Estresse agudo causado pela pandemia faz crescer casos de síndrome do coração partido, aponta estudo americano

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Doença afeta o funcionamento do coração e apresenta sintomas parecidos com os do infarto

Durante a pandemia do novo coronavírus, pesquisadores da Cleveland Clinic, centro médico acadêmico dos EUA, constataram um aumento no número de casos da síndrome do coração partido, saltando de 1,7% para 7,8%. A doença, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo, acomete pessoas submetidas a um nível de estresse muito elevado, como tem acontecido atualmente com os efeitos do isolamento social, medo do contágio pelo novo coronavírus e pela perda de conhecidos.

“Em situações de extrema tensão, o corpo humano é estimulado a produzir mais adrenalina e a descarga desse hormônio na corrente sanguínea provoca um estreitamento momentâneo nos vasos do coração e, consequentemente, o funcionamento do músculo cardíaco é afetado”, explica Antonio Eduardo Pesaro, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Nos casos dessa síndrome, o ventrículo esquerdo, uma das câmaras do coração, sofre uma disfunção temporária durante a contração e, com isso, o bombeamento do sangue para o resto do corpo fica prejudicado. Embora a origem seja psicológica, essa doença interfere diretamente no funcionamento do coração e os sintomas são semelhantes aos do infarto. Entre os principais sinais estão a dor no peito, o cansaço, batimentos cardíacos irregulares e a falta de ar.

A síndrome do coração partido pode acometer pessoas dos sexos feminino e masculino, porém mulheres que já entraram na menopausa estão mais suscetíveis. Apesar de não haver uma explicação científica, a hipótese apontada é a de que, com a queda do hormônio feminino estrogênio, a camada interna dos vasos sanguíneos fica menos protegida.

Para tratar essa cardiomiopatia são utilizados medicamentos para normalizar o funcionamento do coração, que retoma os batimentos normais. “O uso de diuréticos para reduzir o acúmulo de líquidos no corpo e técnicas para minimizar o estresse podem complementar o tratamento”, finaliza Pesaro.

Photo by Kelly Sikkema on Unsplash