“Distorção Material”: KURA e Lucas Recchia aprofundam diálogo entre arte e design em novo espaço

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Coleção inédita do designer inaugura seu estúdio no Jardim Paulistano ao lado de obras criadas por grandes nomes como Tunga, Abraham Palatnik e Paulo Roberto Leal “Distorção Material”, exposição do designer Lucas Recchia em parceria com a KURA

KURA, consultoria de arte fundada por Camila Yunes Guarita, e Lucas Recchia abriram as portas do novo estúdio do designer no Jardim Paulistano, na capital paulista, com a exposição “Distorção Material”, que estreita as fronteiras entre arte e design. Recchia apresenta a mais complexa coleção de sua carreira, com técnicas, materiais e tipologias inéditas, em diálogo com importantes nomes como Abraham Palatnik, Tunga e Marília Kranz. A seleção de obras de arte que integram a exposição evidenciam a força e a pluralidade da arte contemporânea brasileira.

“A arte tem forte relação com design. Nesse projeto buscamos explorar os cruzamentos e entrelaçamentos entre esses dois mundos. O Lucas é um jovem designer que busca muita referência em arte para criar. Há uma identidade muito única e autoral nas suas peças”, afirma Camila Yunes Guarita.

Conhecido nacional e internacionalmente por seu mobiliário feito de vidro fundido, o designer amplia os recursos técnicos na nova coleção e introduz o uso do bronze. O título, “Distorção Material”, faz referência à maneira de trabalhar os materiais e à relação fenomenológica que as peças estabelecem com o espaço. Lucas transforma as folhas de vidro colorido ao recortá-las, empilhá-las e levá-las ao forno, o que resulta em mais espessura e superfícies sutilmente arredondadas, além de pequenas bolhas. O bronze, por sua vez, é fundido em moldes para formar molduras para os vidros, e depois passa por processos de oxidação que criam pátinas de cores e texturas distintas e sempre únicas. Quando são atravessadas pela luz, o desenho das peças reverbera no ambiente na forma de luz colorida contida pelas sombras do metal.

Uma consequência da nova fase da produção de Recchia é a diversidade de dimensões e tipologias, permitido pelo trabalho com peças modulares – são quatro no total, que o designer vai conectando de modo a formar cada móvel ou objeto. Além das mesas laterais – encontradas com recorrência em suas coleções anteriores –, há vaso, lustre, bandeja, mesa de centro, espelho e luminária. Na bandeja, Recchia experimenta em alguns dos módulos a inserção do couro de arraia, material raro que importa da Tailândia com certificação.

“Meu trabalho parte de uma ideia inicial e vai se transformando ao longo do processo, com surpresas visuais geradas pelas reações químicas. O termo “design experimental” surge dessa postura de estar constantemente experimentando, suscetível às mudanças, até chegar ao resultado”, reflete o designer.

Interessado por história da arte, grande parte de suas referências vêm desse universo e encontram eco no design colecionável e na produção de pequenas tiragens. Nesse sentido, a KURA propõe, para a inauguração, obras que valorizam os materiais e técnicas empregadas por artistas de movimentos, pesquisas e gerações variados – o que resultou no diálogo entre artistas históricos – como Paulo Roberto Leal, Tunga e Pietrinna Checcacci – e jovens e promissores artistas – como Fran Chang, Rebecca Sharp e Vivian Caccuri.

Nas pinturas de Pietrinna Checcacci e Marilia Kranz, os volumes escultóricos e quase palpáveis conversam com a estética circular das peças de design, enquanto as obras de Tunga e Vivian Caccuri extrapolam os materiais tradicionais e experimentam com aço, algodão, ferro, ímã e ardósia, por exemplo. São obras que, de alguma maneira, adotam usos subversivos da matéria, em ressonância com o título da mostra.

Após período de exposição no Brasil, as peças serão expostas em Paris, cidade que abarca um movimentado circuito de design autoral e colecionável no mundo.

Sobre Lucas Recchia

Com formação em arquitetura, Lucas Recchia (Florianópolis, 1992) iniciou sua carreira como designer em 2018, após uma experiência bem-sucedida na criação de uma mesa lateral com vidro fundido. Naquele ano, teve sua primeira individual na Firma Casa, galeria em São Paulo especializada em móveis colecionáveis, rapidamente ele se destaca pelo senso estético apurado e técnica irreverente, realizada por artesãos especializados com quem ele vem, desde então, explorando novos caminhos, como o uso de vidro reciclado e de energia solar no processo de manufatura.

No seu novo estúdio, no Jardim Paulistano, Lucas desenvolve coleções para marcas e galerias brasileiras e internacionais, e peças sob medida. Além do vidro, seu trabalho já usou como suporte pedras brasileiras e resina, sempre sob perspectivas experimentais combinadas à confecção e acabamento primorosos.

Sobre a KURA

Fundada em 2018 por Camila Yunes Guarita, a KURA é uma empresa de consultoria que tem como missão aprofundar a conexão de pessoas e empresas com a Arte, orientando na aquisição e venda de obras de arte, além de trabalhar na gestão de coleções particulares e institucionais e na criação de projetos e experiências únicas neste universo.

Através de uma equipe especializada e multidisciplinar e uma rede de parceiros que incluem os principais agentes do mercado (artistas, galerias, casas de leilões, feiras, museus e instituições), a KURA atua com transparência e profissionalismo atendendo seus clientes de forma personalizada.

Serviço:
Distorção material

Local: Rua Maria Carolina, número 692 – Jardim Paulistano
Abertura: 22 de novembro
Encerramento: 03 de dezembro
Funcionamento: Segunda a sábado, das 14h às 19h.

Créditos fotos:
Fotos do espaço: Ana Pigosso
Retratos: Igor Reis