Museu Paranaense lança Circuito Ampliado com exposição sobre a erva-mate

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Mostra Eu Memória, Eu Floresta: História Oculta já está montada, mas enquanto visitação não é possível, público terá roda de mate on-line e outras atrações

O Museu Paranaense dá início ao projeto Circuito Ampliado – Acervos em Circulação com a exposição Eu Memória, Eu Floresta: História Oculta, que propõe diferentes olhares sobre obras, objetos e documentos históricos relacionados à erva-mate provenientes do acervo do MUPA. A mostra, que já está montada, será aberta ao público no início de 2021, assim que o funcionamento do museu for restabelecido. Até lá, o público poderá ter contato com as obras e o conceito da exposição por meio de atividades on-line no site e nas redes sociais.

Neste projeto, o Circuito contará com exposições em dois locais. Além do Museu Paranaense, o Palacete dos Leões, sede do Espaço Cultural do BRDE no Paraná, receberá a mostra Narrativas e Poéticas do Mate prevista para o início de 2021. O circuito conta com a parceria do Museu Oscar Niemeyer e terá vigência até 2022.

A exposição montada no MUPA tem como perspectiva os saberes e usos dos povos indígenas do Sul sobre a erva-mate, seus primeiros locais de cultivo: as florestas, o manejo e beneficiamento da planta por pequenos produtores e aspectos ligados à representação científica e artística da erva-mate e da natureza feitas por viajantes estrangeiros e colonizadores.

Fazem parte da exposição um amplo conjunto de fotografias, peças tridimensionais, reproduções do álbum Voyage pittoresque et historique au Brésil, de Jean Baptist Debret, bem como a emblemática fotopintura Família Kanhgág no Museu Paranaense, de 1903, e especialmente restaurada para fazer parte da exposição.

Dentre as dezenas de peças do acervo do MUPA, a exposição contará ainda com uma obra do artista indígena wapichana Gustavo Caboco. De maneira poética, ela propõe uma atualização da história indígena ligada à erva-mate, questionando o lugar dos saberes dos povos originários em contraposição à história “oficializada” pelas instituições museológicas. A obra comissionada fará parte do acervo da instituição. “Entendemos que desta forma reforçamos o diálogo com as comunidades que representam os temas abordados, trazendo uma reflexão sobre o papel do museu na sociedade”, afirma a diretora do Museu, Gabriela Bettega.

Gustavo Caboco trabalha na rede Paraná-Roraima e nos caminhos de retorno à terra indígena Canauanim. Sua pesquisa se produz nos encontros com os parentes e é apresentada através de desenhos, bordados, textos, vídeos, murais, performances e objetos. O artista já participou de importantes exposições como VaiVém, no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo. Atualmente integra a exposição Véxoa: Nós Sabemos, na Pinacoteca de São Paulo, além de ser presença confirmada na 34a Bienal de São Paulo, em 2021.

Floresta em foco

Junto com as peças do acervo e a obra de Caboco, faz parte da mostra Eu Memória, Eu Floresta a obra Tapeaba (2013), de Caio Reisewitz. A fotografia de Reisewitz promove o tensionamento entre o natural e o artificial a partir da representação da floresta.

Mestre em poéticas, é considerado um dos fotógrafos mais importantes de sua geração, no campo das artes visuais. Ganhador de diversos prêmios já expôs na 51a Bienal de Veneza, 26a Bienal de São Paulo e Nanjin Biennale (China).

Roda de Mate on-line

No dia 12 de dezembro, às 15 horas, o Museu Paranaense irá promover uma Roda de Mate on-line, com a cacica Mbyá-Guarani Juliana Kerexu e o artista wapichana Gustavo Caboco. Trata-se de uma atividade formativa na qual os participantes irão conhecer a importância da erva-mate na cultura Mbyá-Guarani. Juliana Kerexu Mirim Mariano chefia a aldeia Tekoa Takuaty, na Ilha da Cotinga, município de Paranaguá. É conhecida por lutar por uma maior visibilidade das mulheres indígenas no sul do Brasil.

A relevância da atividade se dá pela valorização de aspectos imateriais, como as histórias, cantos e rituais, ligados ao contexto de uso da erva-mate pelos indígenas. Como também pelo protagonismo de uma mulher indígena ao conduzir a atividade, dividindo os saberes ancestrais dos Mbyá-Guarani em relação à erva-mate, sem intermediários. “É uma oportunidade de trazer para a roda de conversa a riqueza cultural, a origem e a importância dessa árvore sagrada para os povos indígenas”, diz Juliana Kerexu.

Os 25 participantes do evento já foram selecionados priorizando professores, indígenas, estudantes e demais interessados no tema.

Sobre o Museu Paranaense

Idealizado por Agostinho Ermelino de Leão e José Candido Murici, o Museu Paranaense (MUPA) foi inaugurado no dia 25 de setembro de 1876, no Largo da Fonte, hoje Praça Zacarias, em Curitiba. Com um acervo de 600 peças, entre objetos, artefatos indígenas, moedas, pedras, insetos, pássaros e borboletas, era então o primeiro no Paraná e o terceiro no Brasil. Em 1882 transformou-se em órgão oficial de governo passando a receber contínuas doações. Desde a sua inauguração, o MUPA ocupou seis sedes, até fixar-se na atual, o Palácio São Francisco. Segmentado entre Antropologia, Arqueologia e História, o espaço está estruturado para a realização de projetos e atividades culturais, atingindo os diversos segmentos sociais.

Circuito Ampliado – Acervos em Circulação

Mostra Eu Memória, Eu Floresta: História Oculta

Lei de Incentivo à Cultura

Museu de Arte Paranaense – Rua Kellers, 289 – Alto São Francisco 

Dezembro de 2020

www.museuparanaense.pr.gov.br

facebook.com/museuparanaense

@museuparanaense

Acervo Museu Paranaense