Dia de Atenção à Disfagia: quais os principais riscos e sintomas?

*Dra. Sandra Lia Petit Marchi

Você já ouviu falar sobre a disfagia? Para grande parte da população, esse nome pode soar estranho, mas é um problema que atinge a muitas pessoas. A disfagia é um sintoma de alguma alteração clínica que traz como consequência a alteração do padrão normal da deglutição, ou seja, o indivíduo passa a ter dificuldade para engolir alimentos, líquidos e saliva, em qualquer etapa do trajeto entre a boca e o estômago. Com o objetivo de alertar sobre os riscos da doença, 20 de março foi instituído pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia como o Dia de Atenção à Disfagia.

As principais complicações que podem ser ocasionadas pela disfagia são: o aumento das chances de pneumonia aspirativa; a ampliação do tempo de internações – devido à desnutrição e à desidratação; o desinteresse por alimentos; a debilitação da saúde de modo geral; e a consequente perda da qualidade de vida.

Mas quem está mais suscetível a ter a disfagia? Entre os adultos, quem possui doenças neurológicas (AVC, Esclerose Lateral Amiotrófica, Parkinson, Esclerose Múltipla e demências), traumatismos crânioencefálicos e alterações mecânicas (câncer de cabeça e pescoço, queimaduras, refluxo gastroesofágico, doenças cardíacas) estão mais propensos.

Já, entre os bebês, o risco é maior para os prematuros, os que têm má formação do sistema digestivo, fissura labiopalatina, doenças neurológicas ou algumas síndromes como a de Down. No caso dos idosos, as chances de disfagia são ainda maiores, uma vez que algumas mudanças geradas pelo envelhecimento – como a perda de força muscular, a redução da velocidade ao mastigar, a precisão e coordenação dos movimentos – podem provocar a dificuldade para deglutir.

É importante esclarecer também quais são os sintomas: falta de ar durante ou após a alimentação; perda de peso; pneumonias de repetição; dificuldade para mastigar, preparar e manter o alimento na boca; tempo prolongado para engolir; sensação de alimento parado na garganta; dor ao engolir; restos de comida dentro da boca após engolir; escape de alimento pelo nariz; mudança na voz após engolir; tosse ou pigarro constante durante a alimentação; engasgos frequentes durante as refeições ou ao deglutir saliva; falta de interesse em se alimentar; e mudança na cor da pele durante ou após a alimentação.

Ao perceber esses sinais, procure uma equipe de saúde, pois, quanto antes buscar ajuda, mais chances de sucesso no diagnóstico e tratamento. A disfagia é uma das especialidades pertinentes ao fonoaudiólogo, profissional habilitado para avaliar a deglutição orofaríngea, identificar quais são as alterações existentes e se é possível a alimentação pela boca de forma segura. Além desse especialista, médicos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e até mesmo os assistentes sociais são muito importantes para o tratamento.

Algumas dicas são importantes durante as refeições, principalmente para quem já apresenta dificuldades: alimentar-se sempre sentado, em ritmo e velocidades seguros; evitar distrações enquanto se alimenta; procurar não conversar enquanto está comendo; manter atenção durante as refeições e; evite assistir televisão, ouvir rádio ou permanecer em um ambiente barulhento.

Por fim, se presenciar alguém engasgando, nunca ofereça água nem coloque o dedo na garganta da pessoa. Deixe-a tossir e, caso você não seja treinado para realizar os primeiros socorros, procure rapidamente alguém habilitado.

*Dra. Sandra Lia Petit Marchi é coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do HSANP, centro hospitalar localizado na zona Norte de São Paulo.

Visitas em nosso Portal

contador de visitas

Somos um veiculo de comunicação. As informações aqui postadas são de responsabilidade total de quem nos enviou.