Do plantio à degustação: a jornada dos charutos até o consumidor

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Cigar sommelière resume a linha do tempo dos charutos para apreciadores e iniciantes nesse universo

Embora seja um item secular, tendo os primeiros registros nos anos 1.500, e com entusiastas em todo o mundo, os charutos ainda são o centro de um universo permeado de desinformação e curiosidades.

E esse é um dos pilares do trabalho da cigar sommelière Carolina Macedo, que se dedica a estudar a história e os comportamentos relacionados ao hábito de degustar e harmonizar um charuto.

“Compreender o charuto exige também uma compreensão da história, do seu propósito e até das excentricidades de cada produto, é muito bom aprender e se sentir fazendo parte deste universo”, destaca ela. A sócia da da Bulldog Tabacaria, sediada de Curitiba (PR), organizou uma linha do tempo para explicar a jornada dos charutos até o consumidor.

Plantio e cultivo

Tudo começa nas plantações de tabaco, situadas principalmente em regiões com clima quente e solo fértil, como Cuba, República Dominicana e Nicarágua.

O plantio do tabaco é um trabalho meticuloso, onde as sementes são inicialmente cultivadas em viveiros antes de serem transplantadas para os campos. O cuidado diário com as plantas, que envolve irrigação, controle de pragas e doenças, e poda, é essencial para garantir folhas de alta qualidade.

“Se cada lugar possui um terroir único, ele resulta em folhas únicas que a partir dos processos de cura e fermentação vão ter um resultado. Logo quando alguém degusta um puro cubano sabe que terá uma mineralidade maior na degustação, enquanto em um puro brasileiro notas terrosas e uma delicada picância devem aparecer”, explica ela.

Colheita e secagem

A colheita é realizada manualmente, folha por folha, em diferentes estágios de maturação. Após a colheita, as folhas são penduradas em casas de secagem, onde passam por um processo de cura que pode durar até dois meses.

Fermentação e armazenamento

Depois de secas, as folhas de tabaco são fermentadas, um processo que pode levar vários meses. A fermentação ajuda a suavizar o tabaco, removendo impurezas e desenvolvendo sabores mais complexos.

As folhas são então classificadas e armazenadas por semanas ou até anos, período durante o qual os sabores continuam a se desenvolver.

“Pense em um charuto premium como um bom vinho. A qualidade das folhas é tamanha que a sua combinação e o processo de fermentação resultam em sabores e aromas únicos. Como no vinho, não tem nada artificial para saborizar ou aromatizar, é apenas a combinação das uvas ou no caso dos charutos, das folhas”, exemplifica Carolina.

Confecção dos charutos

A fabricação dos charutos é uma arte que combina tradição e habilidade manual. Torcedores experientes selecionam cuidadosamente as folhas que comporão a capa, o capote e o miolo do charuto.

A folha de capa é a camada externa do charuto e a primeira parte que entra em contato com os sentidos de quem degusta. Ela não apenas protege o recheio do charuto, mas também influencia diretamente o sabor e o aroma.

“Por trás de cada charuto premium está um mestre torcedor que domina a arte. São centenas torcidos por dia, todos de maneira manual e artesanal. Feitos com cuidado e precisão para que além de uma bela apresentação o fluxo, ou seja a passagem de ar entre as folhas, seja perfeita. Garantindo que o charuto final seja uma obra-prima de sabor e qualidade”, descreve a cigar somelière.

Degustação

Finalmente, os charutos chegam às mãos dos consumidores, prontos para serem apreciados. A degustação de um charuto é um ritual que envolve todos os sentidos.

O apreciador observa a aparência e sente a textura do charuto antes de acendê-lo. À medida que é degustado, libera uma combinação complexa de sabores e aromas, resultado de todo o processo meticuloso desde o plantio até a confecção.

A Bulldog Tabacaria fica localizada à Rua General Aristides Athayde Jr., 254, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Mais informações são fornecidas pelo telefone (41) 3029-1299 e o WhatsApp (41) 98736-3251.

foto: Carolina Macedo