uma fratura de baixo impacto, ou por meio do exame da densitometria óssea. Comumente, as mulheres na pós-menopausa já realizam este exame em sua rotina anual, o que não ocorre com frequência nos homens.

Quando o diagnóstico é realizado em homens, é imprescindível investigar causas subjacentes e solicitar exames laboratoriais, como cálcio, vitamina D e dosagens hormonais.

O tratamento da osteoporose evoluiu muito nos últimos anos e tem como objetivo o ganho de massa óssea e a prevenção de fraturas. É imprescindível investigar se há uma causa de base e tratá-la. Essencialmente, o tratamento da osteoporose em homens é igual ao das mulheres, priorizando o cálcio na dieta, suplementação de vitamina D, correção de fatores de risco e prática de atividade física, além de estratégias medicamentosas específicas anti-fratura. Vale ressaltar que, nos homens, a reposição de testosterona para desfechos ósseos (ganho de massa óssea e redução de risco de fratura) é recomendada apenas naqueles com osteoporose e hipogonadismo.

Procure seu reumatologista e previna a primeira fratura: a osteoporose tem tratamento.

Mariana Ortega Perez – reumatologista na Imuno Brasil.

Reumatologista e doutora pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

foto: divulgação