HCor lidera a maior pesquisa brasileira que avaliou a eficácia da estatina na fase aguda do infarto

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O Instituto de Pesquisa HCor, em parceria com o PROADI-SUS, analisou os benefícios do medicamento em 4200 pacientes de 58 hospitais públicos e privados do país

O IP – Instituto de Pesquisa HCor, em parceria com o BCRI (Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica), e com o Ministério da Saúde, liderou e coordenou uma grande pesquisa multicêntrica em 58 hospitais brasileiros. A pesquisa, destinada a 4.200 pacientes com infarto agudo do miocárdio, teve como objetivo, avaliar se a atorvastatina (conhecidas como estatinas, tem a função de reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue) poderia prevenir eventos cardiovasculares nos pacientes com síndrome coronariana aguda, com o intuito de realizar a angioplastia (cirurgia realizada com o intuito de desobstruir uma artéria do paciente). A medicação era administrada em dois momentos: antes e após o procedimento.

Em parceria com o Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), para viabilizar a análise dos objetivos, os pacientes incluídos no estudo eram divididos em dois grupos: um tratado com atorvastatina e outro com placebo (comprimido sem atorvastatina).

Segundo o diretor do IP HCor, Dr. Alexandre Biasi, os pacientes com síndromes coronarianas agudas foram convidados a participar do estudo e foram examinados para avaliar a presença de síndrome coronariana aguda, e se a mesma poderia ser tratada com angioplastia. “Após a realização da angioplastia, todos pacientes eram orientados a retornar às instituições com exames clínicos e para a avaliação médica. Durante seis e 12 meses, esses pacientes eram contatados para avaliação do seu estado de saúde e registro da ocorrência de novos problemas cardiovasculares”, esclarece Dr. Biasi.

No estudo, denominado SECURE, foram testados outros mecanismos de ação das estatinas (medicação para reduzir o colesterol) que, a longo prazo, são benéficas para a prevenção de problemas cardíacos. Atualmente, as estatinas são recomendadas aos pacientes com doenças cardiovasculares no momento da alta hospitalar. “Neste estudo, o uso das estatinas foi testado na fase aguda do infarto do miocárdio. Isto é, no momento que o paciente chega ao Pronto Socorro, ele já recebe a estatina antes de ser encaminhado à angioplastia para o implante de stent”, explica o diretor do IP.

O SECURE: O SECURE foi iniciado em 2012 e terminou no final de 2017. Foram 58 instituições participantes, espalhadas pelo país, e responsáveis pela inclusão de 4200 pacientes. Entre estes pacientes, 71,0% apresentavam hipertensão, 36,3% hipercolesterolemia, 31,7% diabetes e 20,0% tinham história de doença arterial coronariana. “Este é um dos estudos de maior porte em cardiologia já conduzidos no país, e representa uma importante parceria com o Ministério da Saúde. Os resultados ainda estão sendo avaliados, porém, se comprovado o efeito da estatina nestes pacientes submetidos à angioplastia, pode-se dizer que serão acrescentados diversos benefícios à prática clínica, que vão da inclusão da medicação na rotina médica, até a melhoria da qualidade de vida do paciente”, analisa.

O SECURE é a maior pesquisa conduzida para avaliar a ação das estatinas na fase aguda do infarto, pois atualmente já se sabe a eficácia após a alta hospitalar. “Foi descoberto que as estatinas possuem outros mecanismos de ação que beneficiam a função endotelial, como ação anti-inflamatória potente além da redução de tromboses. Estes mecanismos estão implicados na piora do quadro de infarto e, se conseguirmos reverter estas ações, o paciente terá menor chance de complicações futuras”, finaliza Dr. Biasi.

Resultados oficiais: os resultados finais do estudo SECURE revelaram que a administração de estatina não reduziu a taxa de eventos cardiovasculares após 30 dias, quando era o retorno dos pacientes aos hospitais. No entanto, o estudo mostrou que a utilização do medicamento melhorou o resultado clínico dos pacientes submetidos à angioplastia, podendo ser uma estratégia de tratamento para os pacientes que realizarão o procedimento.