Espetáculos ‘Depois do Silêncio’ e ‘Rodas em Dança’, do Distrito Federal, são lançados em Festival da Funarte

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Montagens integram a quarta fase do Acessibilidança, que premiou projetos com foco na acessibilidade e na inclusão

Espetáculos do Distrito Federal dão continuidade à programação do Festival Funarte Acessibilidança, neste mês de setembro. A montagem Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo, será exibida na quarta-feira, 22 de setembro, às 20h. A obra realiza um diálogo entre elementos da dança e do teatro, com foco em coreografias que buscam traduzir a dor, a revolta, a capacidade de comunicação e o afeto. No dia 29, também às 20h, a performance Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante estreia no Festival. O documentário registra os trabalhos coreográficos e depoimentos sobre a trajetória do grupo a partir de março de 2020.

A fase atual do Festival Funarte Acessibilidança contempla projetos premiados do Centro-Oeste. Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas (MS), já está disponível on-line. No dia 6 de outubro, TransBordar, do Grupo Dança Inclusiva (GO), encerra a presença da região no evento. Os espetáculos podem ser visualizados gratuitamente no canal da Funarte no YouTube (bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca).O Festival teve início em junho, com exibições da região Norte. No mês de julho, foi a vez da região Sul e, entre o fim de julho e início de setembro, montagens do Nordeste foram disponibilizadas na plataforma. Os projetos do Sudeste serão apresentados em meados de outubro.

Na próxima quarta-feira, dia 22 de setembro, Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo, do Distrito Federal, estará na plataforma de vídeos. No palco, silêncios, gestos e ausências procuram falar mais do que palavras. A narrativa inclusiva reúne teatro, dança e Libras, com direção e coreografia de Eliana Carneiro e codireção de Rogero Torquato. Alguns dos textos que compuseram a dramaturgia são inspirados na história da educadora Anne Sullivan (1866-1936), conhecida por ter sido a professora de Helen Keller, uma menina surda e cega, por meio da Língua de Sinais pelo tato, nos anos 1920. A montagem traz depoimentos da realidade atual dos cegos e surdos.

Além de apontar os conflitos e as dificuldades, Depois do Silêncio também aborda as conquistas das pessoas com deficiência. A obra transporta o público para o potente mundo da Língua dos Sinais, o colocando empática e poeticamente em outra realidade, com as suas múltiplas expressões de comunicação e entendimento. “Pretendemos democratizar o acesso à cultura e contribuir com a inclusão social, focando na capacidade produtiva das pessoas com deficiência, numa encenação que sintoniza os sentidos e dialoga com a dança, além de explorar os recursos cênicos da sonoplastia, iluminação e projeções”, destaca a companhia.

A diretora Eliana Carneiro comenta sobre a importância de fazer parte de um evento que tem um olhar específico para a acessibilidade e inclusão, além do intercâmbio entre grupos e segmentos da sociedade que vivenciam o tema. “O Acessibilidança lembra a sociedade e todos os artistas sobre a relevância da inclusão e da acessibilidade como condição de integridade, igualdade e respeito à diversidade, além da necessária e justa visibilidade das manifestações artísticas de todos que têm algum tipo de deficiência. Nossa enorme gratidão por fazer parte do Festival Funarte Acessibilidança. Vida longa a este maravilhoso prêmio!”, ressalta Eliana.

Eliana Carneiro também fala sobre o trabalho da companhia, que não é um “grupo propriamente dito”. “Nos reunimos para desenvolver esse projeto de dança e teatro bilíngue (português e Libras), antes da pandemia. Contamos com a participação de uma atriz surda, o que tornou nossa experiência mais rica neste universo da inclusão em vários segmentos das artes e da sociedade”, explica a diretora do espetáculo.

Já o videoclipe Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante, também da Capital Federal, será apresentado ao público no dia 29 de setembro, às 20h. Com a premissa “adaptar-se para superar obstáculos”, as gravações foram realizadas entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 e, muitas vezes, foram registradas pelos próprios bailarinos com seus celulares. O filme aborda o protagonismo da companhia durante a pandemia e o desafio de promover aulas ao vivo e gratuitas por meio das redes sociais. As atividades virtuais são direcionadas a cadeirantes inscritos nas redes sociais da companhia.

“O nome em inglês lives se trata de um jogo de palavras com a respectiva tradução para o português, que são ‘vidas’. A pandemia nos prejudicou, mas também nos trouxe benefícios. Amadurecemos, nos adaptamos e nos superamos. Mais uma vez, mais uma dificuldade. E eu gosto de falar: a vida continua em movimento, sempre, como na dança”, pondera a fundadora da companhia, Carla Maia.

Para a fundadora, ações como o Festival Funarte Acessibilidança incentivam a melhoria da visão e da reflexão da sociedade em relação às pessoas com deficiência e, do mesmo modo, transformam a percepção destas sobre elas mesmas. “É importante que a sociedade veja a pessoa com deficiência num lugar de destaque e reflita sobre a relevância da inclusão, da acessibilidade e do não capacitismo. E para que a pessoa com deficiência se sinta no direito de estar no palco, tendo a oportunidade de expressar seus sentimentos por meio da experiência da arte”, explica Carla.

A Cia. tem três anos de fundação e surgiu a partir de um sonho da jornalista e paratleta Carla Maia. Após ficar tetraplégica, foi oito vezes campeã brasileira de tênis de mesa (classe dois) e a primeira brasileira finalista no Concurso Miss Mundo Cadeirante. Inspirada por artistas norte-americanos e professores, passou a praticar aulas de danças urbanas com alunos andantes e a paixão pela dança voltou. Com a participação da Academia Juliana Castro, nascia, assim, a companhia Street Cadeirante, que teve o bailarino Wesley Messias como o seu primeiro coreógrafo. A companhia já teve participações importantes em eventos nacionais, como a abertura de um show da cantora Anitta, em Brasília (DF). Em 2020, o grupo foi contemplado com o Prêmio For the Brave, de Empreendedorismo Social.

O Festival Funarte Acessibilidança

O Festival Funarte Acessibilidança, em estreia na instituição, foi criado a partir das ações do Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020. No concurso público, foram premiados 25 projetos de vídeos de espetáculos, que promovem o acesso de todas as pessoas à arte.

Com a iniciativa, a Funarte busca realizar novas ações a partir do uso das mais recentes tecnologias, estendendo, desse modo, um novo modelo para todo o Brasil. Assim, a Fundação reforça seu compromisso de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país; e de atuar para que a população possa cada vez mais usufruir das manifestações artísticas. Criada em 1975, a Funarte segue, portanto, empenhada em acompanhar as transformações no cenário artístico e social.

O coordenador de Dança da entidade, Fabiano Carneiro, destaca a importância de se levar essa linguagem artística à população, durante o período de distanciamento social. “Estamos estreando o Festival Funarte Acessibilidança, um projeto inédito com foco na acessibilidade e na inclusão. Ao longo dos próximos meses, serão apresentados espetáculos de dança das cinco regiões do Brasil, plenamente acessíveis ao público, contemplando uma enorme diversidade na sua programação”, explica o coordenador.

O festival foi lançado no dia 16 de junho, com Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (Tocantins). Na semana seguinte, foi exibido Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (Rondônia). Solatium encerrou a agenda das companhias da Região Norte. A segunda fase teve montagens premiadas da Região Sul. Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (Rio Grande do Sul), deu início à programação. Em seguida, Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (Santa Catarina), foi disponibilizado. Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (Paraná), fechou a temporada da região.

A terceira fase divulgou os trabalhos da Região Nordeste. A estreia foi com Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (Rio Grande do Norte). Depois, foi a vez de Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (Pernambuco); de Maré – Versão virtual e acessível, do Coletivo CIDA (Rio Grande do Norte); de Rio sem Margem, do bailarino Elísio Pitta (Bahia); de Plenitude, da Cia. Dança Eficiente (Piauí); e de Ah, se eu fosse Marilyn!, do coreógrafo Edu O., (Bahia). Proibido Elefantes, da Cia. Gira Dança (Rio Grande do Norte), encerrou a etapa Nordeste do evento.

A fase atual apresenta as montagens da Região Centro-Oeste. Nesta quarta etapa, já foi lançado o espetáculo Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas (Mato Grosso do Sul). A programação segue agora com trabalhos do Distrito Federal: a performance Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo; e, na semana que vem, com o documentário Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante. TransBordar, do Grupo Dança Inclusiva (Goiás), encerra a etapa Centro-Oeste do evento.Os contemplados no Sudeste serão exibidos a partir de outubro.

Os projetos ficam disponíveis no canal da Funarte no YouTube (bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca).

No decorrer do festival, o coordenador de Dança da Fundação, Fabiano Carneiro, participará de uma “live” com diretores e artistas de dança, além de convidados.

Festival Funarte Acessibilidança

Acesso gratuito, no canal:bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca

Com audiodescrição e Libras

Montagem de dança Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo (Distrito Federal)

Dia 22 de setembro, quarta-feira, às 20h

Ficha Técnica
Direção: Eliana Carneiro e Rogero Torquato | Direção artística e coreografias: Eliana Carneiro | Intérpretes criadoras: Camila Guerra, Naira Carneiro e Renata Rezende | Roteiro, figurinos e dramaturgia: o grupo | Trilha sonora original: Diogo Vanelli | Cenografia: Rogero Torquato e Rodrigo Lelis | Iluminação: Camilo Soudant | Boneca: Neuza Freire | Artista gráfico e vídeo – arte: Gabriel Guirá | Videomaker: Filipe Duque | Fotos: Diego Bresani | Fotos: Making of filmagens: José Lucas | Operador de vídeo: Aníbal Diniz | Contrarregra: Mariana Alves | Coordenação de acessibilidade: Bárbara Barbosa | Audiodescrição: Maynara Dourado Pereira | Legendas descritivas: Joaquim Emanuel Barbosa (consultor surdo), Júlio Coelho (legendador), e Kaio de Aquino (editor) | Coordenação de produção: Alaôr Rosa | Produção executiva: Fernanda Oliveira | Produção e administração: Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo

Espetáculo Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante (Distrito Federal)
Dia 29 de setembro, quarta-feira, às 20h

Ficha técnica:
Direção artística e coreografias: Eduardo Amorim | Participação coreográfica: Fernando Perrotti e Alê Araújo | Corpo de dança: Carla Maia, Mariana Guedes, Delma Ferro, JullianaLindsem, Vânia Blessed, Estevão Lopes (atleta paralímpico), Carol Belfort e Ana Fiche | Participação especial: alunos cadeirantes de todo o Brasil que fizeram as aulas on-line oferecidas pelo grupo | Realização: Beco da Coruja Produções

Encerramento da Etapa Centro-Oeste

Dia 6 de outubro, quarta-feira, às 20h
Montagem TransBordar, do Grupo Dança Inclusiva (Goiás)

Agenda dos contemplados das demais regiões

Região Sudeste – Dia 13 de outubro

Região Norte (espetáculos já disponíveis)Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (TO); Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (RO); e Solatium, do Corpo de Dança do Amazonas (AM).

Região Sul (espetáculos já disponíveis): Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (RS); Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (SC); e Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (PR).

Região Nordeste (espetáculos já disponíveis): Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (RN); Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (PE); Maré – Versão virtual e acessível, do Coletivo CIDA (RN); Rio sem Margem, do bailarino Elísio Pitta (BA); de Plenitude, da Cia. de Dança Eficiente (PI); Ah, se eu fosse Marilyn!, do coreógrafo Edu O. (BA), e Proibido Elefantes, da Cia. Gira Dança (RN).

Região Centro-Oeste (espetáculo já disponível): Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas (MS).

Os vídeos ficam disponíveis no canal da Funarte no YouTube após a exibição

Realização

Fundação Nacional de Artes – Funarte | Centro de Artes Cênicas | Coordenação de Dança

Secretaria Especial da Cultura | Ministério do Turismo | Governo Federal

Mais informações para o públicodanca@funarte.gov.br