Já ouviu falar da dor sacro ilíaca, também conhecida como a “dor esquecida”?

Tomilho, restaurante de cozinha cotidiana, é inaugurado em Curitiba
19 de abril de 2018
Só o diálogo cultiva bons frutos
19 de abril de 2018

Dores geradas por problemas na coluna são bastante comuns na população mundial, sejam agudas ou crônicas, acometendo especialmente homens e mulheres na idade adulta, pelos mais variados motivos

Dentre alguns dos problemas de coluna bastante comuns, mas pouco abordado junto à população leiga, está a dor sacro ilíaca, que acabou sendo chamada no meio médico ao longo dos anos como a “dor esquecida”.

Segundo o neurocirurgião mestre em coluna vertebral pela Unifespdr. Alexandre Elias, “o termo se deu porque embora tenha sido uma dor bastante difundida no início do século XX, com o avanço dos diagnósticos sobre outras áreas geradoras de quadros dolorosos, ela acabou sendo subjugada de forma errada, uma vez que ela representa 20% dos quadros de dor na coluna lombar”.

A dor sacro ilíaca se caracteriza por uma forte dor na região lombar (especialmente na região do glúteo), com predominância para um dos lados do corpo. Ela ocorre por diversos fatores, como traumas ou quedas que geram lesão da articulação sacro ilíaca, frouxidão de ligamentos no pós-parto da mulher, e como consequência de doença inflamatória ou reumatológica, na forma de sacroilíete e espondilite anquilosante, por exemplo.

É mais comum em mulheres, na faixa entre 30 e 60 anos, gerando limitação para os movimentos de sentar e levantar, com piora do quadro ao permanecer sentado devido ao peso sobre o glúteo, e também para a realização de movimento rotacional, bem como para permanecer deitado, dificultando dormir sobre a região atingida pelo problema.

diagnóstico é feito com o exame clínico onde o médico realiza algumas manobras com o corpo para checar se a dor se intensifica. Caso três destas manobras sejam positivas, ou seja, façam a dor piorar é um indicativo de que a sua origem seja na articulação sacro ilíaca. Nestes casos, é indicado infiltração com analgésico opióide com expectativa de melhora da dor em pelo menos 75%. “Importante salientar que este resultado, a partir da medicação, é que confirma por completo o diagnóstico”, relata dr. Alexandre.

O passo seguinte, no mesmo procedimento, é a infiltração de medicamentos à base de cortisona para a tentativa de alívio duradouro da dor. Alguns pacientes, no entanto, precisam ser submetidos à lesão dos nervos que inervam a articulação sacro ilíaca, por meio de radiofrequência. Se ainda assim não for obtida resposta satisfatória, há a possibilidade de realização de cirurgia para a fusão do osso sacro da coluna com o osso Ilíaco do quadril.

Dr. Alexandre Elias – Especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC), mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e research fellow em cirurgia da coluna vertebral na University of Arkansas for Medical Sciences (EUA).

Membro do Centro de Dor e Coluna do Hospital 9 de Julho.

Dr. Alexandre na web: www.alexandreelias.com.br