Glossário de fotoproteção: de A a V, tudo que você precisa saber para evitar danos solares

Gusttavo Lima apresenta DVD “O Embaixador in Cariri”
11 de dezembro de 2019
Santuário Nacional lança acessórios religiosos criados com cristais da Swarovski®
11 de dezembro de 2019

Dermatologista Dra. Claudia Marçal explica novos conceitos em fotoproteção e esclarece as principais dúvidas para evitar os malefícios da radiação solar na pele

Ok, o fotoprotetor é o produto base da pirâmide nas recomendações dermatológicas. Mas você de fato sabe o que significam as siglas do seu confuso rótulo? É hora de desmistificar o FPS, PPD, UVA, IR — entre outros! “A falta de entendimento sobre o rótulo do protetor solar pode demonstrar que a pele não está recebendo a proteção que precisa”, destaca a dermatologista Dra. Claudia Marçal — membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. “Muitas pessoas desconhecem a importância de várias dessas siglas. E além delas, já temos como guideline internacional a indicação de antioxidantes como a Vitamina C e E que potencializam a proteção solar”, completa. A dermatologista explica tudo nas linhas abaixo:

Antioxidantes — Moléculas que impedem a formação de radicais livres (e em alguns casos revertem os danos causados por eles), os antioxidantes são considerados excelentes aliados no dia-a-dia. “O protetor solar deve ir além dos ativos de proteção: ele deve ser um multibenefícios com elementos de ação antioxidante para imediatamente reparar o processo inflamatório formado em função da radiação”, destaca a dermatologista. “Principalmente quando falamos de ambientes onde há muita poluição ambiental, há a necessidade de complementar a fotoproteção com alguns antioxidantes importantes como as Vitaminas E, C, A, B3, o Resveratrol, o ácido elágico da Romã, extrato de Blueberry, da Folha de Oliveira e de Edelweiss.” Algumas moléculas podem ser adicionadas nessa lista: OTZ 10 (que minimiza os danos do calor), Alistin (considerado um antioxidante universal – que age nas camadas de água e gordura da pele) e Exo-P (um antioxidante que impede os danos dos poluentes).

Células de Langerhans — Responsáveis pela defesa imunológica da pele, estão na epiderme e têm forma de estrela. “Elas se locomovem pelo tecido e alertam outras células do sistema imunológico quanto à presença de um organismo invasor”, explica. “O problema é que a exposição à radiação UV pode induzir a uma queda em sua função, diminuindo a atividade imunológica da pele, e isso aumenta a possibilidade de cancerização”.

Cor — “Filtros de alta cobertura, com base e cor fazem parte dos últimos lançamentos em fotoproteção. A cor serve como uma barreira física à luz visível”.

Filtros — Divididos entre químicos e físicos, os filtros de fotoproteção atuam de maneiras diferenciadas. “Os filtros físicos são partículas inorgânicas que refletem ou dispersam a radiação, já os químicos são partículas orgânicas que absorvem o fóton de energia”, explica. No protetor, é importante associar o uso dos dois, segundo a médica. “Mas os filtros físicos bloqueadores à base de dióxido de titânio, óxido de ferro e zinco são fundamentais. Eles agem como uma parede de tijolos — onde a luz bate e volta sem absorvência. Os filtros químicos são importantes, mas altamente instáveis; então na sudorese, na água do mar, a molécula fica quimicamente instável e deixa de proteger”, explica. “E muitas vezes, os raios UVB e Infrared furam o bloqueio dos filtros químicos de alguns produtos de fotoproteção e causam dano celular que, em consequência, provoca flacidez”, completa.

Fotoenvelhecimento — “Quando falamos em envelhecimento fotoadquirido, estamos falando da formação precoce de rugas, manchas, mudança na textura da pele, angiogenese (formação de novos vasos), epiderme pergaminácea e flacidez. Com a radiação, as manchas do melasma também podem piorar. Além disso, a radiação ainda aumenta o risco de lesões cancerígenas na pele.” Para evitar danos, anote: é necessário aplicar duas colheres de chá de protetor solar no rosto 30 minutos antes de sair para o sol, e evitar a fotoexposição das 10 da manhã às 4 da tarde (nesse horário, prefira a sombra). “Reaplicar de duas em duas horas em ambientes abertos e de 4 em 4 em ambientes fechados”, orienta.

FPS — A sigla de Fator de Proteção Solar refere-se apenas aos raios UVB. “É o valor obtido pela razão entre a dose mínima eritematosa na pele protegida por um protetor solar e a dose mínima eritematosa na mesma pele quando desprotegida”, explica. Mas um FPS alto vai necessariamente me proteger? A dermatologista explica que não: “Hoje se descobriu que a proteção solar que leva em consideração apenas a questão do eritema (vermelhidão) desconsidera a dose suberitematosa, que é um dano criado antes mesmo da pele ficar vermelha, dando origem a chamada “sunburn cells” (ou células que sofreram alterações importantes pela radiação ultravioleta apresentando degeneração no seu DNA, promotoras mais tarde da possibilidade de cancerização)”, destaca a médica, que recomenda FPS de no mínimo 30. “Mas não esqueça a proteção contra o UVA, infravermelho e luz visível!”

Imunoproteção oral — Segundo a Dra. Claudia Marçal, mais recentemente tem se falado muito na questão dos pré e probióticos associados à formulação local e via oral com conceito de defesa e imunologia da pele. “Os filtros imunoprotetores via oral vieram para ficar com propriedades de melhora da resistência cutânea e imunológica. Eles funcionam como verdadeiros guardiões quando associados aos protetores locais, para preservar a estrutura e evitar a desnaturação do DNA celular por proteger as células imunológicas da pele e reverter em parte os danos biológicos e inflamatórios causados pela exposição exagerada ao sol”, enfatiza. Quer saber o que usar? “Os mais importantes são o Polipodium Leucotomus, Picnogenol, Astaxantina, Luteina, Extrato de White e Green Tea, Resveratrol e ácido elágico da Romã, sempre associando ao uso de silício orgânico Exsynutriment para melhora do aspecto da flacidez”. Mas, cuidado: isso não substitui o protetor de uso tópico!

IR — Infrared (infravermelho ou IV) é sentido através do calor ou mormaço. “É uma radiação que acomete num comprimento de onda suficiente para atingir a derme mais profunda — a derme reticular — onde estão as fibras de ancoragem e sustentação da pele. E isso provoca um dano muito importante, com menor elasticidade e uma piora no aspecto geral com a destruição do arquétipo da pele. Além de um maior potencial de cancerização”. A dermatologista explica que, para evitar a flacidez e rugas, é importante o uso do bloqueio físico solar e antioxidantes que diminuam o processo inflamatório causado pelo Infrared.

Luz visível — Mesmo não sendo um conceito novo, é necessário pontuar, de acordo com a especialista, que a luz visível continua sendo um perigo. “Presente na nossa rotina diária, ela é capaz de promover a médio e longo prazos um quadro de eritema mesmo que subcutâneo, mas já suficiente para gerar a presença das sunburn cells”, explica. A médica ilustra que a luz visível atua no estímulo da melanogênese, resultando em manchas. “As pessoas que têm tendência ao melasma não podem só pensar em ter um fotoprotetor com UVA e UVB. Tem que ter algum tipo de ativo que combata a ação danosa do Infrared e luz visível. São ativos tirados de extratos vegetais que têm ação anti-inflamatória e bloqueadores como dióxido de titânio”, acrescenta.

PPD — Persistant Pigment Darkening indica o grau de proteção contra os raios UVA. Nos rótulos, o PPD pode aparecer como FPUVA (Fator de Proteção UVA). “O PPD ideal é a partir de 10 e deve representar, no mínimo, um terço do FPS”, explica.

Radicais livres — Átomos ou moléculas instáveis e altamente reativas, os radicais livres, em excesso, passam a atacar células sadias, como proteínas, lipídios e DNA. “Ele danifica a membrana e a estrutura da célula, podendo, em casos extremos, levar à morte celular”, explica.

UVA — Principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), esse tipo de radiação atravessa nuvens, vidro e epiderme, é indolor e penetra na pele em grande profundidade, até às células da derme — sendo o principal produtor de radicais livres. “Os raios UVA afetam a pele o ano todo, independente da estação. Esse tipo de radiação não é bloqueado totalmente com protetor solar e traz prejuízos, desde lesões mais simples até, em casos mais graves, câncer de pele”, explica a dermatologista.

UVB — A radiação ultravioleta B deixa a pele vermelha e queimada, danificando a epiderme e é mais abundante entre às 10 da manhã e às 4 da tarde. “Seu grau de proteção é medido pelo FPS e é uma radiação que pode furar o bloqueio dos filtros químicos e aumentar o risco de cancerização”, comenta.

Veículo — Gel, creme, loção, spray, bastão: todos esses são veículos dermocosméticos que devem ser considerados na hora da escolha de um fotoprotetor, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade. “Pacientes com pele com tendência à acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Pacientes que praticam muita atividade física devem evitar géis, pois eles se diluem facilmente”, finaliza.

Dra. Claudia Marçal: Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.