Esquecer não é parte normal do envelhecimento: conheça 5 causas comuns que podem ser reversíveis

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Demência e outras causas de perda de memória em idosos e os resultados promissores da suplementação de vitamina B12

Esquecer não é normal e nem parte natural do envelhecimento, apesar de ser comum em idosos. A demência, uma condição que afeta o funcionamento cognitivo, como memória, linguagem, pensamento e habilidades sociais, é uma das causas de esquecimento, mas não é a única. Estresse, ansiedade, depressão, insônia, uso de medicamentos, lesões na cabeça, deficiências nutricionais e outras condições podem ser responsáveis pelo esquecimento.

A nutróloga e geriatra Mariana Carvalho explica que o termo “demência senil”, que era comumente usado, foi abandonado pelos profissionais de saúde por ter conotações negativas e estigmatizantes. “Atualmente, a demência é definida como um conjunto de sintomas que interferem significativamente nas atividades diárias da pessoa e pode ser causada por várias doenças, incluindo a doença de Alzheimer, a demência vascular e a demência com corpos de Lewy, que é a perda progressiva da função mental em pessoas com doença de Parkinson, por exemplo”, conta.

A demência envolve uma série de sintomas cognitivos e comportamentais que interferem significativamente na capacidade da pessoa de realizar atividades diárias. Esses sintomas podem incluir dificuldade em lembrar informações recentes, problemas de comunicação, alterações de humor e comportamento, dificuldade em realizar tarefas simples e outros problemas cognitivos.

Existem muitas causas de esquecimento que podem ser reversíveis. Algumas das causas mais comuns incluem:

  1. Deficiências nutricionais: deficiências de nutrientes como vitamina B12 e ácido fólico podem afetar a função cognitiva e a memória.
  2. Efeitos colaterais de medicamentos: muitos medicamentos podem afetar a memória como um efeito colateral.
  3. Depressão e ansiedade: transtornos mentais como depressão e ansiedade podem afetar a função cognitiva e a memória.
  4. Distúrbios do sono: a privação do sono pode afetar a função cognitiva e a memória. Tratar distúrbios do sono como insônia ou apneia do sono pode ajudar a melhorar a memória.
  5. Uso de drogas ou álcool: o uso excessivo de álcool ou drogas pode afetar a função cognitiva e a memória, mas em muitos casos a recuperação da memória pode ocorrer após a interrupção do uso de drogas ou álcool.

A idade avançada é um fator de risco para o desenvolvimento de demência, mas outros fatores, como genética, estilo de vida e doenças crônicas, também podem desempenhar um papel no desenvolvimento de sintomas. “É importante lembrar que as pessoas idosas devem ser tratadas com respeito e dignidade, independentemente da presença ou não de doenças cognitivas”, alerta Mariana.

Um estudo publicado no Journal of the American Medical Directors Association, em 2021, investigou o efeito da suplementação de vitamina B12 na função cognitiva em idosos com níveis baixos de vitamina B12. O estudo envolveu 300 idosos com idades entre 70 e 90 anos que tinham níveis baixos de vitamina B12 e foi randomizado, controlado por placebo. Os resultados mostraram que a suplementação de vitamina B12 melhorou significativamente a função cognitiva em comparação com o placebo, com maiores melhorias observadas após 12 meses de suplementação.

“Esquecer não é normal e nem da idade, e pode ser tratado. O conhecimento e a conscientização sobre as causas do esquecimento podem ajudar a prevenir ou tratar problemas cognitivos não só em idosos, mas em pessoas de todas as idades e melhorar sua qualidade de vida”, conclui Mariana.

Sobre Mariana Carvalho

Formada em Medicina pelo Centro Universitario do Estado do Pará (2015). Residência em Clínica Médica Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Corrêa Netto (2018) e Geriatria pela Universidade Federal do Piauí (2022). Pós graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN (2019) e Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase
Prevenção e Tratamento de Doenças relacionadas à Idade pelo Centro Universitário Uningá (2021). Pós graduanda em Medicina e Nutrição aplicadas à Saúde da Mulher e Fertilidade. Atualmente trabalha como Geriatra e Nutróloga em São Paulo na clínica Maria Fernanda Tembra e em Teresina – PI no Instituo Performance e saúde. https://dramarianacarvalho.com.br