Equipamento permite pressão ideal do cuff, reduzindo riscos de lesões ou agravamento do quadro clínico
Pacientes traqueostomizados devem ter acompanhamento constante para evitar complicações em seu quadro clínico. A ventilação mecânica a qual eles estão submetidos é um procedimento invasivo, mas considerado seguro se forem adotadas as técnicas corretas de manuseio dos dispositivos e de manutenção e supervisão de todo o sistema. Enfermeiros, cuidadores e fisioterapeutas são os profissionais que mais lidam com estes respiradores e eles devem estar qualificados e passar por reciclagens constantes para não cometerem erros.
A respiração mecânica deixou de ser uma situação que exige internação do paciente em hospital. Atualmente, em alguns quadros clínicos, pacientes podem ser acompanhados na própria casa – com todas as adaptações necessárias – ou ainda em clínicas especializadas. O importante é ter, ao lado, profissionais prontos e qualificados para lidar com as mais diferentes situações.
A traqueostomia pode ser feita com um cuff. Trata-se de um balonete colocado nas cânulas para impedir a passagem de líquidos e outras secreções que podem ser aspiradas pelos pulmões. Além disso, o cuff é usado para mensurar uma possível perda de oxigênio transportado.
O cuff deve ser inflado na cânula em uma pressão ideal para impedir que ele fique muito rígido – causando lesões na traqueia – ou ainda maleável – contribuindo para a broncoaspiração. Estudos clínicos apontam que a pressão ideal deve ser, em média, de 20cmH2O, embora a academia considere o ciclo entre 18 e 25 cmH2O como seguro.
Como garantir a pressão adequada?
Para assegurar a pressão ideal existe um outro aparelho, o medidor de cuff, também conhecido popularmente como cufômetro. No Brasil, ele é comercializado na internet pela Celmat, que é a referência em aparelhos na área da saúde.
A manipulação do cufômetro é feita, geralmente, por enfermeiros, fisioterapuetas e cuidadores capacitados. No entanto, a definição do nível de pressão adequada deve ser feita por um profissional da área médica qualificado para este fim. Isso porque, embora os valores entre 18 e 25 cmh2O sejam uma referência, alguns pacientes podem ter demandas distintas.
O medidor de cuff é composto por um visor semelhante ao aparelho de aferir pressão do paciente. A diferença é que ele é ligado diretamente ao cuff para identificar a pressão no momento. A regulação é feita por um manômetro que, através de uma válvula, pode insuflar ou desinsuflar o cuff, conforme a necessidade.
Embora o cuff seja desenvolvido para vedar o sistema de respiração do paciente traqueostomizado, ele não é perfeito. Por isso mesmo, o medidor de cuff deve ser usado de forma constante para garantir a pressão dentro do aceitável. Caso contrário, como já foi informado, o paciente pode se machucar ou até ter o seu quadro clínico agravado.
Quando aferir
Profissionais da área da saúde que lidam com o medidor de cuff divergem sobre a periodicidade da aferição. Alguns recomendam até três vezes ao dia, embora outros afirmem que uma vez a cada 24 horas seja suficiente. O ideal é fazer aferições mais constantes no início, exatamente para identificar a funcionalidade do sistema. Posteriormente, esta demanda pode ser diminuída, até chegar a um teste por dia.