Distúrbios do sono, associados ao aumento do estresse na pandemia, afetam mais de 65% da população

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Quando não tratado, o problema impacta a saúde mental e pode causar doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, além de obesidade e diabetes

Considerado tão fundamental quanto qualquer outro hábito que contribua para uma vida mais saudável, a qualidade do sono se tornou alvo de diversos estudos relacionados aos efeitos da pandemia de Covid-19. Isso porque, segundo especialistas da área, importante parcela da população mundial passou a apresentar dificuldades para dormir no período, tendo como principais agravantes o estresse e a ansiedade.

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), 70% dos pacientes ouvidos, com idade acima de 18 anos, passaram a ter dificuldade para iniciar ou manter o sono durante a pandemia. O problema afeta também 58,6% das crianças, com idade entre 0 e 3 anos, percentual três vezes maior quando comparado a dados anteriores, conforme revela a pesquisa.

Esses dados, semelhantes aos da pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), indicando que cerca de 65% da população do país sofre de baixa qualidade de sono, trazem um fator preocupante. Segundo a análise, cerca de 34% destas pessoas afirmam ter insônia, mas somente 21% têm o real diagnóstico da doença.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de SP Paulo Nakano explica que, durante a pandemia, o aumento do estresse na população gerou uma piora significativa na qualidade do sono e, consequentemente, na saúde mental.

“Devido às mudanças na rotina e nos horários das atividades, à permanência nos domicílios e às inseguranças trazidas pela pandemia, muitos indivíduos passaram a dormir mais tarde que o habitual, a apresentar sono fragmentado, horários não regulados de sono e a passar mais tempo na cama, mesmo acordados”, destaca.

O médico ressalta que a piora do sono pode causar irritabilidade, alterações no humor, na capacidade de concentração, piora da memória e queda do desempenho profissional e/ou acadêmico.

Ele reitera, ainda, que o problema vai além da saúde mental. Quando um indivíduo está privado de sono, tem maior tendência ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, Diabetes tipo 2, obesidade, aterosclerose, alterações gastrintestinais e imunológicas, entre outras.

“Há relação entre a duração do sono com hormônios reguladores do apetite, por exemplo, fazendo com que o indivíduo privado de sono sinta mais fome e maior desejo por alimentos calóricos”, salienta.

O especialista também revela que pessoas com distúrbios do sono tendem a apresentar maior resistência à insulina, bem como aumento de estresse oxidativo e dos marcadores inflamatórios sistêmicos, favorecendo inúmeras doenças.

Sintomas e tratamentos

Conforme o médico, a sensação de “estar sempre com sono” pode servir de alerta. Ela explica que sentir-se cansaço e sonolento, mesmo após dormir a noite inteira, e com dificuldade de se concentrar nas tarefas do dia a dia e demora para pegar no sono, mesmo sentindo-se esgotado, estão entre os primeiros sinais de distúrbios do sono.

A recomendação é procurar ajuda médica quando as alterações do sono estão trazendo prejuízos ao cotidiano, afetando as relações interpessoais e atividades diárias. O tratamento dependerá do histórico do paciente e tipo de distúrbio identificado, podendo incluir uso de medicamentos associados a terapias multidisciplinares.

Além disso, o neurologista orienta a adoção de hábitos simples, que contribuem para a melhora da qualidade do sono:

– Estabelecer a rotina de ir para a cama e acordar sempre no mesmo horário;

– Se possível, arejar bem o quarto e criar um ambiente silencioso e sem luz;

– Evitar realizar atividades físicas à noite, dando preferência para o turno da manhã;

– Preferir alimentos leves no jantar e evitar bebidas alcoólicas ou estimulantes, como café ou chá preto;

– Não realizar atividades na cama, como ver TV, e evitar ler e-mails e notícias ou checar redes sociais na hora de dormir;

– Meditação e atividades leves ajudam a relaxar e a “desligar” o cérebro, favorecendo o sono.

Sobre a Rede de Hospitais São Camilo

Especializada na assistência em saúde baseada em valor, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 6 unidades, que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade e transplantes de medula óssea. São 3 unidades de hospital geral, 1 especializada em oncologia e 2 em reabilitação e cuidados paliativos. A Rede conta também com um Núcleo de Pesquisa Clínica que é referência no país, sendo considerado Top Recruitment – o maior recrutador de pacientes com mais de 40 estudos patrocinados na área de Oncologia.

Os hospitais privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela Sociedade Beneficente São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros.

No Brasil desde 1922, a Sociedade Beneficente São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.

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Photo by bruce mars on Unsplash