Emocional e mercado de trabalho: como realmente se preparar para as experiências profissionais?

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Empresário e CEO explica como funcionários – e empresa – devem lidar com as mudanças e atualizações dos métodos emocionais no ambiente corporativo

É quase impossível dizer que você nunca ouviu a frase: “o mercado de trabalho está cada vez mais exigente”. Ainda que haja veracidade nesta informação, é comum que por conta de sensos pré-impostos, profissionais levem esses requisitos exclusivamente para o sentido técnico. Porém, existe um fator importantíssimo e pouco discutido que pode definir a atuação de um trabalhador no mercado: o emocional.

O Survey Monkey realizou uma pesquisa sobre a insatisfação no ambiente corporativo e os resultados foram interessantes, mas não surpreendentes. O estudo demonstrou que, no Brasil, mais de 36% dos profissionais estão insatisfeitos com as suas próprias funções e também, que cerca de 64% escolheriam desenvolver trabalhos diferentes daqueles que realizam. A capacitação sem dúvidas é um fator importante neste sentido, mas o empresário Walmir Torrente afirma que “não estar bem posicionado consigo mesmo” pode ser decisivo quando o assunto é contentamento profissional.

Walmir Torrente é empreendedor e CEO da Bit One, uma das mais fortes empresas de desenvolvimento de Softwares no setor financeiro. De acordo com ele, estar comprometido e emocionalmente estável são duas das principais características de um bom colaborador: “Os atributos essenciais seriam o comprometimento e o sentido emocional. O emocional compõe o ser humano e está presente o tempo inteiro. Ele define a nossa criatividade, disposição, senso crítico e relacionamento com outras pessoas. E, visualizando com amplidão, no fim do dia é isso que importa”.

Mesmo que a saúde mental seja uma parte influenciadora do cotidiano de trabalho, ela não costuma estar em pauta nas empresas com a frequência ideal. Segundo Walmir, isso acontece porque as organizações costumam enxergar os colaboradores como peças de um maquinário. “É natural das empresas enxergarem o desenvolvedor como uma peça. A intervenção psicológica seria como a manutenção desta peça. E por que configurá-la se ela pode ser substituída?”. Em paralelo, o empresário afirma aos funcionários que lidar com os dias ruins envolve a transparência de admiti-los e este é um dos benefícios abordados em sua empresa: “Para receber um colaborador, na Bit One o situamos sobre as responsabilidades que terá e a liberdade que lhe é proposta”.

É fato também que as organizações são capazes de modificar o cotidiano de trabalho de forma positiva. Entretanto, somente o próprio colaborador é capaz de estabelecer um ambiente que seja favorável de acordo com as suas prioridades. Dito isso, Walmir afirma que estar preparado psicologicamente e reconhecer o próprio potencial pode evitar algumas situações abusivas. “Preparar o psicológico é reconhecer o seu valor e o próprio potencial. É preciso ser você mesmo para não interpretar papéis nas empresas, que levam à infelicidade. Confiar no que se está propondo significa, descartando a prepotência, reconhecer quem você é de fato e, acredito que não seguir essa linha de raciocínio é o motivo pelo qual as pessoas são tão infelizes em seus cargos”.

Além de empresário e desenvolvedor, Walmir lançará em breve o seu projeto educacional sem fins monetários, que carrega a ideia de que qualidade de vida é uma questão importante para desempenhar um bom trabalho. “O Vivendo Software é um projeto que trata o ser desenvolvedor como ele acontece: de forma integral. Mesmo desempenhando outras funções da vida, o profissional ainda é profissional e se conscientizar disso é uma oportunidade de crescer na carreira e oferecer toda a sua capacidade. Isso não vai mudar o cenário do mercado totalmente, pois acredito que leve anos para que as empresas valorizem o reconhecimento, mas, é um pontapé importante para que os desenvolvedores se tornem protagonistas de suas próprias histórias”.