Microdoses de toxina botulínica intercaladas com luz pulsada são tendências para controlar rosácea

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Doença que deixa a pele sensível, geralmente mais seca e com facilidade para ficar vermelha (com eritema), a rosácea afeta em geral adultos de 30 a 50 anos de idade. Ainda não se sabe a verdadeira causa da doença, que não tem cura, mas tem tratamento e controle

Rosácea é uma doença vascular inflamatória e crônica que deixa a pele sensível, que fica vermelha facilmente, e ainda podem aparecer vasos finos, pápulas e pústulas que lembram a acne. “Frequentemente, também surgem sintomas oculares, de olho seco e sensível à inflamação nas bordas palpebrais (blefarite). Na fase pré-rosácea, há eritema discreto na face, que se agrava com surtos de duração variável, surgindo espontaneamente ou pela ação de diversos fatores. E aos poucos, os episódios de inflamação na pele podem se tornar frequentes e até permanentes”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Mas hoje uma das novas formas de controlar a doença crônica é por meio da aplicação da toxina botulínica, luz pulsada, peelings, LEDs e lasers, dependendo da gravidade dos sintomas.

De acordo com a médica, apesar de ser mais frequente em mulheres, a condição também atinge muitos homens e, neles, o quadro tende a ser mais grave, evoluindo continuamente com rinofima (aumento gradual do nariz por espessamento e dilatação folículos). “A origem da rosácea ainda não é conhecida. Há uma predisposição individual (mais comum em brancos e descendentes de europeus) que pode ser familiar (30% dos casos têm uma história familiar positiva), evidenciando uma possível base genética. Os fatores psicológicos têm forte influência no agravamento dos casos. Além disso, hoje já se considera importante a participação de um ácaro da flora normal da pele chamado de Demodex folliculorum, e da bactéria Bacillus oleronius, que colonizam esse fungo”, explica. O diagnóstico, de acordo com a médica, é feito com facilidade na presença de eritemas e telangiectasias na região central da face, acompanhadas de pápulas e pústulas.

Os sintomas e sinais típicos são: Flushing facial (períodos de sensação abrupta de vermelhidão e calor na pele como se fosse um surto de vasodilatação); Telangiectasias (dilatação de pequenos vasos permanentes); Persistente eritema facial com possível edema facial; Pápulo-pustulosas (podem ocorrer nódulos e as pápulas podem, eventualmente, quando numerosas, formar placas granulomatosas, no caso da rosácea lupoide); Rinofima (espessamento irregular e lobulado da pele do nariz, dilatação folicular, levando ao aumento e deformação do nariz); Alterações oculares (ocorrem em 50% dos casos com irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite).

Embora a rosácea não tenha cura, seu tratamento ajuda muito a controlar contra os sintomas. “Tudo depende da fase clínica que o paciente está. Mas em primeiro lugar todos os agravantes ou desencadeantes devem ser afastados ou controlados, como bebidas alcoólicas, exposição solar, vento, frio e ingestão de alimentos quentes. O tratamento se inicia com sabonetes adequados; protetor solar com elevada proteção contra UVA e UVB e com veículo adequado à pele do paciente; e uso de antimicrobianos tópicos (metronidazol) e antiparasitários (ivermectina)”, explica. Dependendo dos casos medicações orais podem ser prescritas O laser ou a luz pulsada são excelentes para tratamento das telangiectasias. “Para o rinofima, a abordagem pode ser cirurgia, radiofrequência, dermoabrasão ou laser. O médico dermatologista avalia o grau, a fase e a pessoa como um todo para indicar o melhor tratamento”, afirma. “A luz intensa pulsada é extremamente interessante para o controle da vermelhidão e da formação das pápulas e pústulas (lesões avermelhadas e que muitas vezes tem presença de pus) e hoje mais recentemente nós temos um controle muito interessante da rosácea com microdoses de toxina botulínica aplicada na região onde o paciente apresenta rosácea. Isso faz com que, além do tratamento tópico para casa e via oral, no consultório o paciente receba mais conforto e um controle mais prolongado. A toxina botulínica é aplicada em doses dérmicas, então ela não é muscular, com microdoses diluídas. Com isso, há a diminuição tanto do processo inflamatório como a secreção sebácea e pode ser usada no rosto todo. Intercalando as microdoses da toxina botulínica com a luz intensa pulsada, conseguimos um controle interessante e prolongado”, afirma a médica. Além disso, alguns equipamentos home device com LEDs (tecnologia LLLT), lasers de baixa intensidade no comprimento red (650), podem ser usados, pois têm característica anti-inflamatória.

Fonte: Dra. Claudia Marçal

Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Especialização pela AMB, Membro da American Academy of Dermatology e CME na Harvard Medical School.